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Mostrando postagens de maio, 2012

Existem países perfeitamente fascistas, sem que se saiba.

Sei que a expressão fascista pode parecer extremamente forte, nos dias que correm, para designar um país, mas é o que me veio à mente, após acumular, mentalmente, dezenas e dezenas de exemplos banais, corriqueiros, ordinários, redundantes, enfim, triviais, que confirmam o que afirmo no título deste texto. Minhas observações, não preciso estender-me a respeito, são retiradas do que leio na imprensa diária, nas matérias de jornais internacionais, em blogs de formadores de opinião, e também, por que não dizê-lo?, em boletins partidários e de grupos políticos, enfim, um pouco de tudo o que leio continuamente, regularmente, recorrentemente, todos os dias. Sei também que os leitores podem achar que estou exagerando, já que, para a maior parte das pessoas, a expressão “fascista” vem sempre associada à imagem dos camisas negras, ou milícias armadas, desfilando – a passo de ganso ou em qualquer outro estilo – sobre fundo de cenários cinzentos, dominados por um ditador exaltado, fazendo dis...

FORA DE CONTROLE - Se Dilma Rousseff estiver interessada em resolver muita coisa que faz o governo brasileiro ser tão ruim, consulte a Receita Federal

"Se repetisse em metade do seu governo o que a Receita faz com tanta competência (...), a presidente talvez entrasse para a história do Brasil como uma heroína - a Santa Guerreira que venceu o Dragão da Maldade" Por J. R. Guzzo Se a presidente Dilma Rousseff estiver interessada em resolver muita coisa que faz o governo brasileiro ser tão ruim, uma boa ideia pode ser encontrada bem perto do seu local de trabalho, em Brasília mesmo, na Quadra 03, Bloco O, do Setor de Autarquias Sul. É onde funciona a Receita Federal brasileira, e a presidente ganharia de graça, ali, uma grande lição. Bastaria perguntar como foi resolvida uma questão fundamental para a própria Receita, e para o interesse público – o recebimento, a cada ano, das declarações do imposto de renda. Se repetisse em metade do seu governo o que a Receita faz com tanta competência nessa operação, a presidente talvez entrasse para a história do Brasil como uma heroína – a Santa Guerreira que venceu o Dragão da Ma...

A universidade não é pra todo mundo. Aço é forjado no ferro, no fogo, na martelada. Harvard não tem 19 prêmios Nobel facilitando a vida das pessoas

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Muito muito bom! Me deliciei vendo essa entrevista do professor Nailor Marques Jr. Adoro ver pessoas inteligente falando, principalmente falando o que deve ser dito. Ele toca no assunto do politicamente correto brilhantemente, assunto esse que trato aqui com alguma frequência (recomendo esse meu artigo aqui ).  Dá uma olhada abaixo em alguns trechos da entrevisto. Um primor na minha opinião. Se não quiser ver toda a entrevista, veja do  minuto  17 ao 20 e se divirta. O Brasil está formando uma geração de fracos, de gente fraca. (..) Hoje você não pode mais criticar ninguém.  (..) O politicamente correto é um chato. Primeiro que não existe politicamente correto. Se é político não dá pra ser correto. Se for correto dificilmente será politico. (..) Quando você aprova uma cota, igual o STF aprovou, eu rebaixo o nível para colocar as pessoas ali. (..) O que a gente precisa é: Você tem uma proteção até um tanto e vamos engrossar a escola. (..) A universidad...

Demóstenes no Conselho de Ética – Dr. Jekyll tenta explicar Mr. Hyde

Se Demóstenes fosse um José Dirceu, teria mobilizado em sua defesa o tipo de eleitor que vota em… José Dirceu — e isso quer dizer que todas as lambanças seriam consideradas atos de resistência de um “herói do povo brasileiro”. Mas o eleitorado de perfil conservador, que é aquele que o senador havia conquistado, não o perdoa, não! Dirceu se tornou ainda mais Dirceu quando os crimes do mensalão vieram à tona. Demóstenes deixou de ser Demóstenes quando o conteúdo das fitas se tornou público. E ele certamente sabe disso. O senador deixou perplexa e indignada uma legião de admiradores. O fãs de Dirceu o chamam de “herói”. Os antigos fãs de Demóstenes se consideram, e foram mesmo!, traídos.  Por Reinaldo Azevedo (leia o artigo na íntegra )

