domingo, 26 de junho de 2011

Um tapa na cara de todos nós


Artigo maravilhoso hoje na Zero Hora. Sobre a falta de ética que circula facilmente pelo meio de nós mas que insistimos de que é apenas característica dos políticos e do congresso. Sobre a pergunta da autora “Será que os eleitores são tão ignorantes a ponto de errar tanto em suas escolhas? Ou será que o que vemos no Congresso é apenas uma representação fidedigna da nossa própria sociedade?” Respondo: É sim, o congresso não passa de uma representação fidedigna da nossa sociedade. A sociedade do jeitinho e não do mérito. Lamentável.




ARTIGOS

Um tapa na cara de todos nós, por Letícia Duarte*

É fácil apontar o dedo para o deputado Sérgio Moraes, que se transformou em um dos assuntos mais comentados da semana ao dar um tapa na cara do colega Ronaldo Santini durante um encontro do PTB, e dizer que foi um escândalo.

Mais difícil é entender como um deputado que já havia dito abertamente que se lixava para a opinião pública conseguiu se reeleger com uma votação expressiva para o Congresso. Quem está mesmo se lixando para quem nessa história toda?

É uma obviedade criticar o fisiologismo dos partidos políticos, os interesses comezinhos que movem a disputa pelo poder (e descambam em agressões retóricas ou literais), em todos os governos.

Mais complexo é entender que a política não depende só dos outros. Os outros também somos nós – mesmo aqueles entre nós que dizem que não se importam com a política. Omissão também é uma forma de ação.

É simples condenar a corrupção alheia, as negociatas que resistem à alternância das siglas. Mais intrigante é investigar onde elas nascem. Será que os eleitores são tão ignorantes a ponto de errar tanto em suas escolhas? Ou será que o que vemos no Congresso é apenas uma representação fidedigna da nossa própria sociedade?

Um tapa é um estereótipo mais acabado da falência da política, que deveria ser a arte do diálogo, do bom senso, da mediação de conflitos, com vistas ao bem comum. A pergunta que fica é: como chegamos a esse ponto?

A gente se choca com o que vê no Congresso, nas Assembleias, nas Câmaras de Vereadores, mas não é só nesses lugares que a ética anda em baixa. Olhando com atenção, vamos ver que todo dia também damos e recebemos tapas morais, o tempo todo. Em algum momento, quem se preocupa em cumprir regras passou a ser visto como tolo. O Joãozinho do passo certo. O idiota. Esperto é quem sabe levar vantagem, tirar uma casquinha, falar mais alto, se mostrar mais agressivo, mais competitivo. Até demonstrar afeto passou a ser interpretado como sinal de fragilidade. Olhar nos olhos está fora de moda. Ninguém mais tem tempo para ouvir o que o outro tem realmente a dizer. Ouvir dá trabalho. Mais fácil pegar uma cartilha pronta com instruções politicamente corretas e repetir chavões – com lições e julgamentos sobre a vida dos outros.

Se pensarmos bem, a lógica é a mesma. Se todo mundo faz, por que também não posso fazer um gato da TV a cabo na minha casa? Se ninguém respeita os sinais de trânsito mesmo, que diferença faz eu estacionar na calçada ou parar em fila dupla? Se quem fala mais alto sempre é ouvido, por que não gritar? Se todo mundo ganha uma comissão a mais num negócio ilícito, por que vou ficar fora do bolo? Se todos os partidos trocam apoio por cargos, por que o meu não cobraria?

É cada vez mais raro encontrar quem ainda se disponha a dar algo em troca sem esperar sua recompensa – seja nos relacionamentos pessoais, no trabalho, no trânsito. O que vale é ganhar, de preferência com mínimo esforço. Mesmo que seja a um alto custo, da perda da própria humanidade. Não é a política que anda desacreditada, são as nossas relações. Daí para descambar para a falta de ética e para a corrupção, é um tapa.
*JORNALISTA

terça-feira, 14 de junho de 2011

Pobreza, dinheiro e muito amor! A melhor forma das pessoas mudarem suas vidas é tendo controle, fazendo do jeito que elas acreditam que seja melhor para elas!

Esse vídeo é realmente inspirador. De arrepiar! Veja!!

