O Hábito Libertador de Opinar com Fatos: A Segurança sob Análise

Vivemos tempos de violência crescente, certo? Errado!

Se você ligar a TV nos dias de hoje ou navegar pelas redes sociais, provavelmente vai achar que a segurança pública está em níveis alarmantes. A narrativa comum é de que tudo está piorando, e que vivemos tempos de violência crescente, certo? Talvez não.


Disclaimer: Minha entrada no doutorado renovou meu interesse por ciência de dados e estatísticas. Coincidentemente, comecei a ler o livro *Factfulness*, que apresenta diversos dados globais sobre saúde, riqueza, segurança, entre outros, desafiando percepções comuns. Essa leitura me motivou a analisar os dados de segurança pública no Brasil. Confesso que me incomoda quando as pessoas retratam o passado como se tudo fosse maravilhoso em comparação ao “caos” atual. Embora algumas comparações façam sentido, na maioria das vezes, não.

A frase “são outros tempos” é frequente em conversas sobre segurança e reflete mudanças nos hábitos das pessoas. Mas será que antes era realmente mais seguro? Nossa percepção não estaria distorcida pelas mídias e redes sociais? Será que a tendência de destacar tragédias não está transformando exceções em regra?

Vamos dar uma olhada mais de perto nos números, especialmente no contexto do Rio Grande do Sul. Os dados de segurança pública nos últimos anos são bem reveladores. De 2014 a 2024, as estatísticas mostram uma queda expressiva em vários indicadores de violência:

  • Homicídio Doloso: de 2.377 casos em 2014 para 1.317 em 2024.
  • Latrocínio: de 145 para apenas 30.
  • Furto: uma queda de 170.360 para 104.219.
  • Furto de Veículo: de 18.956 para 6.632.
Essa redução nos índices de violência no Rio Grande do Sul provavelmente não é um caso isolado. Apesar de algumas variações regionais, outros estados do Brasil provavelmente seguem essa tendência

O livro "Factfulness" e estes dados nos lembra que a percepção humana da realidade é frequentemente distorcida por filtros de atenção que priorizam informações dramáticas. Além disso, a mídia, com seu foco em tragédias e sensacionalismo, muitas vezes acentua esse medo e desinformação.

Vivemos em um mundo em que a informação é abundante. Muitas vezes, o que se ouve no bar, ou o que se lê em manchetes alarmantes, não reflete a realidade dos números.
Então, a mensagem que gostaria de registrar neste texto é que incentivar a desafiarmos a bolha do senso comum e dar uma chance para os dados. Afinal, eles têm muito a nos ensinar!

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