terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Com humor e inteligência Danilo Gentili disse tudo a respeito do racismo e do politicamente correto

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afrodescendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."


Realmente genial. Com humor e inteligência Danilo Gentili disse tudo a respeito do racismo e do politicamente correto. To fechado com ele! Leia até o final, esse é uma discussão importante.

Acho que eles querem mesmo é "alô afro-descendente, senta ali com a sua turma e eu sento aqui com a minha" ao invés de "senta aqui negão e vamos toma uma gelada juntos". Se continuar assim, essas ONGs (que de NÃO governamental não têm nada) vão conseguir o que querem e ai viveremos num mundo muito mais nebuloso, acreditem! Na verdade é desse "NÓS x ELES" que eles (ONGs e Governos de Esquerda) precisam para continuar justificando "sua luta". Você escolhe se quer entrar nessa ou não.


O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter:

"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

A ONG Afrobras se posicionou contra: "Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro "twitter" sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog:

"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco? "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:

"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, MAS SIM DE BURRO.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afrodescendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos"

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, SOU ÍTALO-DESCENDENTE. ITALIANOS NÃO ESCRAVIZARAM AFRICANOS NO BRASIL. VIERAM PRA CÁ E, ASSIM COMO OS PRETOS, TRABALHARAM NA LAVOURA. A DIFERENÇA É QUE ESCRAVA ISAURA FEZ MAIS SUCESSO QUE TERRA NOSTRA.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café com leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afrodescendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."

As pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários

Pol Pot, o assassino de esquerda, provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".


Por Luiz Felipe Pondé (Folha de SP)

As pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários

Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea.

Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse.

Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população.

O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso. A esquerda torce para o mundo dar errado e assim poder exercer seu terror de sempre.

Mas voltemos ao fato histórico sobre o qual os intelectuais de esquerda mentem: os comunistas (Stálin, Lênin, Trótski, Mao Tse-tung, Pol Pot e caterva) mataram mais do que Hitler e em nome das mesmas coisas que nossos intelectuais/políticos radicais de esquerda hoje pregam.

Caro leitor, peço licença para pedir a você que leia com atenção o trecho abaixo e depois explico o que é. Peço principalmente para as meninas que respirem fundo.

"(...) um novo interrogador, um que eu não tinha visto antes, descia a alameda das árvores segurando uma faca longa e afiada. Eu não conseguia ouvir suas palavras, mas ele falava com uma mulher grávida e ela respondia pra ele. O que aconteceu em seguida me dá náuseas só em pensar. (...): Ele tira as roupas dela, abre seu estômago, e arranca o bebê. Eu fugi, mas era impossível escapar do som de sua agonia, os gritos que lentamente deram lugar a gemidos e depois caíram no piedoso silêncio da morte. O assassino passou por mim calmamente segurando o feto pelo pescoço. Quando ele chegou à prisão, (...), amarrou um cordão ao redor do feto e o pendurou junto com outros, que estavam secos e negros e encolhidos."

Este trecho é citado pelo psiquiatra inglês Theodore Dalrymple em seu livro "Anything Goes - The Death of Honesty", Londres, Monday Books, 2011. Trata-se de um relato contido na coletânea organizada pelo "scholar" Paul Hollander, "From Gulag to the Killing Fields", que trata dos massacres cometidos pela esquerda na União Soviética, Leste Europeu, China, Vietnã, Camboja (este relato citado está na parte dedicada a este país), Cuba e Etiópia.

Dalrymple devia ser leitura obrigatória para todo mundo que tem um professor ou segue um guru de esquerda que fala como o mundo é mau e que devemos transformá-lo a todo custo. Ou que a sociedade devia ser "gerida" por filósofos e cientistas sociais.

Pol Pot, o assassino de esquerda e líder responsável por este interrogador descrito no trecho ao lado, estudou na França com filósofos e cientistas sociais (que fizeram sua cabeça) antes de fazer sua revolução, e provavelmente tinha como professor um desses intelectuais (do tipo Alain Badiou e Slavoj Zizek) que tomam vinho chique num ambiente burguês seguro, mas que falam para seus alunos e seguidores que devem "mudar o mundo".

