Quando se trata de empreender, não existe negócio bom nem ruim. Essa avaliação depende de três fatores: 1) do seu nível de ambição; 2) do seu propósito de vida; 3) do seu empenho para torna-lo um negócio rentável e interessante.
Há pouco tempo recebi um extenso e-mail de um
pequeno empreendedor mineiro alegando que depois que passou a ler com mais
frequência meus artigos, conseguiu mudar várias coisas na microempresa que
mantém com a esposa, em especial, o discurso negativo diante dos cinco
empregados e da própria família.
Na mensagem, ele se diz muito cético em relação a
conselhos de “estranhos” e às novidades tecnológicas, entretanto, encorajado
por um amigo em comum, outro leitor dos meus artigos, resolveu “gastar” um
pouco de tempo comigo.
Durante muito tempo ele foi o fiel escudeiro de um
empresário, proprietário de algumas fazendas em Minas. Diante
do falecimento do patrão e do pouco interesse dos filhos em manter as fazendas
produtivas, as propriedades foram negociadas com um grande conglomerado
financeiro. Parte do pagamento foi utilizada para saldar
dívidas bancárias.
Em pouco tempo, ele e a esposa se viram
desempregados, com prazo determinado para deixar a fazenda e uma indenização
honrada, centavo por centavo, pelo novo dono, porém o fato é que isso era
apenas um conforto temporário.
Pressionado, com uma ideia antiga na cabeça e pouco
dinheiro no bolso, ele e a esposa decidiram abrir um negócio por conta própria. Com várias receitas da sogra, a experiência da
esposa com doces caseiros e a vontade de prosperar, nasceu o primeiro
empreendimento da família.
Aos trancos e barrancos, entre erros e acertos,
como ele mesmo afirma no e-mail, a vontade de vencer foi mais forte do que a
vontade de voltar a ser empregado e isso foi determinante nos desafios que
surgiam todos os dias. Por um bom período, catorze
a dezesseis horas por dia não eram suficientes para dar conta da demanda.
Por outro lado, decorridos cinco anos da abertura
da empresa, João e Maria (nomes fictícios) alegam que ainda não conseguiram
ganhar todo dinheiro que imaginavam no início. Nas palavras
finais de João, “não é um negócio bom nem ruim”.
Contudo, desde que iniciaram o empreendimento, eles
conseguiram pagar o aluguel da casa e do ponto comercial em dia, compraram um
terreninho e trocaram todos os móveis e eletrodomésticos. De quebra, assumiram com sucesso o leasing de duas caminhonetes para honrar as
entregas das encomendas que não param de subir.
“Não é um negócio bom nem ruim”. Como assim? Boa parte dos empreendedores tem dificuldades de
reconhecer o quanto evoluíram a partir do momento em que decidiram ser
remunerados com base nos seus próprios resultados.
Quando se trata de empreender, não existe negócio
bom nem ruim. Essa avaliação depende de três fatores: 1) do
seu nível de ambição; 2) do seu propósito de vida; 3) do seu empenho para
torna-lo um negócio rentável e interessante.
Na prática, se o seu nível de ambição for
desmedido, talvez nenhum negócio seja tão bom quanto você imagina. Se, além do dinheiro, não existe propósito de
vida, o negócio passa a ser apenas questão de sobrevivência. Por fim, se não há empenho não há retorno e, sem
isso, qualquer negócio torna-se desinteressante.
Ao decidir construir o seu próprio grau de sucesso
financeiro, com os pés no chão, a sensação de se tornar um empreendedor de si
mesmo tende a recompensar todo o esforço. O êxito passa
a depender exclusivamente da sua energia e dedicação e ainda que seja uma
pequena evolução, vale a pena, pois você saiu do lugar.
No caso do João, ele deve passar por uma profunda
mudança de modelo mental.Não existe a menor
dúvida de que o negócio é bom, mas para se tornar bom para o João e qualquer
outro empreendedor com a mesma mentalidade, em primeiro lugar, é necessário
mudar o discurso; em segundo, evitar comparações; por último, abraçar
definitivamente a causa e nunca deixar de melhorar.
Pense
nisso, empreenda e seja feliz!
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