A principal vantagem do capitalismo é precisamente a de que ele realmente funciona, se não idealmente bem, pelo menos melhor do que todas as demais formas de organização econômica e social, justamente porque as pessoas estão liberadas para perseguir os seus próprios interesses, enquanto todos os demais estão apoiados nas inconstantes virtudes humanas, como a solidariedade, a “responsabilidade social”, ou o “bem comum”.
Eis aqui, portanto, a grande beleza do capitalismo, que muitos não conseguem enxergar: ainda que visem exclusivamente aos próprios interesses, os indivíduos somente serão recompensados quando satisfizerem as demandas dos outros. Meu ganho, meu lucro ou minha remuneração estão diretamente ligados à satisfação do meu semelhante. O livre mercado, embora não pretenda extinguir o auto-interesse inerente à condição humana, nos obriga a pensar nas demandas do próximo, se quisermos ser bem sucedidos.
Por José Luiz Mauad
A
história do Século XX provou, de forma dramática, que o sistema capitalista
gera enorme prosperidade e que todas as formas de socialismo levam à pobreza e
ao colapso.
O
progresso econômico e social das nações capitalistas, principalmente dos
Estados Unidos, do Japão e da Europa Ocidental, é inegável. Por outro
lado, há exemplos marcantes de como as sociedades socialistas regridem com o
tempo.
Quem
visita a outrora belíssima Havana tem a exata impressão de que voltou aos anos
cinqüenta do século passado. O que se vê é uma cidade em ruínas, onde a marca mais aparente é a
estagnação e a decrepitude, seja na arquitetura, nos veículos e até nas
pessoas.
Pegue-se
a Coréia do Norte. Neste caso, uma imagem vale mais do que mil
palavras. Basta olhar as fotos noturnas de satélite da Península da Coréia para ter
certeza, comparando-se a luminosidade do norte e do sul, de que há algo de
muito errado acontecendo no norte, onde prevalece a total escuridão, em pleno
Século XXI.
Mas
certamente o maior teste empírico da superioridade do capitalismo sobre o
socialismo é Berlin: ali conviveram lado a lado, durante
quarenta e cinco anos, a pujança capitalista do oeste e os dramáticos
resultados do comunismo no leste. De um lado uma cidade moderna, um
próspero centro comercial e financeiro, com o conforto e os benefícios que só o
capitalismo produz, e de outro o desamparo e a miséria. Uma diferença
gritante, principalmente se levarmos em consideração o fato de que havia ali a
mesma geografia, o mesmo povo, a mesma cultura, a mesma educação, a mesma
história, enfim, os mesmos recursos humanos e naturais.
Como
se vê, é incontestável a superioridade do capitalismo, comparado com quaisquer
das formas de socialismo. Infelizmente, poucos estão conscientes dos
argumentos econômicos que suportam o capitalismo, e menos ainda dos fundamentos
morais e filosóficos que o sustentam. Essa é a razão por que a maioria
das pessoas é incapaz de reconhecer as virtudes desse incomparável sistema.
Por outro lado, a doutrina socialista é disseminada ao redor do mundo
através de pungentes elegias igualitaristas, principalmente na forma do
insidioso sofisma segundo o qual a riqueza de uns é o resultado da miséria de
muitos.
A
principal vantagem do capitalismo é precisamente a de que ele realmente
funciona, se não idealmente bem, pelo menos melhor do que todas as demais
formas de organização econômica e social, justamente porque as pessoas estão
liberadas para perseguir os seus próprios interesses, enquanto todos os demais
estão apoiados nas inconstantes virtudes humanas, como a solidariedade, a
“responsabilidade social”, ou o “bem comum”.
Eis
aqui, portanto, a grande beleza do capitalismo, que muitos não conseguem
enxergar: ainda que visem exclusivamente aos próprios interesses, os indivíduos
somente serão recompensados quando satisfizerem as demandas dos outros. Meu
ganho, meu lucro ou minha remuneração estão diretamente ligados à satisfação do
meu semelhante. O livre mercado, embora não pretenda extinguir o auto-interesse
inerente à condição humana, nos obriga a pensar nas demandas do
próximo, se quisermos ser bem sucedidos.
Acima
de tudo, o capitalismo não foi um modelo projetado, nem é resultado da criação
de nenhuma mente privilegiada, mas trata-se de uma ordem espontânea,
desenvolvida ao longo dos séculos através da interação humana.
O
capitalismo não é perfeito, assim como nenhum sistema humano é ou jamais será
perfeito. Mas os benefícios da sociedade da livre iniciativa são inegáveis –
basta comparar a China de apenas 50 anos atrás com a China atual.
É
muito fácil – e não raro politicamente conveniente – desdenhar do único modelo
que, até hoje, nos permitiu escapar da pobreza e do desconforto que
atormentaram o homem em grande parte de sua existência. A esses eu diria
que o maior crime das elites capitalistas não está nas famigeradas
desigualdades, no egoísmo ou na ganância intrínsecos à condição humana, mas sim
na recusa sistemática de apoiar, divulgar e defender o único
modelo que proporcionou à humanidade sair de seu estado natural de
miséria, preferindo, ao contrário, fazer apologia de um modelo que, onde quer
que já tenha sido testado, só trouxe penúria e miséria.
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