De início, se mostram amantes da "democracia e da liberdade", mas logo, quando podem, revelam que sua democracia ("real", como dizem) não passa de matar quem não concorda com eles ou destruir toda oposição a sua utopia. O século 20 é a prova cabal deste fato.

Escondem isso dos jovens a fim de não ter que enfrentar sua ascendência histórica criminosa, como qualquer idiota nazista careca racista tem que enfrentar seu parentesco com Auschwitz.

Proponho uma "comissão da verdade" para todas as escolas e universidades (trata-se apenas de uma ironia de minha parte), onde se mente dizendo que Stálin foi um louco raro na horda de revolucionários da esquerda no século 20. Não, ele foi a regra.

Com a crise do euro e a Primavera Árabe, o "coro das utopias" está de volta.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O objetivo do PT sempre foi se estabelecer como partido único

O objetivo do PT sempre foi se estabelecer como partido único. Isso não implica proibir ou exterminar pela via cartorial as outras legendas. O esforço é para torná-las irrelevantes. E tem sido bem-sucedido. Um de seus segredos é não ter princípios. Vale tudo para conquistar o poder e nele se manter. Querem um exemplo? Se os petistas fizerem uma aliança com Kassab, vão protegê-lo na campanha eleitoral. Se não fizerem, vão atacá-lo. Eles acham o prefeito bom ou mau? Depende… Ele estará de que lado? (Reinaldo Azevedo)

domingo, 29 de janeiro de 2012

A VIA DA LIBERDADE

Se o socialismo de Estado naufragou e o capitalismo de mercado enfrenta sucessivas turbulências, que se continue buscando uma terceira via capaz de conduzir homens e mulheres a um futuro mais digno, justo e solidário. Mas é imprescindível que todos sejamos livres para pensar, para expressar nossas opiniões, para questionar nossos governantes e para escolher nosso próprio destino.

Editorial ZH dia 29.01.2012

Governantes, empresários, economistas, sociólogos, cientistas políticos e lideranças planetárias de diversos segmentos sociais reuniram-se esta semana na Europa e na América do Sul para debater soluções para a crise econômica global e para apontar novos rumos para a sociedade humana. Em Davos, na Suíça, 40 chefes de Estado e de governo, ou seus representantes, debruçaram-se sobre o desafio de propor novas opções econômicas e sociais para o atual modelo de capitalismo – observados à distância por manifestantes indignados. Em Porto Alegre e em outras três cidades gaúchas, ativistas políticos, ambientalistas, representantes de organizações não governamentais e simpatizantes de modelos socialistas voltaram a demonizar o neoliberalismo – sem, no entanto, oferecer alternativas viáveis para tornar realmente possível o sonhado novo mundo.

Ainda assim, tanto o Fórum Econômico Mundial, que chegou a sua 39ª edição, quanto o Fórum Social Temático, uma subdivisão do Fórum Social Mundial, trouxeram à luz visões e propostas merecedoras de atenção para que a humanidade continue perseguindo a terceira via entre o socialismo fracassado e o capitalismo claudicante. Só não pode haver dúvida de que a democracia e a liberdade individual são conquistas irrenunciáveis, que não podem ser sacrificadas no embate de ideias.

As crises periódicas da economia de mercado, como bem explica o ex-ministro Delfim Netto, resultam muito mais de deformações pontuais do que propriamente do sistema capitalista, ainda hegemônico porque oferece ao ser humano métodos eficientes para suprir as suas necessidades e que são compatíveis com sua liberdade de iniciativa. O economista cita como exemplos de desvios capitalistas a permissividade do sistema financeiro, registrada entre 2007 e 2009 nos Estados Unidos, e as trapaças do setor público, verificadas nos últimos meses em alguns países da Europa. Para evitá-las, sugere mais regulação, ainda que isso signifique maior presença do Estado na economia. Porém, deixa claro que o capitalismo se reconstrói a cada crise, saindo delas renovado na busca de maior eficiência produtiva e de ampliação da liberdade individual.

É um respeitável ponto de vista, mas certamente não é o único. E nem deve ser, pois é a diversidade de pensamentos que faz o mundo avançar. Porém, tanto o debate de ideias evidenciado em proporções globais nos dois fóruns mencionados quanto as manifestações de contrariedade aos eventos e a seus conteúdos só são possíveis porque vivemos, na América e na Europa, com raras exceções, em regimes de plena liberdade.

