quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Todos temos os direito de sermos desiguais (Margaret Thctcher)

"Somos todos desiguais. Ninguém, obrigado céus, é igual a outra pessoa, por mais que os socialistas tentem dizer o contrário. E nós acreditamos que todos tem o direito de serem desiguais. Mas para nós, cada ser humano é igualmente importante."


"Um dos maiores debates do nosso tempo é sobre quanto do nosso dinheiro deve ser gasto pelo Estado, e quanto você deve manter para gastar em sua família. Se estado deseja gastar mais, ele pode fazer isso somente pegando emprestado suas poupanças, ou taxando você ainda mais. E não é bom pensar que alguém vai pagar. Por que esse alguém é você."



Por que o capitalismo sempre foi o verdadeiro socialismo.

A democracia liberal é o único regime que permitiu, até hoje, a efetiva participação do homem comum no processo político: não precisa ser um plutocrata nem um membro do “partido”. Tudo aquilo que os comunas sempre pregaram é garantido, ora vejam, pelo capitalismo — desde que exercido sob a tutela democrática. Verdade insofismável: existe capitalismo sem democracia, mas não há democracia sem capitalismo. Se livres, é claro que a tendência dos homens será em favor da redistribuição da riqueza. O verdadeiro “socialismo”, pois, é a democracia capitalista. Sob ditaduras, o que se terá sempre será a concentração da riqueza.

Por Reinaldo Azevedo

Vocês sabem que a tirania chinesa é o grande farol do petismo. Os companheiros são fascinados por aquele misto de estatismo, ditadura, elite pistoleira e, ora veja, crescimento econômico. Se há um lugar onde o capitalismo exibe a sua face realmente selvagem — sem, vamos dizer, os requintes civilizatórios dos direitos sociais —, esse lugar é a China. Fez-se uma sociedade de mercado para uns 400 milhões de pessoas, mantém-se uns 900 milhões debaixo de chicote, e a vida continua.

- Os petistas são obcecados pela “ditadura que funciona”.
- Alguns plutocratas nativos são obcecados pela “parceria” lá existente entre estado e iniciativa privada. Chamam ”parceria” a mais pura pistolagem.
- Alguns que se querem “pragmáticos” são obcecados pelo, como chamarei?, “produtivismo”.

Como todo mundo sabe, a China só pode fazer o dumping clássico e exportar ao mundo a preço de banana porque faz um outro dumping, o de vidas humanas. Até alguns que se querem da minha turma, liberais, acham aquilo lindo! Lixo! Não são da minha turma. O liberalismo que não supõe o exercício das liberdades individuais e de organização é só a pistolagem dos mais fortes. Assim como o comunismo original era a pistolagem dos mais fracos. É claro que não poderia dar em nada.

Por que isso tudo? No Radar Econômico do Estadão Online, Sílvio Guedes Crespo traz uma informação espetacular, veiculada pela agência Bloomberg. Leiam trechos:

Um levantamento da agência Bloomberg a partir de dados da Hurun Report, instituição que mede riqueza na China, mostrou que a elite política do país asiático tem um patrimônio dezenas de vezes superior ao das autoridades americanas. Em reportagem intitulada “Congresso bilionário chinês faz seus pares americanos parecerem pobres”, a Bloomberg informa que os 70 delegados mais ricos do Congresso Popular da China (que tem no total 3 mil membros) possuem, juntos, uma fortuna de US$ 89,8 bilhões. Enquanto isso, nos Estados Unidos, os 535 membros do Congresso, o presidente, os secretários (equivalente a ministros) e os nove membros da Suprema Corte - 660 pessoas no total - detêm, juntos, um patrimônio de US$ 7,5 bilhões.

A Bloomberg acredita que isso seja uma amostra de como o crescimento econômico chinês tem ocorrido de forma desequilibrada. É muito provável que seja verdade, mas, para não deixar dúvida, a agência poderia ter mostrado a evolução desses números ao longo do tempo. “É extraordinário ver esse grau de casamento entre riqueza e política”, disse à Bloomberg um analista do Brookings Institution, em Washington.

Na China, vários bilionários têm cargo público. Por exemplo, Zong Qinghou, segundo homem mais rico do país de acordo com a lista mais recente da Hurun Report, é um delegado do Congresso. Zhang Yin, a mulher mais rica da China, é membro da Conferência Consultiva Política Popular da China. Segundo a Bloomberg, o ex-presidente chinês Jiang Zemin promoveu a inclusão de empresários privados no Partido Comunista.

Essa diferença entre o patrimônio das autoridades americanas e o das chinesas ocorre porque na China parte considerável da elite econômica é ligada diretamente ao governo ou ao partido. Já nos EUA, as autoridades e os legisladores não são necessariamente bilionários.
(…)

Encerro
A democracia liberal é o único regime que permitiu, até hoje, a efetiva participação do homem comum no processo político: não precisa ser um plutocrata nem um membro do “partido”. Tudo aquilo que os comunas sempre pregaram é garantido, ora vejam, pelo capitalismo — desde que exercido sob a tutela democrática. Verdade insofismável: existe capitalismo sem democracia, mas não há democracia sem capitalismo. Se livres, é claro que a tendência dos homens será em favor da redistribuição da riqueza. O verdadeiro “socialismo”, pois, é a democracia capitalista. Sob ditaduras, o que se terá sempre será a concentração da riqueza.

O PT só não consegue ser “chinês” porque é incompetente. No mais, aquele modelo os inspira. O partido também ama o estado, a ditadura e vive de braços dados com espertalhões subsidiados, convertidos em grandes esteios da economia nacional.

Não se esqueçam jamais, meus queridos: o verdadeiro confronto de posições hoje em dia se dá entre “a direita” (como eles chamam) que trabalha para arrecadar impostos e “a esquerda” que vive pendurada nas tetas do estado, com seus plutocratas agregados.

Voltando ao centro: aquela desproporção entre a concentração de riqueza dos políticos chineses e dos homens de Estado nos EUA é ainda mais eloqüente se nos lembrarmos que os EUA têm um PIB de US$ 15 trilhões para uma população de 300 milhões de habitantes, e a China, de US$ 7 trilhões para a uma população de 1,3 bilhão! Os EUA, nação mais rica do planeta, tem o 15º PIB per capita do mundo (US$ 48.147); a China, o 90º (US$ 5.184). Só para vocês terem uma idéia, o PIB per capita de Banânia (US$ 11.177) é mais do que o dobro do chinês, o que nos coloca em 71º no ranking.

De novo: o modelo chinês, tão admirado pelos “companheiros”, consegue ter o 90º PIB per capta do mundo e concentrar nas mãos de 70 políticos a estratosférica quantia de US$ 89,8 bilhões. Em 15º lugar, toda a elite política americana tem apenas o correspondente a 1/12 desse total.

