segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Histórias como o Governo quer

chapeuzinho-vermelha
Por Carlos Brickmann
A ministra Iriny, aquela que implicou com a propaganda da Giselle Bündchen, já tomou uma surra memorável no Conar, Conselho de Autorregulamentação Publicitária: 20×0. Mas tanto ela quanto a secretária da Educação do Rio, Cláudia Costin, ainda tentam se meter nos roteiros das novelas.
Imaginemos como seriam as histórias se Suas Excelências pudessem impor seus pontos de vista. A Chapeuzinho seria “Vermelha”, claro – o adjetivo não concordaria com o substantivo, mas com o gênero, que seria valorizado. O Lobo Mau precisaria mudar de nome, para que as crianças não associassem a maldade a um animal.
tres-porquinhosEle se chamaria Lobão – por que não Édison Lobão, de quem o governo gosta tanto? Não comeria a Vovó: isso é coisa de humorista sem graça. Seria companheiro da Vovó. Chapeuzinho, em vez de chamar os caçadores para livrá-la do lupino assédio, iria a uma delegacia, em que seria tratada com toda a dignidade, para denunciá-lo com base na Lei Maria da Penha. E seria atendida.
Os Três Porquinhos seriam amigos do Lobão. Em vez de caçá-los, Lobão os levaria para Brasília, onde comeriam, mamariam e ficariam amigos de Sarney. Joãozinho e Maria não seriam presos pela Bruxa, que isso não é exemplo que se dê às criancinhas. Com fome, iriam para uma instituição conveniada, daquelas com verbas do governo. Não teriam de provar que estavam engordando, porque obesidade também é feio e a comida, afinal, nem seria tanta, embora superfaturada.
Mas mostrariam o dedinho, ah, isso mostrariam. E fariam muito bem.

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