O mudo falante - Em nome da governabilidade, alguns fazem coisas que até o diabo duvida

Antes do excelente artigo de Flavio Tavares, uma declaração de Alceu Collares que resume a politica atual: A verdade é que os partidos foram se esvaziando de ideias, de princípios e de ideologias. Em nome da governabilidade, alguns fazem coisas que até o diabo duvida . Aos olhos da população, ficaram todos iguais – lamenta o ex-governador Alceu Collares, um dos ícones do PDT no Estado. O mudo falante Por Flávio Tavares* O que mais me inquieta na sucessão de falcatruas, subornos e outras obscenidades do tal Carlinhos Cachoeira não são os crimes em si, nem a avalanche com que se expandiram de Goiás pelo país afora, corrompendo governos e governadores. Nem me inquieta que, a partir da roubalheira do jogo do bicho e dos bingos, ele virasse respeitável “grão senhor”, adulado por políticos e parlamentares, ouvido pela maioria dos partidos. Ou (corolário de tudo isso) que ele e os asseclas formassem grandes empresas contempladas em milionárias obras governamentais. Esse horror ...

Lei trata trabalhador como menor de idade, diz Odebrecht

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Ao não dar espaço a negociação entre empresários e trabalhadores, legislação é um desestímulo à competitividade, na avaliação dos presidentes da Odebrecht e Bosch Ao predefinir toda a relação entre empregado e empregadores, a lei brasileira atua como um obstáculo à competitividade brasileira , segundo Marcelo Odebrecht, presidente da companhia do mesmo nome. “A legislação trata o trabalhador como menor de idade. É preciso permitir mais liberdade de negociação”, afirmou o executivo durante o Fórum EXAME CNI, evento que abordou, nesta quinta-feira, os desafios da competitividade nacional. A avaliação do presidente da Bosch América Latina, Besaliel Botelho, vai na mesma direção: o Brasil precisa “aprender” e se valer da flexibilidade da jornada de trabalho para se posicionar diante da volatilidade da economia mundial. “A própria Alemanha conseguiu não demitir ninguém com a flexibilização da jornada de trabalho, em 2008”, afirmou o presidente. Segundo a Bosch, o déficit da ba...

Sou "doente" mas sou feliz

Digo "sim" ao indivíduo; o PT é que diz "não". Digo "sim" à sociedade civil, livre, até onde for possível, da sombra do Estado; o PT é que diz "não". Digo "sim" à cultura capitalista; o PT é que diz "não". Digo "sim" à punição dos que transgridem as leis democráticas em nome de uma causa; o PT é que diz "não". Digo "sim" à profissionalização das carreiras públicas; o PT é que diz não. Digo "sim" à venda de estatais; o PT é que diz "não".   A acusação de antipetismo vem sempre acompanhada de manifestações inequívocas de ódio e até da promessa de algum sopapo: 'Se te encontro na rua, seu careca cheio de tumores...'. A suposição subjacente é a de que, não fosse um estado mórbido, físico ou espiritual, eu estaria com eles. O dissenso é visto como uma invasão tumoral" (..) Minha agenda não é negativa em relação a essa legenda, mas positiva na aceitação de alguns...

É possível obrigar um pai a ser pai?

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A “filha abandonada” encarna a época dos adultos infantilizados – e dos cidadãos-filhos diante do Estado-pai ELIANE BRUM (jornalista, escritora e documentarista) Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça tomou uma decisão inédita no Brasil: determinou a um pai o pagamento de R$ 200 mil por “abandono afetivo”. Antonio Carlos Jamas dos Santos, empresário do ramo de combustíveis de Sorocaba, no interior de São Paulo, terá de pagar à sua filha, Luciane Nunes de Oliveira Souza, professora da rede municipal da mesma cidade, por sua ausência como pai. Na sentença, manchete da maioria dos jornais brasileiros de quinta-feira (3/5), a frase lapidar da ministra-relatora do caso, Nancy Andrigui: “Amar é faculdade, cuidar é dever”. Nos dias posteriores, Luciane deu entrevistas, em que chorou muito pelo abandono, assim como comemorou a vitória dos filhos abandonados do Brasil, representada pelo seu triunfo no tribunal. Minha pergunta: é possível – e desejável – que um pai seja condenado...

