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Mostrando postagens de setembro, 2014

Eles nos protegem

Essa estratégia de plebiscitos e conselhos é a mais perigosa, porque tem aparência de abertura democrática, quando, na verdade, sua intenção é solapar o Legislativo e, assim, solapar a democracia representativa. O argumento dos governistas é insidioso: eles juram que esses conselhos dariam mais oportunidades de participação “ao povo”.  Bastaria que “o povo” se dispusesse a integrar os conselhos para, desta forma, decidir os rumos da sua própria vida. Balela. Os governistas sabem que “o povo” simplesmente não quer participar de conselho nenhum. Imagine você tendo de ir a uma plenária duas vezes por semana, ou a um seminário, ou a um debate, ou a um congresso de qualquer coisa. Que porre.  Por David Coimbra Quando algum amigo geme de medo de que esse ou aquele candidato seja eleito presidente, ofereço sempre o mesmo consolo: — Não te preocupa. O Congresso nos protege. Porque, embora o Executivo tenha tantos poderes no Brasil, como tem, o Legislativo é...

A SATANIZAÇÃO DO SETOR PRIVADO

Os ataques à livre-iniciativa, como se os interesses de quem produz não convergissem com os da sociedade, apenas confundem o debate de ideias na campanha eleitoral. Editorial ZH (15/9/2014) Os ataques à livre-iniciativa, como se os interesses de quem produz não convergissem com os da sociedade, apenas confundem o debate de ideias na campanha eleitoral. Na tentativa de atacar ideias e propostas dos adversários, parte da propaganda eleitoral vem apresentando, de forma depreciativa, o que seria a representação de executivos, empresários e banqueiros contrários aos interesses do país. São ataques articulados pela campanha do PT, que provocam natural desconforto entre quem empreende. O setor empresarial não é, no Brasil e em lugar algum em que prevaleça a livre competição, inimigo da população. É uma visão não só equivocada, mas eticamente condenável, sob qualquer aspecto, por tentar induzir ao erro de que a iniciativa privada estaria em desacordo com demandas e expectativas da...

Conversa entre empreendedores: ‘Cansei desse País, vou para os EUA’

  Como toda estrutura burocrática, os sindicatos criaram seus vícios e suas estruturas de ciclo contínuo de um mesmo comando. E se tornaram máquinas estranhas. O tema que me chama a atenção é a voracidade com que os sindicatos procuram aplicar os direitos dos trabalhadores, tal categoria tem participação em lucros? Por Leo Spigariol no Blog do Empreendedor ( blogs.pme.estadao.com.br ) Às vezes, sinto-me como aquele personagem do desenho do Pica-pau, o jacaré. Na história, ele dá dois passos para frente e um para trás. No último mês, estamos discutindo muito sobre a desburocratização das microempresas que estão no sistema Supersimples. Talvez, pelo fato de estarmos próximos das eleições, o tema volta à baila. De todo modo, não tenho a intenção de enveredar pela política, mas sim pela mentalidade que rege o funcionamento de nosso sistema administrativo – que, na essência, é o mesmo princípio que rege a nossa vida pública. Essa essência está em todas a...

O lado B da democracia

Por Cora Ronai  (O Globo, Segundo Caderno, 11.9.2014) E, mais uma vez, vou votar sem qualquer entusiasmo. Nenhum dos candidatos à presidência me representa sequer minimamente. Suas plataformas são amontoados de lugares comuns, evasivas de gente covarde que não tem coragem de dizer o que pensa ou de fazer o que deve; suas falas são colchas de platitudes mal enunciadas que, na melhor das hipóteses, não significam nada. Não suporto mais o discurso dos governistas, que insistem em pintar um país que não existe, como se fossemos todos idiotas ou desmemoriados -- e que, quando forçados a contemplar os erros da atual administração, agem como se o PT já não tivesse tido tempo de sobra de mostrar a que veio; mas também não aguento mais o discurso da oposição, que só se lembra de que é contra o governo em época de eleição. Oposição não existe apenas para faturar os votos dos descontentes; oposição é parte integrante e essencial de qualquer democracia. O PSDB traiu o país e a c...

Por que as nações fracassam? Ou: Precisamos construir instituições sólidas, não de heróis messiânicos

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Estou quase acabando a leitura do livro Porque as Nações Fracassam e já tenho a sensação que ele estará entre as melhores leituras que já fiz. A teoria do livro é tão genialmente simples, que poderíamos resumir a obra parafraseando James Carville, com uma leve alteração: "São as instituições, estúpido". Ou seja, quando as instituições funcionam, a nação prospera.  O livro inicia comparando a duas Nogales, onde parte de um mesmo povoado pertence ao México e a outra parte aos EUA. A primeira sofre com a pobreza e corrupção endêmica. A segunda, com uma renda per capita várias vezes maior e uma cidade muito mais próspera. Se a maioria da nossa população entendesse isso, não teríamos tantos heróis messiânicos prosperando por aqui, surrupiando o suor do povo em “nome do povo”. Destaco uma passagem para que você entenda a mensagem que o livro quer destacar. "Nogales, Arizona, fica nos Estados Unidos. Seus moradores têm acesso às instituições econômicas ...