Não tenho mais dúvida que o incentivo ao empreendedorismo e uma boa educação é saída para qualquer país que queira eliminar diferenças e tornar-se rico e desenvolvido.
Excelente mensagem a entrevista que segue:
“Todo mundo que pode quer ser empreendedor na Índia”
Anand Giridharadas, colunista do The New York Times (Zero Hora 18.09.2011)
Jornalista nascido nos EUA e filho de indianos, Anand Giridharadas publicou neste ano o livro India Calling: An Intimate Portrait of a Nation’s Remaking (O Chamado da Índia: Um retrato Íntimo da Reconstrução de um Nação), resultado de uma turnê pela Índia em que observou as transformações na economia do país. Colunista do The New York Times, Giridharadas será um dos palestrantes do Congresso Internacional de Inovação, que ocorre nos dias 16 e 17 de novembro, na Fiergs, em Porto Alegre. Confira a entrevista concecida a Zero Hora:
Zero Hora – Qual é a importância da inovação para o desenvolvimento da Índia?
Anand Giridharadas – A inovação tem sido muito importante para o desenvolvimento na Índia, mas a inovação amplamente compreendida. Não é apenas telefones mais rápidos, menores e mais baratos e coisas dessa natureza. Talvez a inovação mais importante na Índia nas últimas décadas foi descobrir muitas maneiras de usar a política social para capacitar indianos historicamente excluídos, ao mesmo tempo, usando o livre mercado para expandir oportunidades para milhões de pessoas. Essas são, tradicionalmente, políticas de esquerda, por um lado, e de direita, por outro.
ZH – O que outros países podem aprender com a trajetória de inovação da Índia?
Giridharadas – Cada país deve decidir o que pode aprender por conta própria. É difícil aplicar as lições através das fronteiras. Mas eu acho que a história da Índia é, em parte, resultado dos benefícios combinados de capacitação social, de um lado, e do mercado fortalecido, por outro. Economia sem política não é suficiente, mas também não existe política sem economia. A Índia começou a atacar a pobreza, a fome e estagnação usando as ferramentas de governo e do mercado ao mesmo tempo, com muitos excessos e problemas, mas também um sucesso considerável.
ZH – Pode-se dizer que escolas e universidades preparam os alunos para serem empreendedores?
Giridharadas – Elas estão tentando. Com exceção de algumas universidades indianas de elite que são classe mundial, a maioria não consegue preparar os alunos para pensarem criativamente, reconsiderar a sabedoria tradicional. Se você olhar para o trabalho que a Índia faz na área de software para o mundo, boa parte disso ainda é o trabalho de rotina que depende mais de seguir ordens do que de criar.
ZH – Você saiu dos EUA, onde nasceu, para trabalhar na Índia como consultor. O que mais o impressionou em termos de desenvolvimento econômico?
Giridharadas – A Índia está lutando com algumas coisas importantes – combate à corrupção, melhoria da educação, ampliando a igualdade de oportunidades. Uma área onde isso foi feito muito bem é a geração de grandes empresas. Há muitas razões: ao contrário da China, as empresas privadas devem levantar capital privado, em vez de capital do governo. Os indianos são também comerciantes e emprendedores natos. E em uma sociedade que durante tanto tempo disse às pessoas quem e como devem ser, a energia que foi liberada nos últimos 20 anos criou um contágio. Todo mundo que pode quer ser um empreendedor lá hoje.
Zero Hora – Qual é a importância da inovação para o desenvolvimento da Índia?
Anand Giridharadas – A inovação tem sido muito importante para o desenvolvimento na Índia, mas a inovação amplamente compreendida. Não é apenas telefones mais rápidos, menores e mais baratos e coisas dessa natureza. Talvez a inovação mais importante na Índia nas últimas décadas foi descobrir muitas maneiras de usar a política social para capacitar indianos historicamente excluídos, ao mesmo tempo, usando o livre mercado para expandir oportunidades para milhões de pessoas. Essas são, tradicionalmente, políticas de esquerda, por um lado, e de direita, por outro.
ZH – O que outros países podem aprender com a trajetória de inovação da Índia?
Giridharadas – Cada país deve decidir o que pode aprender por conta própria. É difícil aplicar as lições através das fronteiras. Mas eu acho que a história da Índia é, em parte, resultado dos benefícios combinados de capacitação social, de um lado, e do mercado fortalecido, por outro. Economia sem política não é suficiente, mas também não existe política sem economia. A Índia começou a atacar a pobreza, a fome e estagnação usando as ferramentas de governo e do mercado ao mesmo tempo, com muitos excessos e problemas, mas também um sucesso considerável.
ZH – Pode-se dizer que escolas e universidades preparam os alunos para serem empreendedores?
Giridharadas – Elas estão tentando. Com exceção de algumas universidades indianas de elite que são classe mundial, a maioria não consegue preparar os alunos para pensarem criativamente, reconsiderar a sabedoria tradicional. Se você olhar para o trabalho que a Índia faz na área de software para o mundo, boa parte disso ainda é o trabalho de rotina que depende mais de seguir ordens do que de criar.
ZH – Você saiu dos EUA, onde nasceu, para trabalhar na Índia como consultor. O que mais o impressionou em termos de desenvolvimento econômico?
Giridharadas – A Índia está lutando com algumas coisas importantes – combate à corrupção, melhoria da educação, ampliando a igualdade de oportunidades. Uma área onde isso foi feito muito bem é a geração de grandes empresas. Há muitas razões: ao contrário da China, as empresas privadas devem levantar capital privado, em vez de capital do governo. Os indianos são também comerciantes e emprendedores natos. E em uma sociedade que durante tanto tempo disse às pessoas quem e como devem ser, a energia que foi liberada nos últimos 20 anos criou um contágio. Todo mundo que pode quer ser um empreendedor lá hoje.
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