Ah, sim: o comunismo, o tal “regime da igualdade” tão apreciado pela petezada, é o chinês, tá, pessoal? Do modelo americano, os companheiros não gostam. Acham que ele é muito concentrador de renda…

Essa é uma das razões por que esses homens justos me encantam tanto. É por isso que os JEG (Jornalistas da Esgotosfera Governista) os defendem tanto!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pequeno Dicionário da Novilíngua Lulista

Algumas expressões são de chorar de rir. Destaco as expressões direita e esquerda

direita. Categoria em que deve ser enquadrado todos os partidos e indivíduos que não obedeçam às ordens de Lula. (Exs: O PSOL é de direita; Hélio Bicudo é de direita)

esquerda. 1. Categoria que abrange todos os que apoiam Lula. 2. Conglomerado que junta em torno do mesmo chefe militantes do PT, antigos servidores da ditadura militar, coronéis de grotão, senhores feudais, capitalistas selvagens, socialistas que só pensam em dinheiro e órfãos do Muro de Berlim. (Exs: José Dirceu é de esquerda; José Sarney é de esquerda)


A
aliança governista. Maior ajuntamento de partidos de aluguel do planeta. 


aloprado. 1. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras concebidas para favorecer candidatos do PT ao governo de São Paulo. 2. Vigarista engajado em alguma campanha eleitoral de Aloízio Mercadante.

analfabetismo. 1. Deficiência que foi promovida a virtude no começo do século para apressar a chegada de um enviado da Divina Providência ao Palácio do Planalto. 2. Qualidade depreciada por reacionários preconceituosos, integrantes da elite golpista e louros de olhos azuis. 3. Marca de nascença da Primeira Mãe.

anistiado político. Companheiro que só divergiu do regime militar para investir na carreira de perseguido e garantir uma velhice confortável como pensionista do Bolsa Ditadura.

apagão. Blecaute ocorrido em lugares governados por adversários do PT. (Ver blecaute)

asilo político. Instrumento jurídico que beneficia todo terrorista condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.

B
base aliada. 1.Base alugada. 2. Bando formado por parlamentares de diferentes partidos que arrendam a fidelidade ao governo, por prazo determinado, em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral. 3. Quadrilha composta por deputados e senadores.

blecaute. Apagão ocorrido em lugares governados pelo PT. (Verapagão)

blogueiro progressista. 1. Jornalista que jamais conseguiu emprego ou fracassou nos principais órgãos de comunicação e hoje sobrevive na internet alugado ao governo. 2. Gente que vive de escrever mas seria reprovada na prova de português do ENEM mesmo que soubesse antecipadamente as questões escolhidas pelos organizadores. 3. Ex-jornalistas que enriquecem em campanhas difamatórias patrocinadas por corruptos.

Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.

bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.

Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.

BNDES. Banco que usa dinheiro dos pagadores de impostos para financiar obras encomendadas pelo governo a empresas privadas que têm patrimônio suficiente para distribuir mesadas de bom tamanho a todos os pagadores de impostos.


C
camarada de armas. Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)

cargo de confiança. 1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar. 2. Boquinha (pop.).

cartão corporativo. Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.

Casa Civil. 1. Conjunto de salas no 4° andar do Palácio do Planalto que, entre 2003 e 2011, foi controlado por casos de polícia que entram sem bater no gabinete presidencial. 2. Esconderijo; tugúrio; catacumba. 3. Sede de quadrilhas formadas por amigos ou parentes do ministro-chefe. 4. Antigo nome da atual Casa Covil, rebatizada em homenagem aos ex-inquilinos José Dirceu, Dilma Russeff, Erenice Guerra e Antonio Palocci.

Comissão da Verdade. 1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento. 2. Entidade concebida para apurar crimes cometidos pelos outros.

companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.

concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT. (Verprivatização)

conselho de ética. Grupo formado por pessoas que não acham antiético roubar o cofrinho de moedas da filha, tungar a aposentadoria da avó ou vender a mãe.

consultor. 1. Companheiro traficante de influência. (Ex: Antonio Palocci é consultor). 2. Companheiro que facilita negócios escusos envolvendo o governo e capitalistas selvagens. (Ex: José Dirceu é consultor). 3. Companheiro que, enquanto espera um cargo no governo federal, recebe mesadas e indenizações de empresas que favoreceu no emprego antigo ou vai favorecer no emprego novo. (Ex: Fernando Pimentel é consultor)

contrato sem licitação. Assalto aos cofres públicos sem risco de cadeia.

controle social da mídia. Censura exercida por videntes treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Verdemocratização da mídia)

convênio. Negociata feita em parceria por um ministério ou estatal e uma ONG de araque ou empresas controladas pelo ministro ou por amigos e parentes do ministro.

Copa do Mundo. Negócio da China.

corrupção. 1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo. 2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins. 3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.

crime comum. Assassinato de um prefeito do PT por motivos político-financeiros, associados a divergências entre integrantes de um esquema de arrecadação de dinheiro sujo. (Ex.: A morte de Celso Daniel foi um crime comum)

Cuba. 1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito. 2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.

cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.

D
democratização da mídia. 1. Erradicação da imprensa independente. 2. Entrega do controle dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados. (Ver controle social da mídia)

direita. Categoria em que deve ser enquadrado todos os partidos e indivíduos que não obedeçam às ordens de Lula. (Exs: O PSOL é de direita; Hélio Bicudo é de direita)

ditador. Tirano a serviço do imperialismo estadunidense. (Ver líder)

ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.

doutor honoris causa. Diploma conferido a ex-presidentes que nunca leram um livro, não sabem escrever e acham que “honoris” é um Honório com erro de revisão.


E
elite golpista.Balaio sócio-econômico que junta todos os bilionários, os ricos, os integrantes da classe média velha ou nova, os pobres e os miseráveis que não votam no PT.

erro. 1. Crime cometido por companheiros. 2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.

espetacularização do nada. Expressão decorada pela Primeira Companheira para ensinar que o que parece um tremendo escândalo é só uma distorção visual decorrente de um tipo de miopia causado por efeitos especiais produzidos pela imprensa.

esquerda. 1. Categoria que abrange todos os que apoiam Lula. 2. Conglomerado que junta em torno do mesmo chefe militantes do PT, antigos servidores da ditadura militar, coronéis de grotão, senhores feudais, capitalistas selvagens, socialistas que só pensam em dinheiro e órfãos do Muro de Berlim. (Exs: José Dirceu é de esquerda; José Sarney é de esquerda)


F
factoide. Fato relevante que, para não deixar o PT ainda pior no retrato, deve ser exibido em tamanho 3 por 4 e em matizes de rosa.


faxina ética. 1. Limpeza simulada para aumentar a sujeira. 2. Truque concebido para convencer o eleitorado de que Dilma Rousseff não conheceu nem de vista gatunos com os quais conviveu durante oito anos. 3. Serviço executado por faxineiras que não conseguem viver sem lixo por perto.

faxineira. Fantasia usada por Dilma Rousseff para fingir que varreu o lixo empurrado para baixo do tapete ou guardado no bolso do avental.

