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Mostrando postagens de junho, 2012
A alma hooligan e o crepúsculo do macho
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Os hooligans são uma resposta fácil, barata, ingênua e bruta dirigida à esfinge que pergunta ao homem o que ele é. POR MÁRIO CORSO* A questão da violência ligada ao futebol é complexa e multifacetada, mas talvez possa ser entendida a partir dos deslocamentos da identidade masculina no século 20 Existe uma personagem oculta na Eurocopa 2012: a polícia. De uns anos para cá, ela tanto se sofisticou em prevenir os conflitos entre torcedores fanáticos que eles estão minimizados. Não foram os hooligans que perderam a força, é a repressão que os mantêm na linha. Quase todos os países europeus têm problemas com eles, mas foram trocando experiências e criando políticas coercitivas até que se chegou a um equilíbrio de controle. O Estado os combate, mas nunca entendeu seus motivos. Creio que tampouco a intelectualidade europeia se debruçou o suficiente sobre eles para saber qual é a bússola que usam (se é que a tem), as razões da sua fúria besta, seu amor desmesurado por uma ba...
O desafio do vazio
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Esse é o século de incredulidade diante da desintegração da política, da economia desgovernada, numa velocidade alucinante. Estamos globalizados e fragmentados, à procura de um norte inexistente. É no meio dessa falta de rumos que as depressões crescem. Aliás, o deprimido é um guardião de seu próprio cemitério, “guarda aí sua ilusão perdida”, escreveu Pontalis. Por ABRÃO SLAVUTZKY* O século 21 pode ser definido como o século do vazio. Há um sentimento de vazio expresso nas perdas, nas angústias, no desamparo. Cada um busca preencher esse vazio como pode: uns criam, já outros correm atrás das drogas, dos alimentos e dos objetos que nunca satisfazem seus desejos. Encher seu vazio é uma obsessão nos dias de hoje. Sempre algo faz falta, como dizia uma amiga que perdera sua irmã, e por anos a fio repetia: “Que falta ela me faz”. A falta é o vazio, e sempre falta algo, pois somos incompletos e frágeis. Ora, se sempre foi assim, por que então o século 21 seria o século do vazio? ...
Enriquecer é glorioso (David Coimbra)
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Depois que Mao morreu, no fim dos anos 70, seu sucessor, Deng Xiaoping, pronunciou uma frase que mudaria o mundo: “Enriquecer é glorioso”. Essa sentença foi mais do que a liberação dos chineses para o capitalismo. Trata-se de um conceito comportamental. Uma filosofia. Uma ideia próxima da lógica calvinista, que prega que o rico é rico porque merece, porque recebeu as bênçãos do Senhor devido à sua bondade. No caso chinês, o Senhor é substituído pelo Estado, e o melhor: um Estado comunista. Se enriquecer é glorioso, não existe culpa no enriquecimento. Exatamente o contrário do que se pensa aqui, do lado de baixo do Equador. Para a América católica em peso, enriquecer é quase vergonhoso. Em vez do princípio calvinista, exalta-se a advertência de Jesus de que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”. O rico, para a América católica, é sempre suspeito de algum ilícito. Porque a civilização de origem ideológica judaico-cristã...
A nova política - Lula representa o que há de mais imoral na vida pública brasileira
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Rodrigo Constantino, O GLOBO Eu queria escrever sobre Rousseau. Nesta quinta completam-se três séculos de seu nascimento. Atacaria o coletivismo do filósofo, que jurava falar em nome da “vontade geral”, na prática, a tirania de poucos. Condenaria ainda o seu romantismo ingênuo, com a visão idílica do “bom selvagem”, que transforma em vítima a escória da humanidade. Mas os acontecimentos da política nacional atropelaram minha intenção. As novas peripécias de Lula, melhor dizendo. Aquela foto do ex-presidente sorrindo enquanto aperta a mão de Paulo Maluf é tão sintomática que não pode passar em branco. Rousseau pode esperar. Ao contrário de alguns, eu não padeço de romantismo. Política é a “arte do possível”. Concessões serão inevitáveis. Quem almeja pureza moral deve se ater ao campo das idéias. Meter as mãos no jogo sujo da política e sair totalmente limpo é utopia. Concordo com tudo isso. Mas não posso conceber que exista somente esta forma de se fazer política!...
A ciência triste
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Essa gente acha que o mundo inteiro pode ser a Dinamarca e seus mil habitantes. Eu concordo mais com os setores que buscam soluções tecnológicas e de mercado para enfrentar esta contradição entre demanda humana infinita e recursos naturais finitos. Luiz Felipe Pondé, Folha de SP Proponho que a próxima conferência para economia sustentável seja em alguma reserva dos povos da floresta. Deixem que eles organizem o evento e paguem por ele, já que são sacerdotes da sustentabilidade. Todos os chefes de Estado dormindo em tendas, comendo comida da floresta, logo, muito mais sagrada e saudável. Além do fato que esses povos são imaculados e não desejam em hipótese alguma ganhar dinheiro com sua condição de "vítima social", por isso podemos confiar neles mais do que na Hillary Clinton. Os que mais atrapalham são os gurus da ecologia profunda ou contracultura verde. Gente que afirma que o que precisamos é de uma "inovação social e psicológica" e não apenas de uma e...