Jessica Jackley estava falando do microcredito para os pobres e tem uma passagem em especial que me chamou muito a atenção. Ela diz o seguinte (ela fala da pobreza na África e no mundo e das soluções para a mesma): 
"Mesmo que eu pudesse consertar tudo com uma varinha mágica, provavelmente eu faria tudo errado. Porque a melhor forma das pessoas mudarem suas vidas é tendo controle, fazendo do jeito que elas acreditam que seja melhor para elas. Nenhuma vez sequer me pediram dinheiro. Não era o que eu esperava, porque na nossa cabeça quando existe pobreza você dá dinheiro para ajudar, certo? Ninguém me pediu dinheiro. Na verdade, ninguém queira que eu sentisse pena deles. Eles apenas queriam fazer mais do mesmo daquilo que eles já estavam fazendo a partir da suas próprias aptidões."

O video cita um exemplo maravilhoso de empreendedorismo que foi realizado por Muhammad Yunus (premio nobel da paz) pioneiro da microfinança. Ou seja, esse senhor criou um banco para financiar a melhoria dos negócios dos pobres. Isso mesmo! Fornecia pequenas quantias para o cara aquele que cria ovelhas e que precisa de uma incentivo financeiro para alimenta-las melhor para depois vender mais caro. Ou ainda aquele rapaz, que vende balas e pipocas no centro da cidade e que um crédito para comprar um carrinho que o desse maior mobilidade poderia aumentar suas vendas. Exemplos simples e muito significantes para essas pessoas. Isso sim que é incentivo ao sentimento empreendedor.


Agora reflitam se é isso que acontece no Brasil. Reflitam se a Bolsa Familia resolve nosso problema. Repetindo a frase acima, as pessoas precisam ter controle e fazer aquilo que é melhor para elas. Até os mais pobres não precisam de "mentes sensíveis" no governo dizendo a elas o que é melhor para elas próprias. O governo precisa sim é dar oportunidade as pessoas!

Segue o vídeo!


Fonte (One TED a day http://onetedaday.tumblr.com/post/6341869515)

sábado, 4 de junho de 2011

Não aparece na nota fiscal, mas boa parte de tudo o que você compra é imposto.

Excelente campanha de conscientização dos impostos que pagamos em tudo que consumimos. 
Vale a pena reproduzir aqui!


Fonte: ordemlivre.org


Segue os vídeos, vale a pena!







quinta-feira, 2 de junho de 2011

A tal da meritrocacia

Não consegui fazer nenhum adendo ao artigo. Simples, objetivo e perfeito na minha opinião!




Zero Hora, 2 de junho de 2011 | N° 16718


ARTIGOS

Meritocracia, por Carlos Alberto Cardoso Dias*



Procurei a palavra em epígrafe no dicionário da língua portuguesa Barsa e no dicionário de língua portuguesa do professor Celso Pedro Luft e não a encontrei. Encontrei as palavras mérito e meritório. Em ambos, o significado das palavras refere-se a: digno de prêmio, merecedor, valor moral ou intelectual. O que torna uma pessoa, obra ou ação digna de elogio, estima ou recompensa. Consegui encontrar no dicionário online de português a seguinte informação: s.f. sistema (por exemplo, educacional ou administrativo) em que os mais dotados ou aptos são escolhidos e promovidos conforme seus progressos e consecuções. Sistema onde o mérito pessoal determina a hierarquia.

Tenho acompanhado os debates acerca da intenção, em primeiro lugar do governo Yeda Crusius e recentemente do governo federal (sic) de implantar a meritocracia para valorizar o trabalho de funcionários públicos conforme seu desempenho, interesse e dedicação. A imprensa tem veiculado posição contrária a esta proposta dos vários sindicatos ligados a essas categorias, especialmente o magistério.

Qual o motivo?

Os funcionários pagos com os tributos do povo brasileiro não querem ser avaliados e pagos conforme seu desempenho? Esta é uma postura ética? De que maneira podemos saber a opinião da população, que em última análise se beneficia ou se prejudica quando recebe serviços públicos de má qualidade, especialmente quanto ao ensino?

Minha manifestação escrita tem algum valor? Talvez seja de bom alvitre que os sindicatos, usando as polpudas verbas que recebem do governo (leia-se povo), procurassem ouvir o que pensam os usuários de seu serviço. Uma amostragem por domicílio daria um retorno didático.

Penso que todo sistema de avaliação é válido, no mínimo como retorno do serviço que prestamos. Praticamente todas as classes profissionais são avaliadas regularmente, em especial empresários, profissionais liberais e empregados dos mais variados setores são avaliados e remunerados conforme suas qualidades, formação, desempenho etc.

Não vejo motivos para a meritocracia não ser implantada imediatamente no serviço público nacional. Um governo sério, comprometido com a população, não protelaria esta decisão. Aqui talvez resida o grande porém. Quem está comprometido com o povo?

*MÉDICO