Roberto Campos foi sem dúvida um
homem de inteligência e erudição notáveis. Foi talvez o político mais
preparado que o Brasil já teve. Seu talento como frasista era algo que
desconcertava e desnorteava seus rivais, que não obstante reconheciam bem a
contragosto, sua inteligência.
Eis alguns exemplos de sua
mordacidade (frases ainda atualíssimas):
"O
chamado 'neoliberalismo' econômico do Brasil é um ente de ficção só existente
na cabeça de acadêmicos marxistas, demagogos políticos ou jornalistas
desinformados. Masturbam-se com o perigo do inexistente..."
"Bom,
todo mundo sabe que o dinheiro do governo é gasto para sustentar universidades
ruins e grátis - duas indiscutíveis vantagens - para classes médias que podem
pagar. Nada melhor. Garante comícios das UNEs da vida, ótima preparação para
futuros políticos analfabetos!"
"Sou
chamado a responder rotineiramente se 'haverá saída para o Brasil?'. Respondo
dizendo que há três: Galeão, Cumbica e o liberalismo."
"O
que certamente nunca houve no Brasil foi um choque liberal. O liberalismo econômico
assim como o capitalismo não fracassaram na América Latina. Apenas não
deram o ar de sua graça."
"São
três as raízes da nossa cultura: a cultura ibérica, que é a cultura do
privilégio; a cultura africana, que é a cultura da magia; e a cultura indígena,
que é a cultura da indolência. Com esses ingredientes, o desenvolvimento
econômico é uma parada..."
"Nossas
esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São
estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam
contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso. São uns
chatos..."
"Seria
uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do
analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para
o palco do poder."
"Os
comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os
frutos. O que não sabem é plantá-las..."
"O
colapso do socialismo não foi mero acidente histórico, resultante da barbárie
da União Soviética ou da perversão de carniceiros como Stalin e Mao Tsé-Tung.
Era algo cientificamente previsível. Os aludidos cientistas sociais teriam
certamente chegado a essa conclusão se, ao invés de treslerem a história,
tivessem lido os grandes liberais austríacos."
"É
enorme a brecha entre os objetivos idealizados na legislação de 1964 e as
realidades de hoje. Concebido como um anjo Gabriel, o Bacen (Banco Central)
virou um Frankenstein. Por isso, quando me perguntam se sou ou não a favor da
'independência' do Bacen, minha resposta é de tipo existencial: será que o
monstro deve existir?"
"O
imposto de renda convencional (progressivo em função da renda produzida) é uma
safadeza socialista. Pune os cidadãos e empresas mais eficientes e produtivas
em função de seu sucesso no mercado. Induz contribuintes a inventar meios de
minimizar o confisco, gastando energia na busca de paraísos fiscais ou
artimanhas de sonegação. "
"A
melhor maneira de promover a eficiência no uso de recursos é a concorrência
interna e externa. Donde ser a oposição à abertura econômica e à globalização -
em nome do combate ao neoliberalismo - uma secreção de cabeças suicidas. Ou
talvez, o perfume de flores assassinas que mesmerizam mosquitos
ideológicos."
"Com
o atraso das reformas estruturais e das privatizações, o Brasil fica longe de
realizar seu potencial. Poderia tornar-se um tigre e se comporta como uma
anta... "
"Continuamos
a ser a colônia, um país não de cidadãos, mas de súditos, passivamente
submetidos às 'autoridades' - a grande diferença, no fundo, é que antigamente a
'autoridade' era Lisboa. Hoje é Brasília."
"A
brutalidade confiscatória do fisco é um fator sério de retardamento econômico.
É francamente de causar indignação ver nédios representantes da burocracia
oficial declamando que pagar impostos é 'cidadania'. Cidadania é exatamente o
contrário: é controlar os gastos do governo."
"No
Brasil, a res publica é cosa
nostra." (Obs: "res
publica" é uma frase latina que significa "coisa pública")
"Os
dois monstros gêmeos, o comunismo e o nazismo, têm vocação genocida. Naquele, o
genocídio de classe; neste, o genocídio de raça."
"Pessoas
sérias raramente têm tempo e estômago para as futricas e brigas para ocupar o
espaço corporativo. A OAB conseguiu a façanha de ser mencionada três vezes na
'Constituição besteirol' de 1988. É talvez o único caso no mundo em que um
clube de profissionais conseguiu sacralização no texto constitucional... "
"Admitir
o 'liberalismo explícito', num país de cultura dirigista, é coisa tão esquisita
como praticar sexo explícito em
público. Não dá cadeia, mas gera
patrulhamento ideológico. A etiqueta de 'socialista' ou 'centro-esquerda' dá um
ar de respeitabilidade a qualquer patife ou imbecil, animais abundantes na
praça..."
"Como
diz Hayek, o poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de
trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar."
"O
mercado é apenas o lugar em que as pessoas transacionam livremente entre si. Só
isso. Mas não é pouco, porque no seu espaço a interação competitiva entre os
agentes econômicos equivale a um plebiscito ininterrupto, que não só permite
fazer uma apuração, a todos os momentos revista, das preferências dos
indivíduos, como lhes dá uma medição quantitativa, tornando possível, por
conseguinte, o cálculo racional."
"É
divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda:
admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o
capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e
consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a
Coca-Cola..."
"Há
três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais
agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um
economista."
FONTE: Misses.org.br
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