Como a burocracia eleva o custo das empresas
Equipes inteiras encarregadas de acompanhar e desbravar novas normas tributárias. Mesas tomadas por pilhas de guias, declarações e obrigações fiscais. Rotina de filas e autenticações em uma dezena de guichês para abrir uma empresa. Terrenos que passam anos à espera de autorizações para virar prédios. A burocracia que sufoca empresas brasileiras e gaúchas tem muitas facetas e cada uma torna a vida dos empreendedores mais cara e difícil.
O Banco Mundial coloca o país na 126ª posição em uma lista de 183 nações em facilidade para fazer negócios. De cinco fatores que mais atormentam empresários brasileiros, dois são ligados à burocracia. Isso tem um preço
Empresas gastam muito com consultorias que as ajudem a compreender e pagar suas obrigações. Indústrias demoram mais do que concorrentes estrangeiros para despachar mercadorias em portos, encarecendo o frete. Construtoras continuam pagando salários de pedreiros e engenheiros enquanto os projetos viajam por dezenas de repartições públicas à espera de aval. Quem paga a conta é o consumidor, a quem são repassados os custos de produtos e serviços.
A Federação de Indústrias de São Paulo estima que a burocracia custe ao país 2,7% do Produto Interno Bruto, o dobro da média mundial. Se o número for repartido por Estados, conforme sua participação na riqueza nacional, a conta paga pelo Rio Grande do Sul chega a R$ 7,3 bilhões.
– O excesso de normas é fruto da cultura paternalista do Estado brasileiro, que acha que mais regulamentação significa proteção e controle. É uma premissa equivocada: criadas de forma desordenada, muitas leis se sobrepõem e atrapalham quem pretendiam defender– afirma Renato Fonseca, economista da Confederação Nacional da Indústria.
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