Que dó da Channel - Sociedades socialistas cultivam a preguiça, a mediocridade e desestimulam a criatividade e coragem profissional

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"Os da esquerda culpam os ricos, os da direita radical culpam os estrangeiros, e nenhum dos dois sabe lidar com a complexidade de um mundo que nada tem de perfeito e que é sempre fruto da velha natureza humana: mentirosa, interesseira e preguiçosa, quando pode. Nada brota onde não há dinheiro. Até minha llhasa apso, mais inteligente do que muita gente que conheço, sabe disso" Luiz Felipe Pondé, Folha de SP "Que dó da Chanel!", disse minha filha ao ouvir que o Monsieur Normal (François Hollande, o socialista) ganhou as eleições presidenciais na França. Só vai restar a Chanel fugir para Bélgica. Caras como ele parecem não entender que se você coloca limites para o retorno financeiro de quem trabalha, a pessoa trabalha menos e fica preguiçosa. Ou foge para onde não roubem seu dinheiro, fruto de anos de trabalho duro. Basta ver a história. Estes caras deveriam ler a filósofa russa Ayn Rand e seu maravilhoso "A Revolta de Atlas", da editora Sextan...

As bodas bárbaras

Querem que suas demandas particularistas sejam tratadas como reparação histórica. (..) Negros, feministas, homossexuais, índios, sem-terra, sem-teto, sem eira nem beira… Todos anseiam que a História seja vivida como culpa, e a desculpa se traduz na concessão de algum privilégio. Isso que já é uma ética coletiva supõe que todos são vítimas de alguém ou de alguma coisa. De quem ou do quê? Ninguém sabe. “Da sociedade” talvez.  Por Reinaldo Azevedo O marxismo é uma variante da preguiça. Se você acredita que a base material condiciona mudanças na cultura, na forma de pensar e nas relações intersubjetivas, basta fazer como os romanos do poema “À Espera dos Bárbaros”, de Kafávis: sentar na calçada e esperar a banda passar. E há os que resolveram acelerar a história para que o inexorável chegasse antes: Lênin, Stálin, Mao, Pol Pot. O resultado se mede em crânios. O truque da chamada Escola de Frankfurt — de que Habermas é caudatário, embora infinitamente mais ...

República destroçada

O prazo de validade de uma aliança política, de um projeto de governo, é sempre muito curto. O aliado de hoje é facilmente transformado no adversário de amanhã, tudo porque o que os unia era meramente o espólio do poder. Marco Antonio Villa, O Estado de S. Paulo, 30/10/11 Em 1899 um velho militante, desiludido com os rumos do regime, escreveu que a República não tinha sido proclamada naquele mesmo ano, mas somente anunciada. Dez anos depois continuava aguardando a materialização do seu sonho. Era um otimista. Mais de cem anos depois, o que temos é uma República em frangalhos, destroçada. Constituições, códigos, leis, decretos, um emaranhado legal caótico. Mas nada consegue regular o bom funcionamento da democracia brasileira. Ética, moralidade, competência, eficiência, compromisso público simplesmente desapareceram. Temos um amontoado de políticos vorazes, saqueadores do erário. A impunidade acabou transformando alguns deles em referências morais, por mais estranho que pareça...

Brasil cabeção - O que as crianças miseráveis do Brasil precisam, do Estado, é menos amor e mais confiança.

Dia desses, escrevi, mas não enviei, um longo e-mail para jornalista Claudia Laitano criticando um texto que ela além de ser a favor da cotas raciais (obvio que isso não era o problema) argumentava que algo estava errado quando na universidade federal muitas pessoas que teriam dinheiro pra pagar uma universidade privada estariam entrando. Pensei na época: Quer dizer então que a classe média está fadada a só pagar e não receber nada, nunca? Pagamos tudo em dobro (impostos + educação, segurança e saúde privada) e não podemos ter a contrapartida nem na universidade pública, onde a entrada era até pouco tempo atras, antes das cotas raciais, puramente no mérito? Não mandei o e-mail, mas fiquei um tanto espantando com esse pensamento que eu sei que muita gente tem, infelizmente. No entanto, como costumo pensar com minha própria cabeça, e portanto, discordo ou concordo de ideias e não de pessoas, reproduzo abaixo um excelente texto dessa jornalista. Brasil cabeção Claudia L...