Fernando Henrique Cardoso. 1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT. 2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.

FHC. 1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo. 2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz. 3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.

financiamento de campanha. Expressão usada por integrantes da quadrilha chefiada por José Dirceu e por testemunhas de defesa em depoimentos na polícia ou na Justiça sobre o escândalo do mensalão.

Foro de São Paulo. 1. Feira internacional que agrupa remanescentes de espécies ideológicas extintas na Europa e em expansão na América Latina. 2. Quermesse destinada a arrecadar fundos para a Irmandade dos Órfãos do Muro de Berlim.

G
governabilidade. 1. Graça concedida a governantes que são justos na divisão dos lucros. 2. Palavrão que justifica todas as barganhas bandidas entre o Planalto e a base alugada. 


greve: 1. Forma de luta a serviço dos oprimidos (quando a paralisação prejudica governos contrários ao PT). 2. Forma de chantagem a serviço dos opressores do povo (quando a paralisação prejudica governos controlados pelo PT)


grupo insurgente. Organização terrorista que se opõe ao imperialismo ianque. (Ex: As Farc são um grupo insurgente)

H
herança maldita. Conjunto de mudanças ocorridas durante o governo FHC que incluem o Plano Real, a estabilização da moeda, a privatização de estatais em frangalhos, a modernização da telefonia, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a consolidação da democracia e a fixação das diretrizes da política econômica que Lula manteve.

I
imprensa popular: 1. Ajuntamento de meios de comunicação patrocinados por estatais ou empresas beneficiadas por obras públicas, que publicam textos escritos por quem presta vassalagem ao governo e ao PT por vassalagem, idiotia ou dinheiro.

inclusão social. Transferência de pobres para a classe-média sem aumento salarial.

inundação. Desastre natural provocado por chuvas fortes que, embora se repitam em todos os verões desde o século passado, continuam surpreendendo o governo.

IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). 1. Fábrica de brasileiros da nova classe média. 2. Clube de alquimistas especializados na transformação de pobre em ex-pobre sem aumento de salário.


J
justiça social. Expressão que, repetida cinco vezes por dia durante dois anos, induz um catador de lixo a acreditar que a única diferença que o separa de um banqueiro é que um deles dá gorjeta e o outro recebe.

L
líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense. (Ver ditador)

livro didático do MEC. Inovação educacional que ensina a recitar sem constrangimentos frases como “nós pega os peixe” ou jurar sem hesitação que 10 menos 7 é igual a 4.


M
malfeito. Crime praticado por bandidos de estimação do governo federal ou do PT.

maracutaia. 1. Expressão popularizada por Lula no século passado na discurseira que denunciava o que todos os outros partidos faziam. 2. Expressão abolida por Lula desde que o PT passou a fazer mais e melhor que todos os outros partidos.


marco regulatório. 1. Conjunto de normas, leis e diretrizes que, se não fossem atropeladas pelo governo de meia em meia hora, garantiriam o bom funcionamento de setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública. 2. Balaio de leis que não pegaram.


Mensalão. Maior escândalo que não existiu entre todos os outros ocorridos no Brasil desde o Descobrimento.

mercadante. Gente que revoga até o que considera irrevogável.

meu querido/minha querida. Expressões usadas por Dilma Rousseff quando está conversando em público com jornalistas ou ministros e não pode soltar o palavrão entalado na garganta.

mídia golpista: Imprensa independente.

militância. Rebanho formado por ovelhas tão obedientes que, se o Grande Pastor ordenar, tentará atravessar o despenhadeiro sem ponte.

ministério. 1. Equipe formada por 38 nulidades sob o comando de um neurônio solitários. 2. Prova definitiva de que o Brasil aprendeu a funcionar sem governo.

moralismo udenista. Doença que induz o portador a acreditar que todos são iguais perante a lei, que corrupção é crime e que lugar de ladrão é na cadeia.


MST. 1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura. 2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.

N
né?. Corruptela de “não é?” usada pela Primeira Companheira para permitir que o neurônio solitário repouse alguns segundos depois de uma frase sem pé nem cabeça e antes de outra que não tem começo, meio ou fim.


neoliberalismo. Doutrina pessoalmente concebida pelo demônio para disfarçar de novidade o capitalismo selvagem do século 19.

no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.

nuncaantesnestepaís. 1. Expressão decorada pelo Primeiro Companheiro para ensinar ao rebanho que o Brasil começou em 1° de janeiro de 2003 e que foi ele quem fez tudo, menos Fernando Henrique Cardoso.

O
Olimpíada de 2016. 1. Versão em escala cósmica dos Jogos Pan-Americanos mais bandalhos da história. 2. Competição esportiva que começa com a conquista da medalha de ouro pela equipe que representa o Brasil na modalidade assaltos orçamentais. 3. Negociata do século. 


ONG. Organização não-governamental sustentada por negociatas governamentais.

ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, como também não entendeu o que acabou de dizer, vai recitar o mesmo mistério com outras palavras.

Orçamento. 1. Montanha de reais extorquidos dos pagadores de impostos que financia a gastança em Brasília. 2. Bolo de dinheiro dividida em fatias desiguais que o governo reparte entre os partidos da base alugada para garantir a governabilidade. (Ver governabilidade)


P
PAC. Maior concentração de canteiros de obras abandonados do planeta.

palestrante. Disfarce adotado por Lula para ganhar 200 mil dólares de empresários amigos para dizer, em 50 minutos, o que passou oito anos dizendo de graça a cada meia hora.


PIG. Partido da Imprensa Golpista, segundo os blogueiros estatizados agrupados no Partido da Imprensa Governista (PIG).


passaporte diplomático. Documento usado por filhos, netos e agregados do ex-presidente Lula para furar a fila da alfândega e entrar em outros países sem mostrar o que levam na bagagem.


pedra fundamental. Obra do PAC que não será construída mas já foi inaugurada.

PT: Seita que tem uma estrela vermelha como símbolo e Lula como único deus.


petista: 1. Devoto de Lula. 2. Indivíduo convencido de que foi Lula quem criou o Brasil. 


Petrobrás. 1.Estatal fundada para cuidar dos interesses do Brasil na OPEP depois da Descoberta do Petróleo, uma das mais notáveis façanhas de Lula. 2. Empresa que, quanto mais produz, mais dinheiro perde. 3. Buraco negro.

política externa independente. 1. Conjunto de diretrizes concebidas para garantir que o Brasil esteja sempre contra os Estados Unidos e a favor do Irã, de Cuba, da Coreia do Norte e da Venezuela. 2. Escola diplomática onde se aprende a, diante de uma encruzilhada, escolher invariavelmente o caminho errado.