O PIB de 2012 e a piada de Mantega
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Por Maílson da Nóbrega O ministro da Fazenda se aborreceu com a estimativa dos economistas do Credit Suisse para o crescimento do PIB em 2012: 1,5%. Instado por jornalistas, o ministro reagiu com descortesia. “É uma piada. Vai ser muito mais”. Mantega começou o ano estimando crescimento de 4,5%. Depois falou em 4%. Agora diz que será maior do que o de 2011, isto é, os raquíticos 2,7%. A descortesia do ministro é reflexo da cultura stalinista de segmentos do PT. Stalin não admitia ser contrariado. Em vez de argumentos, desmoralizava quem o contestasse (não raramente o infeliz sumia, literalmente). Stalinismo é, pois, desqualificar o interlocutor, em lugar de contrapor argumentos contrários. Mantega poderia ter dito que discordava da projeção do Credit Suisse. Algo assim: “O Credit Suisse tem o direito de fazer exercícios econômicos, mas o governo discorda de sua projeção de crescimento do PIB para 2012. Nossos cálculos apontam um desempenho melhor do que 1,5%”. Acontece que a...
Arcaicas, ideias de Safatle deveriam estar em um museu
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(..) quantas vezes uma ideia precisa fracassar para poder se realizar? Não é fácil ler a pergunta e imaginar os 100 milhões de seres humanos (estimativa conservadora) que o comunismo destruiu nas suas "experiências" de criação do "homem novo". João Pereira Coutinho, Folha de SP Vladimir Safatle deveria estar num museu. Digo isso com todo o respeito. Lendo "A Esquerda que Não Teme Dizer Seu Nome", lembrei de imediato a peça "O Percevejo", de Maiakóvski, história de um antigo bolchevique, Prissípkin, que, depois de um acidente, acorda para o mundo futuro vindo diretamente de um passado irreconhecível. Safatle é uma espécie de Prissípkin intelectual: o século 20 pode ter sido o grande cemitério de cada uma das suas ideias coletivistas. Mas Safatle, como o anti-herói de Maiakóvski, esteve mergulhado numa tina de água gelada em hibernação ideológica. Não viu nada, não aprendeu nada. E não esqueceu nada. Ser de esquerda é, para Safatle, est...
O fim de uma era (David Coimbra)
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Mas Maluf continua sendo tudo o que foi. E está junto com Lula e o PT, junto com o operário-presidente e o partido que cresceu com a aura de pureza. Claro, o PT foi mudando de lá para cá. Vimos, inclusive, Lula comovido ao pé da cama de Sarney. Mas agora é diferente. Agora o ciclo se encerrou. Lembro do Brizola, em um dos primeiros debates eleitorais de 1989, altercando com Maluf. – Filhote da ditadura! – esbravejava. E, apontando para a plateia, que fazia claque para o adversário: – Malufistas! Engordaram com a ditadura! Malufistas! Esse “malufistas”, bom esclarecer, era xingamento. Apesar de tamanha veemência, na época os petistas criticavam Brizola porque ele “fazia aliança com qualquer um” a fim de alçar-se ao poder. De fato, em 1986 Brizola levou seu partido a uma união eleitoral com Nelson Marchezan, que havia sido o principal líder político do general-presidente João Figueiredo. Depois, para construir os Cieps no Rio, Brizola postou-se ao lado do então presidente Collor, ...
Alarmismo Sustentável
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O homem sempre transformou a natureza, e assim deve continuar fazendo. Produzir mais usando menos insumos é a marca registrada do capitalismo. É disso que o planeta precisa! Por Rodrigo Constantino Os ambientalistas estão em polvorosa com o evento Rio+20, que consumiu milhões em gastos públicos e mobilizou inúmeras ONGs, além da grande imprensa. Seu tema ganhou a ordem do dia, e o foco de quase todos se voltou na direção dos mais alarmistas. O linguajar escatológico e as profecias apocalípticas viraram destaque no mundo todo. É o auge do ecoterrorismo. O pânico vende bem. Oportunistas sempre souberam explorar a “pulsão de morte” presente em todos nós, segundo Freud. O livro sobre o Apocalipse na Bíblia sempre conquistou milhões de pessoas, todos aguardando ansiosamente pelo “juízo final”. Profetas sempre encontraram demanda para suas profecias catastróficas. Nostradamus fez sucesso em sua época e até hoje faz. Malthus virou praticamente guru de seita, com diversos s...
