Pelo menos
não estou só com o pessimismo que me assola. Já disse isso por aqui e
repito: o congresso legislativo nacional nada mais é do que uma pequena amostra
representativa do povo brasileiro. Os ladrões, sacanas, incompetentes e
corruptos que lá habitam são tudo fruto do nosso ventre.
Rafinha
Bastos postou hoje no Facebook:
Independente do que for resolvido por
esta CPI do Mensalão, é lindo ver o país buscando punir quem trai a confiança
do povo.
A honestidade te faz dormir tranquilo e a nossa busca por ela atrapalha o sono dos mentirosos.
E o problema não se resume aos comandantes. Nós fazemos parte desta merda toda. O Brasil é feito de gente corrupta. Gente que não devolve o troco a mais na padaria, gente que passa o sinal vermelho quando ninguém está olhando, gente que fura a fila quando todos estão desatentos. Chega disso! Jeitinho brasileiro é o caralho!
Chega de ser o Zé Carioca, o malandro, o safo. E chega de culpar "os políticos". Chega de palhaçada. Só quando esta nossa cabeça imbecil mudar, este país vai realmente evoluir.
A culpa do povo – David Coimbra
O Brasil é uma porcaria porque o povo
brasileiro é uma porcaria. E, antes que alguém proteste, protesto eu que não
vai aí nenhuma consideração racial, pela límpida razão de que raça não existe.
Inclusive, o que há de melhor no Brasil é a miscigenação. Entre o final dos
anos 30 e a arrancada dos 40, Stefan Zweig viveu seis meses no Rio e escreveu
um livro ingênuo em quase tudo, Brasil, o País do Futuro. O livro só não era
ingênuo na percepção que Zweig teve da macia integração de povos diferentes no
Brasil, ao contrário do que ocorria na Europa belicosa e racista. O estrangeiro
chega aqui e vira brasileiro no mesmo dia. Chamam-no de alemão, se for loiro;
de turco, se for de algum país vagamente árabe; de japonês, se tiver olhos
amendoados; e tudo isso significa que ele será igual a qualquer outro para
partilhar uma cerveja ou para ser assaltado.
O problema do brasileiro não é este.
O problema do brasileiro é moral. Há quem diga que “as elites” brasileiras têm
culpa de tudo o que há de ruim no país. Trata-se de um pensamento elitista, que
acredita que a “boa elite” constrói um país mais justo. As elites são tão ruins
quanto o resto da população que refocila sob elas. Tome o exemplo da corrupção:
um povo que não é corrupto não elege, repetidamente, Congressos corruptos. O
brasileiro elege. No Exterior, o brasileiro tem fama de ser ladrão. É o que nós
somos. Somos ladrões, egoístas, trapaceiros e vulgares. E somos tudo isso do
alto das elites que sobrevoam São Paulo de helicóptero ao subsolo de quem
sobrevive com a Bolsa-Família no Nordeste profundo. O brasileiro, em geral, e
quando falo em geral é, sim, uma generalização, a sua avó pode ser uma exceção,
pois o brasileiro em geral é um deficiente moral, seja qual for sua classe
social ou sua conta bancária. Nosso Congresso nos representa bem.
O Brasil de hoje não tem jeito, nem tem saída. Certas fronteiras morais foram ultrapassadas, e agora não há mais como voltar. Não é o crescimento econômico que vai ajudar o país, como se acredita. Se o governo destinar R$ 20 mil mensais vitalícios a cada brasileiro, o Brasil não vai melhorar. Talvez piore.
A única solução para o Brasil está no título do pueril livro de Stefan Zweig. É pensar no país do futuro. Nas crianças. Os brasileiros, nós todos, devíamos fazer um pacto: tudo o que construiremos, daqui para frente, será para as crianças. Esqueçamos de nós mesmos, nós velhos, nós adultos, e pensemos nas crianças. Só elas, daqui a 30 ou 40 anos, terão chance de viver num país em que as pessoas não tenham medo de ser assaltadas e, depois, atropeladas pelo próprio carro roubado, como ocorreu dias atrás com um homem de 80 anos de idade em Porto Alegre. Só elas poderão, talvez, sair de casa sem ter de levar um “kit assalto”, como recomendam especialistas em segurança. Só elas, quem sabe, se orgulharão de seus eleitos, em vez de se envergonhar deles. Só elas terão possibilidade de morar num lugar em que as pessoas se respeitam, e não desconfiam umas das outras.
O Brasil de hoje não tem jeito, nem tem saída. Certas fronteiras morais foram ultrapassadas, e agora não há mais como voltar. Não é o crescimento econômico que vai ajudar o país, como se acredita. Se o governo destinar R$ 20 mil mensais vitalícios a cada brasileiro, o Brasil não vai melhorar. Talvez piore.
A única solução para o Brasil está no título do pueril livro de Stefan Zweig. É pensar no país do futuro. Nas crianças. Os brasileiros, nós todos, devíamos fazer um pacto: tudo o que construiremos, daqui para frente, será para as crianças. Esqueçamos de nós mesmos, nós velhos, nós adultos, e pensemos nas crianças. Só elas, daqui a 30 ou 40 anos, terão chance de viver num país em que as pessoas não tenham medo de ser assaltadas e, depois, atropeladas pelo próprio carro roubado, como ocorreu dias atrás com um homem de 80 anos de idade em Porto Alegre. Só elas poderão, talvez, sair de casa sem ter de levar um “kit assalto”, como recomendam especialistas em segurança. Só elas, quem sabe, se orgulharão de seus eleitos, em vez de se envergonhar deles. Só elas terão possibilidade de morar num lugar em que as pessoas se respeitam, e não desconfiam umas das outras.
As crianças, só as crianças podem fazer com que, bem depois do nosso desaparecimento, o Brasil seja, de fato, o país do futuro.
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