“Eu nunca entendi porque é
ganância querer preservar o que você ganhou, mas não é ganância querer pegar o
dinheiro dos outros.” – Thomas Sowell
Por Rodrigo Constantino (veja.com)
Muitos observam a disparidade de
riqueza no mundo ou dentro de um país, e concluem que isso é fruto de alguma
injustiça. Passam,
então, a clamar por impostos que “redistribuam” melhor essa riqueza. Trata-se
de um conjunto de falácias perigosas, partindo de um ponto de vista estático e
materialista da riqueza.
George Gilder, em Knowledge and Power ,
faz uma eloquente defesa do capitalismo contra as bandeiras igualitárias. Ele
explica que a ganância verdadeira vem daqueles que desejam riqueza não
merecida, não criada por si próprios, ou seja, que lutam para que o estado tome
à força a riqueza alheia.
Impostos elevados e progressivos,
subsídios, barreiras protecionistas, bolsas e esmolas estatais, privilégios,
essas são as bandeiras dos gananciosos, incompatíveis com a moralidade do
capitalismo. O
socialismo, em todas as suas diferentes formas, é uma conspiração dos
gananciosos contra aqueles que produzem riqueza.
E a riqueza, nunca é demais
lembrar, precisa ser criada. Economia não é jogo de soma zero, onde
José, para ficar rico, precisa tirar de Pedro. A razão
pela qual o capitalismo funciona é justamente porque a riqueza é um subproduto
das mentes mais criativas e inovadores, dos empreendedores que decidem onde
investir, onde alocar os recursos escassos da melhor forma.
Empreendedorismo é criar surpresas.
Os críticos do capitalismo não gostam de surpresas. Preferem
planejamento estatal centralizado, na mão de burocratas que seguem rotinas
previsíveis e determinadas. Mas não é assim que se cria riqueza.
Quando Sam Walton abre uma loja e
vai à falência, depois abre outra e inova em seu conceito, depois amplia suas
apostas e cria um império comercial no sul rural dos Estados Unidos, vendendo
produtos chineses mais baratos para os americanos, ele acumula uma fortuna
porque surpreendeu o mercado.
Quando Howard Schultz coloca no
mercado lojas de café bem sucedidas, depois sai e vê sua criação mergulhar em
dificuldades em sua ausência, depois retoma o controle e garante a supremacia
da Starbucks oferecendo uma multiplicidade de bebidas e comidas em um ambiente de
conforto caseiro, sua fortuna vem como consequência dessa inovação.
Quando Herb Kelleher vai para o
Texas para ser um advogado, acaba desenhando em um guardanapo planos para uma
empresa aérea diferente na região, desafia todas as previsões pessimistas e crenças
dos especialistas do setor, e cria a Southwest, que voa com menos conforto e
luxo e preços mais baixos, ele acumula uma fortuna como resultado de sua
criação aprovada pelos clientes.
Como esses, temos inúmeros outros
exemplos. Entre
aqueles 1% dos mais ricos, tão odiados pelos que alegam falar em nome dos
outros 99%, temos vários casos como esses, de gente que usou a criatividade, o
trabalho duro, a persistência, a visão, a paixão, para criar inovações que se
mostraram favoráveis aos consumidores. A fortuna foi apenas uma recompensa
pelo que eles ofereceram antes à sociedade.
Falar em exploração para descrever
esse processo é um absurdo, uma completa injustiça alimentada pela ideologia
marxista equivocada, ou pela pura inveja. O capitalismo é um sistema que
remunera quem dá aos outros aquilo que eles desejam, não quem tira dos outros
aquilo que eles já têm. A Apple
é um caso claro disso. Criou a própria demanda. Não
tirou nada de ninguém. Não explorou ninguém.
A crença de que a riqueza se
caracteriza não por ideias, valores, códigos morais, atitudes, mas por bens
materiais palpáveis, pelos “meios de produção”, que podem simplesmente ser
tomados e redistribuídos, não passa de uma superstição marxista, um
materialismo tacanho que ignora como a riqueza é realmente criada.
Essa visão equivocada sempre foi
alimentada pelos adeptos da violência e da inveja, os gananciosos que só pensam
em se apropriar do que pertence aos outros, nunca criar nova riqueza. Quando
esses gananciosos violentos chegam ao poder e tomam as propriedades dos ricos,
o resultado é inexoravelmente a miséria, a estagnação ou destruição de riqueza.
Colocar a Google, Microsoft, Dell,
Apple, Berkshire Hathway e tantas outras empresas, assim como seus ativos e os
bilhões que investem com base nas decisões de seus proprietários, sob o
controle de políticos ungidos e burocratas, é o caminho mais rápido para a
pobreza. Todo
progresso nasce de uma minoria criativa.
Como uma nação trata seus
empreendedores faz toda a diferença para seu futuro e bem-estar. Certa
vez o economista austríaco e Prêmio Nobel, Hayek, disse que defenderia o
capitalismo de livre mercado com mais afinco ainda se não tivesse uma única
propriedade. Em
última instância somos nós que “exploramos” essa minoria brilhante que inova e
produz riqueza.
Se os ricos são atacados pelos
invejosos socialistas ou “capitalistas de estado”, as classes mais baixas são
as que mais sofrem. Nenhuma
sociedade prosperou punindo os ricos para beneficiar os pobres. Impostos
muito altos e forte controle estatal da economia não impedem que os ricos
continuem ricos; impedem que os pobres fiquem ricos!
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