sexta-feira, 13 de abril de 2012

Rumo à asfixia tributária


Rodrigo Constantino

“Não há hoje no mundo outra economia emergente relevante com carga tributária tão alta quanto a do Brasil”. Eis a lúgubre constatação que o professor Rogério Furquim Werneck faz em seu artigo no jornal O Globo hoje. Werneck relata que, nos últimos 20 anos, a carta tributária saltou de 24% para 36% do PIB, e segue em alta. Para ele, trata-se da “crônica de uma asfixia anunciada”.

Tal expansão do setor público sobre a economia representa um enorme peso para a iniciativa privada, e acaba sufocando o crescimento da economia. Entretanto, o governo petista não dá sinais de que compreende tal relação entre causa e efeito, ou se entende, parece aplaudir. Conforme alerta o professor, o governo vinha apostando suas fichas na possibilidade de manter a arrecadação crescendo acima do PIB, “para que o gasto público pudesse continuar em rápida expansão, em consonância com seu projeto político”.

Entre inúmeros males que assolam este país, a hipertrofia estatal é o maior deles. Não é possível criar um ambiente favorável ao crescimento sustentável da economia quando o governo é um mastodonte obeso, com fome insaciável pelos recursos produzidos pela iniciativa privada. Sem a redução da carga tributária, que depende por sua vez da redução dos gastos públicos, o Brasil terá crescimento menor, com mais inflação.

Esta é a tendência, que já começa a mostrar sua cara após a fase de bonança insustentável. A indústria já acusou o golpe, mas outros setores também vão pelo mesmo caminho. É questão de tempo.

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