sexta-feira, 18 de maio de 2012

Do contra (David Coimbra)


Sou mais contra ainda a política dos governos do Estado e do país para a Educação. Não há investimento na Educação primária, nem coragem para enfrentar os problemas. Os governos investem nas universidades porque é mais fácil. O nó está lá embaixo, na escola fundamental, mas agir nessa área dá muito trabalho.


Sou contra a EPTC. A EPTC podia fechar e passar todo o trabalho e os recursos dele decorrentes para a Brigada. Se o controle do trânsito voltasse a ser da BM, a segurança teria mais verbas e haveria mais policiais nas ruas. Os azuizinhos não perderiam emprego, passariam a ser brigadianos e tudo ficaria bem. Então, sou muito contra a EPTC.

Também sou contra o voto obrigatório. Se algum dia educou, o fato de o voto ser compulsório não educa mais; só enche o saco do eleitor. Diminui a qualidade do voto, ao invés de aumentá-la. Você lembra em qual !@#@!$#%¨%$#! candidato você votou na última eleição? Não lembra porque o !@#@!$#%¨%$#! do voto é obrigatório. Se não fosse, você votaria com mais gosto e critério.

Sou contra a política do Cpers. Os 30 anos de greves não melhoraram a situação dos professores, nem da Educação. Ambos, professores e Educação, vivem um tempo de tragédia, e uma das causas disso é a tática de enfrentamento do Cpers.

Sou mais contra ainda a política dos governos do Estado e do país para a Educação. Não há investimento na Educação primária, nem coragem para enfrentar os problemas. Os governos investem nas universidades porque é mais fácil. O nó está lá embaixo, na escola fundamental, mas agir nessa área dá muito trabalho.

Sou contra as cotas raciais nas universidades. Se o Estado quer corrigir distorções antigas, basta fornecer cotas para as escolas públicas. Negros, índios, mamelucos, japoneses, alemães, iugoslavos, pobres em geral estudam em escolas públicas. Um negro rico pode estudar toda a vida em escola particular e se beneficiar com a cota racial. A cota racial é bem-intencionada, mas gera ainda mais preconceito e discriminação. Sou totalmente contra.

Sou contra manifestações de ciclistas que infringem as leis de trânsito, contra manifestações de sem-qualquer-coisa que invadem prédios públicos, contra quem invade praças, contra quem fecha ruas ou estradas. Manifestações desse tipo são CONTRAproducentes, porque só aporrinham a população, que também tem lá as suas queixas e só quer viver a vida em paz.

Sou contra pitbulls. Você não pode criar um leopardo ou um leão em casa, porque eles são feras, põem em risco a comunidade. O pitbull também é uma fera, além de ser um cachorro muito feio. Mas não é preciso eliminar os pitbulls, “matar tudo”, como defendem alguns. Não. Basta esterilizá-los e a espécie se extinguirá de forma lenta e indolor.

Sou contra a palmada educativa. Uma criança pode ser educada muito bem sem castigo físico. Palmada é reação de pais preguiçosos.

Sou contra a lei que proíbe a palmada educativa. O Estado não tem de se intrometer na intimidade familiar. Se os pais estiverem maltratando a criança, já existem leis para defendê-las.

Sou contra a mistura de álcool com direção, contra a venda de álcool nas proximidades das estradas, contra a venda de álcool para menores de idade.

Sou contra o limite zero de consumo de álcool para motoristas na cidade. Na estrada, o motorista não poderia nem enxaguar a boca com Listerine; na cidade, há que se ter um limite de bom senso, para não se incorrer em injustiças.

Sou contra, mais do que tudo, a intolerância. Sou intolerantemente contra a intolerância. A tolerância é a virtude que nos torna humanos. Por isso, basta ponderar, e muitas vezes me torno a favor de coisas de que sou contra.

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