Predo II. Dom Pedro II segundo Lula. (Ver Transposição do São Francisco)

pré-sal. Presente que Lula ganhou de Deus por ter dispensado o Pai de continuar cuidando do Brasil. 


presidenta. Forma de tratamento usada por candidatos a Sabujo do Ano ou companheiros com medo daquele pito que fez José Sérgio Gabrielli cair na choradeira.

presunção de inocência. Figura jurídica usada no Brasil Maravilha para ensinar que todo lulista culpado é inocente.


privatização. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT. (Ver concessão)

R
recursos não-contabilizados. 1. Caixa dois. 2. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.

reforma ministerial. 1. Substituição de ministros pilhados em flagrante pela imprensa independente. 2. Substituição de ministros obrigados a deixar o cargo para disputar a próxima eleição. 3. Troca de seis por meia dúzia.

Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Malandragem que dispensa de licitações e limitação de gastos todos os contratos envolvendo obras ou serviços supostamente vinculados à Copa da Roubalheira e à Olimpíada da Ladroagem.

revisão de contrato. Reajuste de sobrepreços e propinas.

S
segundo escalão: Cabide de empregos que o governo usa para estimular, saciar ou diminuir a fome e a sede do PMDB.


sindicalista. Companheiro que abandonou o emprego regular no século passado para exercer o lucrativo ofício de pelego.

sindicância interna. Investigação feita por companheiros especializados em absolver por falta de provas.

Sírio-Libanês. Hospital a que recorrem Altos Companheiros com problemas de saúde para que o SUS, que está perto da perfeição, tenha mais vagas para os miseráveis, os pobres e a nova classe média inventada pelo IPEA. (Ver SUS)

SUS. Filial em tamanho gigante do Sírio-Libanês reservada a quem não tem dinheiro para internar-se na matriz. (Ver Sírio-Libanês)

T
taxa de sucesso. Propina embolsada por filhos, parentes e agregados de Erenice Guerra que usavam a influência da chefe da quadrilha e da Casa Covil para permitir que algum empresário malandro continuasse a fechar contratos com o governo sem ter cumprido o combinado em contratos anteriores. (Ex: Israel Guerra subiu na vida não porque é gatuno, mas por colecionar taxas de sucesso)

Transposição do São Francisco. Tapeação multibilionária inventada pelo ex-presidente Lula para ser promovido a Dom Pedro III. (Ver Predo II)

trem-bala. Trem fantasma que partiu da cabeça de Lula e estacionou na cabeça de Dilma Rousseff, onde vai atravessar o século em companhia do neurônio solitário.

U
União Nacional dos Estudantes (UNE). 1. Entidade que representou os universitários brasileiros até ser estatizada em 2003 e transformar-se na União Nacional dos Estudantes Amestrados (UNEA), premiada pela vassalagem ao governo com uma sede nova projetada por Oscar Niemeyer. 2. Balcão de compra e venda de carteirinhas que garantem meia-entrada. 3. Curso de doutorado em maracutaias reservado a futuros ministros do Esporte. 4. Clube recreativo dirigido por estudantes que demoram 15 anos para concluir um curso que dura cinco. (VerUNEA)

V
veja bem. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que vai descrever uma paisagem do Brasil Maravilha que só ele enxerga.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Gol contra


O stress supremo para a maioria dos trabalhadores exclui os juízes: a demissão

de Roberto Pompeu de Toledo (Revista Veja)

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Tivesse escolhido a política em vez da toga, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Nelson Calandra, poderia contar com excelentes perspectivas na carreira.

Plataforma ele já possui, e uma plataforma capaz de garantir sólido ponto de largada numa campanha eleitoral — férias de dois meses ao ano para cada trabalhador.

A ideia foi defendida por Calandra em recente edição do programa de TV Roda Viva. “A vida não é só trabalho”, argumentava, “o lazer é importante”, (…) “o que queremos é estender esse benefício a todos” — e por aí ia, num tom de fraternidade e compaixão para com o trabalhador brasileiro.

Para defender os dois meses de férias dos juízes, Calandra contra-atacou: que todos os trabalhadores as tenham

Com isso contra-atacava as cobranças em torno das férias de dois meses gozadas com exclusividade pelos magistrados. Não é que isso configure uma anomalia, eis o que queria dizer. Anomalia é os outros não gozarem de igual direito. Salvo engano, foi a primeira vez que o representante máximo dessa espécie de sindicato dos juízes que é a Associação dos Magistrados desfraldou a bandeira das duplas férias para todos.

Pelo menos, foi a primeira vez que a desfraldou com tal insistência, como argumento central, e diante de público de amplo espectro como o de um programa de televisão.

Ficou evidente que nem Calandra acredita mais na eficácia do discurso anterior, arguido exaustivamente enquanto prestou, e subdividido em duas partes:

(1) a natureza particularmente estressante do ofício de juiz; e

(2) a circunstância de tantas vezes o juiz levar trabalho para casa.

Stress todos os profissionais têm. Risco de demissão, quase todos

Stress por stress, dura é a competição do magistrado com profissionais que vão do médico ao piloto de avião, do bombeiro ao torneiro mecânico (um deles, o mais famoso, perdeu um dedo, ao distrair-se na máquina), sem esquecer do stress supremo, a que está submetida a imensa maioria dos trabalhadores brasileiros — e do qual estão salvos os juízes —, que é a possibilidade de serem demitidos.

Quanto a levar trabalho para casa, também o fazem do professor com provas a corrigir à multidão de brasileiros que apelam para bicos caseiros para complementar a renda.

Será que ele falava sério?

O novo argumento ignora de forma tão aberrante os sistemas de produção e as exigências da economia, e defende para os trabalhadores brasileiros uma benesse tão única, entre todos os países, que suscita uma dúvida: Calandra falava sério?

No Roda Viva, o presidente da Associação dos Magistrados mostrou-se um ardiloso debatedor, sem medo de recursos como o de sair pela tangente ou o de confundir.

Num tortuoso e nebuloso arrazoado, defendeu a ideia de que a Associação dos Magistrados saiu ganhando com a decisão do Supremo Tribunal Federal de confirmar a competência do Conselho Nacional de Justiça para tomar a iniciativa de investigar magistrados, quando na verdade a associação foi a proponente da ação que arguia o oposto.

Em outro momento, afirmou que os altos valores pagos a certos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo correspondiam a salários atrasados.