Do contra (David Coimbra)

Sou mais contra ainda a política dos governos do Estado e do país para a Educação. Não há investimento na Educação primária, nem coragem para enfrentar os problemas. Os governos investem nas universidades porque é mais fácil. O nó está lá embaixo, na escola fundamental, mas agir nessa área dá muito trabalho. Sou contra a EPTC. A EPTC podia fechar e passar todo o trabalho e os recursos dele decorrentes para a Brigada. Se o controle do trânsito voltasse a ser da BM, a segurança teria mais verbas e haveria mais policiais nas ruas. Os azuizinhos não perderiam emprego, passariam a ser brigadianos e tudo ficaria bem. Então, sou muito contra a EPTC. Também sou contra o voto obrigatório. Se algum dia educou, o fato de o voto ser compulsório não educa mais; só enche o saco do eleitor. Diminui a qualidade do voto, ao invés de aumentá-la. Você lembra em qual !@#@!$#%¨%$#! candidato você votou na última eleição? Não lembra porque o !@#@!$#%¨%$#! do voto é obrigatório. Se não fosse, você vot...

Série especial: as vozes que se opõem aos irmãos Castro em Cuba

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E a turma do governo popular por aqui ainda sonha com esse modelo.

Nossa escola não é feita para dar certo

Por Gustavo Ioschpe da Revista VEJA Imagine que você trabalha em uma empresa em que os funcionários não ganham de acordo com sua competência, mas sim segundo seu tempo de casa e nível de estudo. Não há promoções, mas também só há demissão em casos de violação grotesca. Mesmo faltando repetidamente ao serviço, não alcançando sua meta ano após ano e maltratando seu cliente, você continua no posto até se aposentar. Imagine que não exista, em sua região, universidade que prepare bem para o seu emprego, de forma que você já chega ao trabalho não sabendo muito. Pior: tem gente que trabalha em área diferente daquela em que foi formada; o cara de vendas se formou em letras. Imagine que essa empresa só tenha dois cargos (funcionário e chefe) e que quase metade dos chefes tenha chegado ao cargo por indicação de um conhecido dos donos (o restante é majoritariamente eleito para a posição pelos funcionários). Imagine que os donos são muitos, que eles não costumam freqüentar a empresa e que a he...

Cadeia nacional para a mãe do PAC

É muito melhor fazer comício contra juros altos (“peitar os bancos!”) do que organizar as finanças públicas, acabar com a farra tributária, abrir mão do fisiologismo, parar de gastar o dinheiro que não tem e controlar toda essa bagunça institucional que empurra para o alto a inflação – e os juros. Enquanto Dilma Rousseff se especializa em falar sozinha na TV, o presidente do PT avisa que o governo popular vai “peitar” a mídia. É compreensível. A mídia é praticamente o único problema do Brasil atualmente. Se não fosse ela, não existiria corrupção no governo popular (o que os olhos não vêem, o coração não sente). Infelizmente, a rede parasitária montada pelos companheiros em pelo menos sete ministérios foi parar nas manchetes. Não fosse essa invasão de privacidade, esquemas como o do Dnit com a Delta continuariam firmes na aceleração do crescimento. Se não fosse a mídia para atrapalhar, o governo da presidenta falaria diretamente com o povo – sem esses assuntos azedos que só int...

Só os mentirosos, do passado e do presente, negam que sejamos responsáveis por nossas escolhas.

Os psicólogos sociais deveriam ler mais Shakespeare e menos estas cartilhas fanáticas que dizem que o "ser humano é uma construção social", e não um ser livre responsável por suas escolhas, já que seriam vítimas sociais. (..)  A teoria da construção do sujeito como vítimas sociais faz das pessoas preguiçosas, perversas e mentirosas sobre a motivação de seus atos.  Texto maravilhoso, genial! Tenho uma coisa a acrescentar apenas. Se você acredita que fizemos escolhas, independente do estado social, cor, sexo ou sexualidade, então você não pode ser de esquerda. Simples assim! A traição da psicologia social Luiz Felipe Pondé, Folha de SP Olha que pérola para começar sua semana: "Esta é a grande tolice do mundo, a de que quando vai mal nossa fortuna -muitas vezes como resultado de nosso próprio comportamento-, culpamos pelos nossos desastres o Sol, a Luz e as estrelas, como se fôssemos vilões por fatalidade, tolos por compulsão celeste, safados, ladrões e traidor...