Desde sempre pensei assim. Fico feliz que pessoas inteligentes compactuem dessa ideia.
Vamo que vamo! Thiago
Por José Cesar Martins em Hungry Minds
Não sei se por algum resquício da cultura católica da minha família, ou se por algum medo de me expor, aprendi que se deve andar sem ser notado, sem ser percebido. Tudo que faço diferente disso é contra fóbico podem acreditar. Admiro aqueles que se expõe porque está na natureza deles ser assim. Não está na minha.
Por isso, quando comecei a fazer negócios, assumi com naturalidade que os negócios são a arte do “come-quieto”.
Assim foi até que, há 2 anos, ouvi uma palestra no Vale do Silício que não tinha como foco falar sobre o segredo dos negócios, mas sim sobre o que são os fatores críticos de sucesso naquele pedacinho do planeta.
Muitas são as razões atribuídas. A tolerância ao fracasso pontifica; a diversidade cultural é uma evidência estatística (52% dos novos negócios são criados por estrangeiros); a convergência geográfica de todos os insumos críticos para um empreendedorismo inovador: universidades de ponta, provedores de serviço de notável qualidade, investidores que além de dinheiro ajudam as empresas a operar, etc, e por fim; uma cultura colaborativa espontânea.
Dizia o palestrante: “aqui no Silicon Valley, há alguns anos, se aboliu o famigerado NDA. O trigger foi a criação do Google, cujos fundadores, antes de iniciar o negócio, fizeram mais de 30 reuniões em cafés de Montain View e Palo Alto, expondo suas ideias e coletando sugestões. Todos já sabíamos o que Sergei e Larry fariam e ninguém foi capaz de pará-los. Nem o pessoal do Yahoo!”
De todas as características, essa, cultural, foi a que mais me impressionou. Quantas noites mal dormidas com uma dúvida de negócio junto uma certeza estúpida na cabeça: não posso compartilhar por que posso ser “roubado” ou talvez, pior que isso, ser considerado fraco, incompetente.
Quando ouvi esta exposição, na hora percebi que burro eu tinha sido esse tempo todo, não por ter dúvidas sobre meus negócios, mas por não me desvencilhar de crenças anacrônicas para me expor e compartilhar minhas indagações.
Já falei sobre isso em reuniões no Brasil, e, via de regra, a reação padrão foi uma cara de paisagem. Nenhuma reação.
Quando falei em público, tentei insistir neste ponto que, me parece, pode aliviar sofrimentos de empreendedores e ainda trazer novas oportunidades não visualizadas ainda. Não diria que tive reação de indiferença, mas tampouco de apoio.
E aí é até engraçado. É cool na cena empreendedora fazer discurso colaborativo, falar de sociedade em redes, mas noto que boa parte desses “líderes”, quando tratam de seus planos de negócio, o fazem secretamente e à moda antiga. Que baita perda de energia, tempo e oportunidade.
Li hoje esse artigo do John Harthorne (http://goo.gl/tLnGd) e resolvi retomar o ponto novamente.
Se você tem uma ideia tão frágil que qualquer um pode roubá-la e executá-la melhor que você, então você não é a pessoa certa para essa ideia Simples assim. E se é simples assim, ao ser “roubado” por alguém mais competente, você ou eu estaremos nos liberando para a próxima oportunidade, ao invés de nos atolarmos com uma ideia para a qual não fomos feitos. Ao fim e ao cabo, perder, neste caso, é bom.
Por isso, vamos falar mais de nossas ideias, vamos colocar luz no que fazemos, obter ao máximo o “free consulting” de nossos amigos e ficar, ao final, com as melhores sugestões para nossas melhores idéias de negócio ou simplesmente arquivá-las, poupando tempo e humor que poderão ser aplicado numa próxima melhor ideia.
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