Seria uma grande novidade, merecedora de escandalosas manchetes (São Paulo não paga a seus desembargadores!), se não contrariasse a unanimidade das informações até agora disponíveis — as de que as somas correspondem não a salários mas a vantagens, como o famigerado auxílio-moradia.

A fala de Calandra é mansa, a postura imperturbável, a amabilidade impõe-lhe referir-se aos entrevistadores sempre pelo nome. Tais qualidades reforçam a convicção de que, tivesse escolhido a política, haveria de sair-se bem. Daí a dúvida.

Entidade que atua com a cegueira corporativa de um sindicato

Estava falando sério? Ou, como é comum entre os políticos, lançando mão da dissimulação e da demagogia? Se falava sério, ou bem o presidente da Associação dos Magistrados é um visionário, tão tomado pela flama da utopia que imagina que o futuro é agora, e quer adiantar a civilização do lazer imaginada como consequência dos avanços tecnológicos, ou bem é um ignorante dos mecanismos que regem a economia e o trabalho no mundo que o cerca.

Ele não é uma coisa nem outra. É suficientemente inteligente para escapar de uma e outra condição.

Resta a conclusão de que não falava sério, e isso lhe traz dois problemas.

O primeiro é a evidência de que não tinha mais como defender sua posição senão recorrendo à dissimulação e à demagogia.

O segundo, que não fica bem a um juiz lançar mão das armas da dissimulação e da demagogia. Juiz é figura preciosa demais na sociedade. Não fica bem para a classe a defesa de privilégios.

Também não lhe fica bem ser representada por uma entidade que atua com a cegueira corporativa de um sindicato. A bandeira das férias de dois meses para todos os trabalhadores faria boa figura no palanque.

Na boca do presidente da principal associação de magistrados, é gol contra.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A Cigarra Doente


O trabalho precisa ser enaltecido, em vez da vida parasitária à custa dos outros. A responsabilidade, sempre individual, precisa retornar, jogando para escanteio a utopia coletivista. Os fatos devem ser enfrentados. A formiga, enfim, precisa ser mais valorizada que a cigarra. 
Há, entretanto, um grave problema na equação: A cigarra, mesmo doente, não deseja abrir os olhos e verificar que aquela dolce vita não existe mais. Ela irá relutar até o final. Só que as formigas cansaram de bancar a farra da cigarra. Até quando ela conseguirá cantar assim?


Por Rodrigo Constantino, Revista Voto

Apesar do epicentro da crise mundial estar nos Estados Unidos, a economia européia é que foi parar na UTI. Mais especificamente, os países denominados PIGS (Portugal, Itália, Grécia e Espanha, na sigla em inglês) estão passando por um verdadeiro dilema sem fácil solução. A tragédia grega se espalha rapidamente para contaminar os demais membros da União Européia, todos eles vítimas do mesmo tipo de doença. Esta mazela tem nome: chama-se welfare state.

A vida animal numa natureza hostil nunca foi fácil. Não poderia ser diferente para os seres humanos. Sobreviver é uma árdua tarefa, sujeita a inúmeros riscos, além da constante necessidade de labutar para obter os recursos fundamentais. Viver bem então, levar uma “vida digna”, parece uma meta ainda mais audaciosa. Boa parte da humanidade simplesmente viveu ou vive à margem dessas benesses que os povos de nações desenvolvidas pelo capitalismo parecem tomar como certas. E quando a maioria do povo começa a encarar tais condições como “direitos” que são garantidos pelo governo, e não mais como resultado de um sistema que oferece liberdade individual e cobra responsabilidade em troca, eis quando os problemas começam.

Conceitos básicos obtidos pelo bom senso passam a ser ignorados por aqueles que, feito crianças mimadas, sonham que basta bater o pé no chão e pedir para ser atendido. Mas quem vai provê-los de tais “direitos”, na verdade vantagens duramente conquistadas? Ora, o Estado, “essa grande ficção através da qual todo mundo tenta viver à custa de todo mundo”, como dizia Bastiat. Essas pessoas, imbuídas de uma mentalidade coletivista que justifica tudo pelo “social”, esquecem que para alguém desfrutar do direito a produtos feitos pelos homens, outro deve ser obrigado a trabalhar para produzi-los. Afinal, casas, remédios, roupas, alimentos, nada disso cai do céu. Quando um povo ignora como tais recursos são possíveis, quando ele passa a acreditar que basta o governo decretar, e todos os desejos serão realizados, o encontro com a dura realidade será questão de tempo. 

E o tempo de ajustes dolorosos para os europeus chegou. O aumento na quantidade de “direitos” oferecidos pelos governos europeus aos seus eleitores foi impressionante nas últimas décadas. Para financiar tais promessas, a carga tributária já subiu a patamares assustadores, fazendo com que um típico europeu tenha que trabalhar quase a metade do ano apenas para pagar impostos. A rigidez das leis trabalhistas, na ingênua crença de que garantiriam segurança aos trabalhadores (já empregados), engessou a economia, dificultando a demissão e, portanto, a contratação de pessoal. Os governos encontraram, como única alternativa para honrar seus gastos excessivos, a opção de emitir dívida. O endividamento desses governos em relação às suas economias chegou a graus insustentáveis em alguns casos. 

Enquanto a maré toda está subindo, por conta de choques produtivos com a entrada de bilhões de eurasianos no mercado de trabalho, ou pela manutenção das taxas de juros em níveis artificialmente baixos, tudo parece bem. Mas quando a bolha estoura e a maré baixa, aqueles que nadavam pelados ficam expostos. É justamente este o caso de boa parte da Europa. Seu modelo de welfare state apresenta grande semelhança ao esquema Ponzi de pirâmide. Os trabalhadores novos vão sendo forçados a trabalhar mais para pagar pelos “direitos” dos outros. A previdência social, altamente benigna, no papel, com os aposentados, vai acumulando um rombo explosivo. Ocorre que a demografia não mais ajuda. Os europeus passaram a ter menos filhos. A conta não fecha. E a economia mundial deixou de ajudar, entrando em recessão. A bomba-relógio parece cada vez mais próxima de explodir.

O que deve ser feito é bastante claro do ponto de vista teórico. Esses governos precisam apertar bastante seus cintos, reduzir drasticamente seus gastos, soltar as amarras burocráticas que travam o dinamismo econômico, e deixar o setor privado respirar ares mais livres. Em resumo, a Europa precisa realizar reformas liberais, voltar a aceitar a realidade como ela é. O trabalho precisa ser enaltecido, em vez da vida parasitária à custa dos outros. A responsabilidade, sempre individual, precisa retornar, jogando para escanteio a utopia coletivista. Os fatos devem ser enfrentados. A formiga, enfim, precisa ser mais valorizada que a cigarra. 

