sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O legado de Steve Jobs (Rodrigo Constantino)


O legado de Steve Jobs


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Todos aqueles que admiram o empreendedorismo e o progresso capitalista estão de luto hoje. Morreu Steve Jobs, arrancado prematuramente da vida por conta de uma doença rara, que todos os seus bilhões não foram capazes de reverter. Tratava-se de um visionário, de um empresário perfeccionista e apaixonado pelo que fazia. Algumas lições importantes sobre este gigante da tecnologia merecem destaque.

Em 1983, Jobs perguntou para o então presidente da Pepsi, John Sculley: “Você quer passar o resto da vida vendendo água com açúcar ou quer ter a chance de mudar o mundo?”. Esta ambição ousada seria seu marco. Jobs queria mudar o mundo para melhor, e conseguiu. Pegou uma ferramenta exclusiva para especialistas e a levou até milhões de consumidores do mundo todo, facilitando suas vidas. Para Jobs, o computador era “o equivalente à bicicleta para nossa mente”. A Apple nos ajudou a “pedalar” mais que qualquer outra.

Steve Jobs trabalhava duro, era persistente, acreditava no que fazia e estava mais preocupado com a jornada em si do que com o destino final. A Apple e a Pixar são empresas inovadoras em suas respectivas áreas, e contribuíram para um mundo mais rico. Quando a Apple enfrentou dificuldades, após Steve Jobs ter sido demitido da empresa que ajudara a criar, muitos previram seu fim. Mas ela deu a volta por cima, sob o comando de Jobs, para se tornar a empresa mais valorizada do planeta. Hoje, são US$ 350 bilhões de valor de mercado!

Steve Jobs nunca fez o que fez pelo dinheiro; este foi um subproduto de sua paixão e genialidade. Por isso o sucesso. “Quem agüenta a barra se não for movido por amor?”, perguntava ele. Suas inovações criaram muito valor para os consumidores, e Jobs mereceu cada centavo que ganhou. Na verdade, seu legado é tão grande que faz sua fortuna parecer secundária. Empresários assim jamais deveriam sentir culpa pela riqueza, muito menos repetir o mantra filantrópico de “devolver” para a sociedade alguma coisa. Nada foi tirado. Ao contrário, Steve Jobs criou muita riqueza, e é absolutamente legítima a fortuna pessoal que veio como conseqüência. Absurdo é defender impostos extorsivos sobre estas riquezas.

Por fim, resta uma reflexão para nós brasileiros. Infelizmente, com este arcabouço institucional e cultural que temos, dificilmente seríamos capazes de “produzir” um Steve Jobs, ou algo parecido. Tivesse nascido por aqui, mesmo com toda a sua visão inovadora e sua incrível persistência, provavelmente Jobs seria massacrado pelos obstáculos criados pelo governo no processo. Que o legado de Steve Jobs nos sirva como alimento para esta reflexão necessária.

PS: Mesmo sendo um gênio da tecnologia, Steve Jobs sabia apreciar as coisas realmente importantes na vida. Em 2001, ele disse: "Eu trocaria toda a minha tecnologia por uma tarde com Sócrates".

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