Distribuiram cargos a incompetentes. Bastava que fossem fiéis ao comando da quadrilha. Ressuscitaram cadáveres que sepultamos em cova rasa. Uniram-se à podridão, a tal ponto que não conseguimos mais distinguir a lama do esgoto. São uma coisa só. É caso de festejar o que está por vir? O retorno da inflação, o perverso imposto que sufoca a todos?
Por REYNALDO
ROCHA
Havia uma herança, qualificada
de maldita pelos asseclas dos corruptos que transformaram um país real em uma
ilusão de circo.
Esta herança permitiu que
embriagados governantes e mentirosas coléricas assumissem o comando do Brasil,
E fossem mitificados. Como se tivessem participado de construções que sequer os
admitiriam como auxiliares de pedreiro.
Como vulgares batedores de
carteira, proclamaram-se donos do que roubaram. E tentaram mais: roubar a
história.
Distribuiram cargos a
incompetentes. Bastava que fossem fiéis ao comando da quadrilha. Ressuscitaram
cadáveres que sepultamos em cova rasa. Uniram-se à podridão, a tal ponto que
não conseguimos mais distinguir a lama do esgoto. São uma coisa só.
É caso de festejar o que está
por vir? O retorno da inflação, o perverso imposto que sufoca a todos?
Não creio. Não quero. Não
desejo.
Mas parece-me inevitável. Nada
do que se disse, expôs e cobrou foi levado em conta. Os ignorantes orgulhosos
preferiram debitar as críticas na conta de sempre: só discordam do governo
iluminado os que sempre são do contra.
Reclamar do inchaço da máquina
administrativa? Da ineficiência derivada da falta de planejamento? Da corrupção
que multiplica por dois o valor de qualquer obra? Dos companheiros que nunca
souberam administrar sequer uma loja de R$ 1,99? Da ingerência absurda do
Estado na economia, só chamando a odiada (por eles) iniciativa privada quando
não há mais conserto nem recurso?
Valeu trocar “privatização” por
“desestatização”, como agora se lê?
A fórmula de FHC não era poção
mágica. Era caminho, direção. Eles nunca entenderam isto. Os ignorantes que
nada sabem fingem saber de tudo.
A Petrobras arrasada por
Gabrielli e Lula. O BNDES reduzido a agência de socorro para amigos do governo.
Fundos de pensões estatais aplicam mal e porcamente o dinheiro dos associados.
E assim se cria uma ilusão.
Guido Mantega, como Cristina Kirchner, já é uma piada internacional. A
credibilidade que o Brasil conseguiu ─ a duras penas ─ no governo FHC e foi
mantida por Henrique Meireles (tucano, nunca aceito pelos geniais economistas
do PT!) está perdida.
A nós resta a certeza de que
virão dias difíceis. A mágica acabou. A farsa mostra os dentes.
Restará uma herança. Esta sim,
maldita.
Na era da mediocridade,
perdemos o que ganhamos.
A dignidade, a ética, a
supremacia da verdade, o respeito ao estado de direito e à diversidade de
ideias, isso já estava perdido.
Perderemos a última construção
de governos anteriores.
Eles não se importam. Nunca se
importaram com nada que não fosse elogio ou histérica idolatria.
O que vai sobrar?
Sem oposição, sem crítica e sem
quem nos represente, resta observar o covil dos lulopetistas destruindo com as
patas sujas o que nunca conseguiram entender.
E que nós, mais uma vez,
teremos que reconstruir.
Resta saber com quem.
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