Há, entretanto, um grave problema na equação: convencer esse povo, agora já acostumado, a abrir mão dos privilégios insustentáveis. Muitos já ameaçam ou até fazem greves gerais, mostrando que não aceitarão, sem luta, regressar à realidade, largar o osso oferecido pelo governo no passado. A cigarra, mesmo doente, não deseja abrir os olhos e verificar que aquela dolce vita não existe mais. Ela irá relutar até o final. Só que as formigas cansaram de bancar a farra da cigarra. Até quando ela conseguirá cantar assim?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DILEMA PREVIDENCIÁRIO

A falência do Estado de bem-estar social, especialmente dos modelos vigentes na Europa, acende uma luz de advertência nesta questão da previdência pública. Cada vez mais fica evidente o equívoco dos governos que tentam assumir a responsabilidade pela subsistência e pela felicidade dos cidadãos, comprometendo-se com benefícios que não conseguirão sustentar.

Ficou para depois do Carnaval a votação pela Câmara do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público da União (Funpresp), que pretende corrigir a gritante distinção entre as aposentadorias dos trabalhadores do setor público e as da iniciativa privada. Se prosperar a intenção do governo, o teto da aposentadoria dos servidores passará a ser o mesmo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualmente em R$ 3,6 mil. Para receber mais, o funcionário público deverá contribuir para o fundo complementar, que pagará uma aposentadoria extra a partir de 35 anos de contribuição. O objetivo da mudança não é castigar ninguém, mas, sim, reduzir o déficit da Previdência, que a cada ano se torna mais insustentável e caminha para a inviabilidade.

Atualmente, o governo paga 1,1 milhão de benefícios a servidores públicos e tem um déficit próximo de R$ 60 bilhões. O INSS tem 28 milhões de beneficiários e o déficit chega a R$ 36,5 bilhões. A correção se impõe e é urgente, até mesmo porque as mudanças só atingirão os servidores que ingressarem após a vigência da lei.

Será, certamente, um remédio amargo, especialmente para uma categoria que se habituou com as benesses do poder. Entre os principais atrativos da carreira pública estão a aposentadoria integral e o reduzido tempo de serviço até o jubilamento. Com as novas regras, os servidores terão que ficar mais tempo na ativa para fazer jus à aposentadoria integral. Entidades que congregam servidores veem nisso um risco de desinteresse dos trabalhadores mais capacitados pelo serviço público, pois poderão ganhar mais na iniciativa privada. Mas esta é uma questão secundária diante do risco de quebra da Previdência, caso o atual sistema seja mantido. Enquanto o déficit do INSS já se mantém estável nos últimos dois anos, no setor público cresce vertiginosamente a diferença entre o que o governo arrecada e paga para os servidores inativos.

A falência do Estado de bem-estar social, especialmente dos modelos vigentes na Europa, acende uma luz de advertência nesta questão da previdência pública. Cada vez mais fica evidente o equívoco dos governos que tentam assumir a responsabilidade pela subsistência e pela felicidade dos cidadãos, comprometendo-se com benefícios que não conseguirão sustentar. O aumento da expectativa de vida, associado à diminuição da população ativa, tornou inviável a sustentação dos sistemas de previdência em várias nações europeias. A demasiada proteção do Estado aos indivíduos também gerou uma população avessa ao risco e à competição, com prejuízos crescentes para a economia dos países assistencialistas.

Esse cenário internacional só reforça a necessidade de uma revisão do modelo brasileiro. O tema é complexo e vai exigir total responsabilidade dos legisladores, sejam eles favoráveis ao governo ou oposicionistas. Sua gravidade, porém, indica que não há mais margem para adiamentos. Depois do Carnaval, como diz um famoso samba-enredo, o país precisa tomar juízo – e enfrentar com coragem o dilema previdenciário.

Editorial ZH (14/02/2012)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O PT e as privatizações (AÉCIO NEVES)

Afinal, o que pensa e qual é o PT de verdade? O do discurso ou o da realidade? O que lutou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer e o Plano Real ou o que os elogia hoje?
No mais, vale registrar: a insistência do PT em comparar modelos de privatização é bem vinda. Até porque não deixa de ser divertido ouvir o PT discutir quem privatiza melhor.


AÉCIO NEVES, FOLHA DE SP


Toda mudança para melhor deve ser saudada. Por isso, devemos reconhecer como positiva, ainda que com o atraso de uma década, a privatização dos aeroportos.


Porém, uma pergunta é inevitável: por que, afinal, esperamos tanto? O governo, por inércia, permitiu que se instalasse o caos nos aeroportos e só reagiu diante da aproximação da Copa, alimentando a ideia de que só age sob pressão e tem na improvisação uma de suas marcas.


Talvez isso explique terem privatizado sem exigir garantias mínimas compatíveis com operações desse porte. Pouco parece importar se há entre os vencedores crônicos inadimplentes em outros mercados ou mesmo quem não tivesse condições de conseguir financiamento junto ao mesmo BNDES, em operação de muito menor porte.


Privatizaram fingindo não privatizar e ignoraram a oportunidade de buscar contrapartidas óbvias que pudessem garantir, em um mesmo lote, a modernização de aeroportos mais e menos rentáveis. Prevaleceu a lógica do maior ágio e do interesse comercial dos grupos privados em detrimento das populações de regiões onde os investimentos serão menos atrativos.


Por tudo isso, é desleal o ataque histriônico do PT às privatizações do governo FHC. Desleal porque em nenhum momento o programa de concessões ou privatizações foi interrompido. São as leis brasileiras que obrigam o uso de concessões em determinados serviços e não a ideologia petista, como tentam fazer crer, em risível contorcionismo verbal, alguns líderes do partido.


No governo FHC também foram feitas concessões como na área de energia elétrica. Da mesma forma que nos aeroportos, ao final do prazo de outorga os ativos retornarão à União. Aliás, é exatamente o que se discute agora -a renovação ou não de outorgas concedidas naquele período.


O episódio da privatização dos aeroportos, no qual serão usados recursos públicos do BNDES e dos fundos de pensão, prática demonizada pelo PT, que neles via um mero instrumento de financiamento do lucro privado, traz à tona uma outra indagação cada vez mais comum entre os brasileiros: afinal, o que pensa e qual é o PT de verdade? O do discurso ou o da realidade? O que lutou contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer e o Plano Real ou o que os elogia hoje?


O PT dos paladinos da ética ou o do recorde de ministros derrubados por desvios? O que ataca as privatizações ou o que as realiza? O que, na oposição, defende de forma indiscriminada todo tipo de greve ou o que, no governo, reage a elas?


No mais, vale registrar: a insistência do PT em comparar modelos de privatização é bem vinda. Até porque não deixa de ser divertido ouvir o PT discutir quem privatiza melhor.