A velinha de 87 anos virou assassina e o ladrão a vítima. O bonde do foucault está pegando geral
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Leia o artigo abaixo, caro leitor. É sobre o mantra desse pensamento esquerdista tolo que vivemos dias inglórios. Com a justificativa da falta de acesso a educação, de uma família organizada, de boas condições de vida estamos transformando vítimas em vilãs e vagabundos em coitadinhos. O bonde do foucault está pegando geral . Imagina se o caso da senhora de 87 anos que matou o ladrão que invadiu sua casa (ele só fez isso porque é pobre, entendeu?), caísse na mão desta juíza. O que teríamos? Idosa na cadeia certamente! Digo sempre por aqui. Pobreza não tira de ninguém o senso de justiça. Invadiu a casa porque quis e sabia muito bem o que estava fazendo. O que esperar de uma pessoa que tem sua casa invadida? Oferecer bolinho e cafezinho preto ao coitado que não teve oportunidade de trabalho? Lamentável senhora Jocelaine Teixeira! Matar não é um ato de heroísmo Por Jocelaine Teixeira (Juiza de Direito) As notícias de que ...
Rio+20 = 0
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Ninguém segura a patrulha da bondade e seu alegre circo do apocalipse. No picadeiro da salvação sempre cabe mais um (..) E aí está a patrulha da bondade em mais uma conferência planetária, reunindo os melhores especialistas internacionais em sustentabilidade e sexo dos anjos. Eles dirão que o mundo vai acabar e a culpa é sua. Mandarão você deixar seu carro na garagem e tomar banho rápido. Por Guilherme Fiuza Às vésperas da conferência Rio-92, 20 anos atrás, o secretário-geral da Cúpula da Terra, Maurice Strong, afirmou: “Esta é a nossa última chance de salvar o planeta”. Agora, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, avisa que a Rio+20 é a “única oportunidade” de garantir um futuro sustentável. Do jeito como as coisas vão, a Rio+40 será a última oportunidade de salvar o mundo dos ecoburocratas, que estão cada vez mais contagiosos e letais. Os negociadores dos mais de 130 países que estarão representados na conferência estão preocupados. Vários deles já disseram qu...
Inflação dá risada (Paulo Santana)
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"Só dando risada para esta previsão do governo de que a inflação este ano não passará dos 5%. Só se é a inflação no bolso da Dilma e do Guido Mantega. No meu bolso e no bolso dos meus leitores, a inflação atinge fácil os 20%." Antes do excelente artigo de Paulo Santana, algumas considerações. No post anterior, coloquei um vídeo de Marcelo Madureira falando sobre LULA. Posicionei-me dizendo o seguinte: Demorará muito tempo para superarmos a política nefasta de LULA. Por quê? Já falei bastante por aqui e repito brevemente. Na minha concepção, as pessoas precisam apenas de educação de qualidade, baixos impostos e de inflação controlada. 1. Educação de qualidade para se virar nesse mundão sem precisar de penico de ninguém. 2. Baixos impostos para cada pessoa decida gastar naquilo o que é melhor pra si e para sua família. O dinheiro não foge da economia, não vejo porque grande parte dele tenha que passar na mão do Governo. Como diria Millor Fernandes: "A Linha r...
Dom Sebastião voltou
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Luiz Inácio Lula da Silva tem como princípio não ter princípio, tanto moral, ético ou político. O importante, para ele, é obter algum tipo de vantagem. Por MARCO ANTONIO VILLA Luiz Inácio Lula da Silva tem como princípio não ter princípio, tanto moral, ético ou político. O importante, para ele, é obter algum tipo de vantagem. Construiu a sua carreira sindical e política dessa forma. E, pior, deu certo. Claro que isso só foi possível porque o Brasil não teve - e não tem - uma cultura política democrática. Somente quem não conhece a carreira do ex-presidente pode ter ficado surpreso com suas últimas ações. Ele é, ao longo dos últimos 40 anos, useiro e vezeiro destas formas, vamos dizer, pouco republicanas de fazer política. Quando apareceu para a vida sindical, em 1975, ao assumir a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, desprezou todo o passado de lutas operárias do ABC. Nos discursos e nas entrevistas, reforçou a falácia de que tudo tinha com...
Falta coragem
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“Nada é mais temido por um covarde do que a liberdade do pensamento.” (Luiz Felipe Pondé) Rodrigo Constantino, O GLOBO Não sei quanto ao leitor, mas eu confesso estar cansado da ditadura velada do politicamente correto. A impressão que fica é que um bando de “almas sensíveis” tomou o poder e deseja impor aos outros seu estilo acovardado de vida. O reflexo disso é este estado-babá que vemos diariamente avançar sobre nossas liberdades, com os aplausos de uma gente medrosa e insegura. Exemplos não faltam. A começar pelo ícone máximo desta tirania: Anvisa. Seus burocratas cismaram que têm o direito de cuidar de cada um de nós como se fôssemos mentecaptos indefesos. Os “iluminados” agentes da Anvisa vão impor dieta saudável, eliminar as substâncias perigosas, controlar a exposição ao sol, enfim, serão como nossos pais, e nós seremos as crianças incapazes de decidir por conta própria como viver. Mas seria injusto culpar apenas a Anvisa por tais evidentes excessos. Não. Est...