A polícia indefesa (Pondé)


Luiz Felipe Ponde, Folha de SP

A POLÍCIA é uma das classes que sofrem maior injustiça por parte da sociedade. Lançamos sobre ela a suspeita de ser um parente próximo dos bandidos. Isso é tão errado quanto julgar negros inferiores pela cor ou gays doentes pela sua orientação sexual.
Não, não estou negando todo tipo de mazela que afeta a polícia nem fazendo apologia da repressão como pensará o caro inteligentinho de plantão. Aliás, proponho que hoje ele vá brincar no parque, leve preferivelmente um livro do fanático Foucault para a caixa de areia.
Partilho do mal-estar típico quando na presença de policiais devido ao monopólio legítimo da violência que eles possuem. Um sentimento de opressão marca nossa relação com a polícia. Mas aqui devemos ir além do senso comum.
Acompanhamos a agonia da Bahia e sua greve da Polícia Militar, que corre o risco de se alastrar por outros Estados. Sem dúvida, o governador da Bahia tem razão ao dizer que a liderança do movimento se excedeu. A polícia não pode agir dessa forma (fazer reféns, fechar o centro administrativo).
A lei diz que a PM é serviço público militar e, por isso, não pode fazer greve. O que está corretíssimo. Mas não vejo ninguém da "inteligência" ou dos setores organizados da sociedade civil se perguntar por que se reclama tanto dos maus salários dos professores (o que também é verdade) e não se reclama da mesma forma veemente dos maus salários da polícia. É como se tacitamente considerássemos a polícia menos "cidadã" do que nós outros.
Quando tem algum problema como esse da greve na Bahia, fala-se "mas o problema é que a polícia ganha mal", mas não vejo nenhum movimento de "repúdio" ao descaso com o qual se trata a classe policial entre nós. Sempre tem alguém para defender drogados, bandidos e invasores da terra alheia, mas não aparece ninguém (nem os artistas da Bahia tampouco) para defender a polícia dos maus-tratos que recebe da sociedade.
A polícia é uma função tão nobre quanto médico e professor. Policial tem mulher, marido, filho, adoece como você e eu.
Não há sociedade civilizada sem a polícia. Ela guarda o sono, mantém a liberdade, assegura a Justiça dentro da lei, sustenta a democracia. Ignorante é todo aquele que pensa que a polícia seja inimiga da democracia.
Na realidade, ela pode ser mais amiga da democracia do que muita gente que diz amar a democracia, mas adora uma quebradeira e uma violência demagógica.
Sei bem que os inteligentinhos que não foram brincar no parque (são uns desobedientes) vão dizer que estou fazendo uma imagem idealizada da polícia.
Não estou. Estou apenas dando uma explicação da função social da polícia na manutenção da democracia e da civilização.
Pena que as ciências humanas não se ocupem da polícia como objeto do "bem". Pelo contrário, reafirmam a ignorância e o preconceito que temos contra os policiais relacionando-a apenas com "aparelhos repressivos" e não com "aparelhos constitutivos" do convívio civilizado socialmente sustentável.
Há sim corrupção, mas a corrupção, além de ser um dado da natureza humana, é também fruto dos maus salários e do descaso social com relação à polícia, além da proximidade física e psicológica com o crime.
Se a polícia se corrompe (privatiza sua função de manutenção da ordem via "caixinhas") e professores, não, não é porque professores são incorruptíveis, mas simplesmente porque o "produto" que a polícia entrega para a sociedade é mais concretamente e imediatamente urgente do que a educação.
Com isso não estou dizendo que a educação, minha área primeira de atuação, não seja urgente, mas a falta dela demora mais a ser sentida do que a da polícia, daí "paga-se caixinha para o policial", do contrário roubam sua padaria, sua loja, sua casa, sua escola, seu filho, sua mulher, sua vida.
Qual o "produto" da polícia? De novo: liberdade dentro da lei, segurança, a possibilidade de você andar na rua, trabalhar, ir ao cinema, jantar fora, dormir, não ser morto, viver em democracia, enfim, a civilização.
Defendem-se drogado, bandido, criminoso. É hora de cuidarmos da nossa polícia.

O PT e seus sofismas retóricos

Quando o PT fala em debater, na verdade, quase sempre já está cheio de convicções e quer mesmo fazer valer suas próprias vontades. A invocação de debate, portanto, é mera estratégia para empurrar sub-repticiamente suas teses. É como a água que alivia o caminho do sonífero garganta abaixo.

Muito já foi dito, durante os últimos dias, sobre a proposta petista de supostamente democratizar a mídia.

Minha opinião, no mérito, é muito clara: as fontes em que parte do PT se abastece sobre esses temas, mesmo nos dias atuais, não são as mais recomendáveis para uma democratização. Apontam para seu exato inverso.

E me poupo de colar os inúmeros exemplos de adoração à velha ditadura cubana ou à nova ditadura venezuelana por parte de alguns de seus próceres. Tanto num quanto noutro caso, os regimes meteram a mão na liberdade não apenas das empresas de comunicação, senão que também na do próprio público. O Estado-partido acabou dirigindo o que pode e o que não pode, o que é bom e o que é ruim, quem fala e quem não fala.

Aqui, porém, quero tratar um pouco mais dos métodos de comunicação, dos subterfúgios de linguagem, dos sofismas retóricos utilizados nessas ocasiões.

Para começar: sempre que o PT quer tratar um tema que pode entrar enviesado na garganta da compreensão social, ele começa falando de “debater”. É como comer pelas beiradas: “precisamos debater”, “temos que ampliar o debate”...

Que nada! Quando o PT fala em debater, na verdade, quase sempre já está cheio de convicções e quer mesmo fazer valer suas próprias vontades. A invocação de debate, portanto, é mera estratégia para empurrar sub-repticiamente suas teses. É como a água que alivia o caminho do sonífero garganta abaixo.

Há casos concretos a demonstrar isso. Na iniciativa do famigerado PNDH-3, o PT dizia não defender o aborto. Queria apenas o quê? O debate sobre o tema! Ah, tá... Mas fazia evoluir o caminho da descriminalização da prática. Agora, não quer o controle da mídia. De novo, quer só debater. Ah tá... Mas aprova um documento que propõe regular o setor.

Podem não ser todos os petistas favoráveis ao aborto e ao controle da mídia, para ficarmos nesses dois exemplos, mas é inegável que os tais congressos petistas despertam os sentimentos mais ortodoxos – e retrógrados – de um PT que já foi rejeitado pela sociedade, e que o próprio Lula já tentou deixar para trás. E que Dilma também parece querer distância.

É comum que esquerdistas se imaginem detentores do monopólio das vontades populares, do bem e do justo. Os iluminados. No ímpeto pelo igualitarismo, algo impossível à natureza humana, alguns ainda imaginam um mundo segundo o qual tudo transcorre conforme sua cartilha de igualdade. Repito: muitos já evoluíram, e é exatamente nessas linhas divisórias que se separam a esquerda de viés totalitário daquela democrática, relevante à própria democracia.

Outra estratégia retórica: para impor teses desse tipo, o PT sempre reveste seus documentos de um falso ar de rigor acadêmico e histórico. São palavras garbosas, frases que vão e que vêm, derivações literárias interessantes, mas nada além de um enredo que apenas disfarça a tese polêmica – e normalmente antipática – a ser defendida. Não chamam as coisas pelo nome.

Vejam esta frase do documento do último congresso: “Para o PT e para os movimentos sociais, a democratização dos meios de comunicação é tema relevante e um objetivo comum com os esforços de elaboração do governo Lula e os resultados da I Conferência Nacional de Comunicação, que evidenciou os grandes embates entre agentes políticos, econômicos e sociais de grande peso na sociedade brasileira. É urgente abrir o debate no Congresso Nacional sobre o marco regulador da comunicação social - ordenamento jurídico que amplie as possibilidades de livre expressão de pensamento e assegure o amplo acesso da população a todos os meios”.

Tradução: o congresso do PT defendeu o controle da mídia. Simples assim.

Por Cleber Benvegnú (setembro 2011)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Brado Retumbante: um oásis no deserto do politicamente correto

O roteiro de O Brado Retumbante provoca a patacoada de uma parcela de políticos, artistas, militantes, acadêmicos e ongueiros que, por formação marxista, se arvoram portadores universais dos anseios populares.  Sedizentes vítimas do capitalismo e da ditadura, decidiram-se credores políticos e muitas vezes pecuniários da humanidade. Aparelham o Estado, e aparelham-se dele. De apartamento cinco estrelas, ar-condicionado ligado e carrão na garagem, cantam loas ao socialismo e dizem defender os pobres. Elogiam Cuba, criticam os Estados Unidos, flertam com Hugo Chávez e rançam contra empresários. Mas não resistem a um bom McDonald’s com Coca Cola para aliviar a tensão da jornada. São os suprassumos da contradição, mas expiram ares de sofisticação intelectual.


Já tinha escrito aqui sobre a série O Brado Retumbante. Gostei muito do que vi, pois como diz o artigo abaixo, é uma coisa pouco vista na TV em tempos do politicamente correto. A série meteu o dedo na ferida da politica brasileira.
Legal é que artigo abaixo salienta o mesmo aspecto que me chamou a atenção e que eu já tinha escrito aqui nesse blog, a ideologização da educação brasileira.

Vale a leitura...

Por Cleber Benvegnu

A Globo conseguiu a proeza de produzir uma minissérie que passa por cima da dominação cultural que vive e reina em nosso ambiente intelectual. É até inacreditável que a estejamos vendo, dado o grau de paixão – e cegueira – com que esse viés tomou conta de corações e mentes de quem decide na dramaturgia brasileira.

O roteiro de O Brado Retumbante provoca a patacoada de uma parcela de políticos, artistas, militantes, acadêmicos e ongueiros que, por formação marxista, se arvoram portadores universais dos anseios populares. Zomba de uma turma, cujo discurso ainda não saiu da Guerra Fria, que quer recontar a história do país e constranger a tudo e a todos em nome de suas escolhas ideológicas. Sedizentes vítimas do capitalismo e da ditadura, decidiram-se credores políticos e muitas vezes pecuniários da humanidade. Aparelham o Estado, e aparelham-se dele. De apartamento cinco estrelas, ar-condicionado ligado e carrão na garagem, cantam loas ao socialismo e dizem defender os pobres. Elogiam Cuba, criticam os Estados Unidos, flertam com Hugo Chávez e rançam contra empresários. Mas não resistem a um bom McDonald’s com Coca Cola para aliviar a tensão da jornada. São os suprassumos da contradição, mas expiram ares de sofisticação intelectual.

Numa das passagens da minissérie, a primeira-dama Antonia (Maria Fernanda Cândido) descobre armações no Ministério da Educação e fica indignada com o que chama de “pedagogia da ignorância”. Livros didáticos com viés ideológico estariam sendo distribuídos como verdade científica nas escolas. Ela se empenha e desvendar o caso e descobre que uma ex-colega, militante esquerdista, fatura milhões com o projeto, sendo que uma parte devolve ao partido.

Há uma cena em que Antonia abre o livro na tela de seu computador, cujo título é “A verdadeira história do povo brasileiro”. Ela lê o texto em voz alta e se revolta:

– Não é possível: Tiradentes, o mártir agrário da Inconfidência Mineira, foi um precursor do Movimento dos Sem Terra? Que é isso? A devastação de terras no Brasil começou no século XVI, com colonização portuguesa, capitalista e predatória? Meu Deus do céu! Pelo menos 10% do território nacional pertence aos descendentes dos quilombolas, vítimas e heróis da escravidão no Brasil... Paulo [presidente], estão distribuindo esse absurdo nas escolas! É a pedagogia da ignorância! [...] Crianças bombardeadas por discurso ideológico e fanático, você tem que fazer alguma coisa!”.

Noutra, ela vai ao encontro de sua ex-colega, autora dos livros através de um codinome, que mora num apartamento gigante, de frente para o mar. Seu nome é Neide. Alguns trechos da conversa, que começa pela primeira-dama:

– A verdadeira história do Brasil... Como você teve a cara de pau de escrever esse livro? [...] Você chama de livro didático, ensinando uma história do Brasil totalmente falsa, que só existe na sua cabeça panfletária, e defendendo a ideia de que não existe certo e errado na língua portuguesa?

– E não existe mesmo! Isso que vocês chamam de falar corretamente é só mais um instrumento de dominação das elites, é só um preconceito linguístico.

– Nem vem com essa ideologia de quinta, Neide, que eu sei muito bem o que está por trás de suas nobres intenções educativas.

– O poder te deixou com certezas demais, Antonia. A vida aqui afora é bem diferente da vida dos salões palacianos.

– Não seja hipócrita, que eu sei que sua vida é bem mais palaciana do que a minha, Neide. Eu sei onde você mora, eu vi seus carrões importados...

Os diálogos acima dão conta de uma linha absolutamente original na dramaturgia brasileira, pelo menos nas últimas décadas. Em primeiro lugar, por abordar política em horário nobre – tão mais dedicada às lutas de UFC ou ao futebol – e, além disso, por contrariar a lógica de um pensamento dominante.

O Brado Retumbante é uma obra escrita por Euclydes Marinho com a colaboração de Nelson Motta, Guilherme Fiuza e Denise Bandeira. A direção de núcleo é de Ricardo Waddington e a direção geral é de Gustavo Fernandez. A minissérie ainda tem mais alguns episódios, e vai ao ar de terça a sexta-feira. É logo depois do Big Brother Brasil.