Se o socialismo de Estado naufragou e o capitalismo de mercado enfrenta sucessivas turbulências, que se continue buscando uma terceira via capaz de conduzir homens e mulheres a um futuro mais digno, justo e solidário. Mas é imprescindível que todos sejamos livres para pensar, para expressar nossas opiniões, para questionar nossos governantes e para escolher nosso próprio destino.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A maquiagem na educação (Luiz Carlos Prates)

Gosto muito desse senhor. Se replico aqui é porque concordo! Vamo que vamo!

 

Série Brado Retumbante escancara a ideologia cretina que ronda a educação brasileira

A história da vergonhosa educação brasileira, hoje mais ideologizada do que nunca, é mostrada na série Brado Retumbante. Aliás, uma excelente produção da Globo. Como não poderia deixar de ser, aqueles papinhos de mídia golpista, instrumento de dominação das elites, burguesia, etc não poderiam faltar na trama.

"A burguesia não aceita a história escrita pelo povo. A história da nossa luta contra a opressão. Dai o repórter pergunta: "
A senhora se sente oprimida num apartamento de 5 milhões de reais de frente pro mar". A consequência da pergunta é a de sempre, na ficção e na realidade - agressão física quando falta argumento. 


Essa cena me lembra uma frase de Reinaldo Azevedo: Uma das coisas que me fizeram romper com os “companheiros e camaradas”, entre muitas, foi constatar, ainda bem jovem, que os valentes jamais viveram — ou acharam que deveriam viver — segundo a disciplina que queriam impor aos outros. Aliás, isso define de modo notável o perfil moral dos esquerdistas.




Qualquer semelhança dos fatos com a esquerda no Brasil é pura coincidência. Coisa da mídia golpista e das elites, sabe como é né!





Colei o episódio todo (vale a pena ver), mas se quiser entender a cena a que me refiro, veja 3 partes curtinhas:


dos 24:00 min até 25:30
dos 28:20 min até 30:20
dos 30:00 min até 35:00


O que falta à oposição? Um nome ou um conjunto de idéias?


Por 


Caras e caros,
Prometi um texto sobre a oposição e seu futuro. Ficou longo! Mas acho que saiu direitinho, redondo. Sim, alguns vão detestar. É do jogo. Penso o que penso — e jamais escondo —, mas o meu compromisso é com os fatos, ainda que o que eu vislumbre não seja do meu agrado. Para chegar ao ponto que quero, terei de falar um pouco do governo Dilma e da avaliação extremamente positiva que os brasileiros, segundo as pesquisas, têm dela. Vamos lá?

No domingo, a Folha trouxe a pesquisa Datafolha com a avaliação do governo. Desde o primeiro levantamento, feito em março, com 90 dias de gestão, consolidou-se um critério a meu juízo cretino e tecnicamente furado que consiste em comparar os números obtidos pela presidente com aqueles de igual período de seus antecessores, especialmente Lula e FHC. Para que isso fizesse algum sentido, seria preciso que:
a) a pesquisa fosse respondida pelas mesmas pessoas;
b) ainda que fosse possível, forçoso seria que o entrevistado tivesse como fazer a avaliação dos três governos.

Isso é uma besteira gigantesca que combina duas vertentes. Uma primeira é mesmo a paixão adesista que caracteriza boa parte da análise política no Brasil — afinal, Dilma sempre esteve à frente dos que a antecederam. Uma segunda não deixa de trair uma forma curiosa de viés anti-Lula!!! “Como, Reinaldo?” Sim, é isto mesmo: não são poucos os que consideram que reforçar a posição de Dilma é uma forma de manter afastado do poder — ao menos do poder formal — o fantasma lulista. Eu, vocês sabem, não lido com esse critério. Para mim, as diferenças pessoais entre os petistas são quase irrelevantes.

O que mais me interessa no petismo não são pessoas, mas o sistema. E não alimento a ilusão que vejo em alguns colegas de que existam contradições relevantes entre ambos. Ela, é bem verdade, à diferença do antecessor, não tentou até agora, por exemplo, censurar a imprensa. Sim, ponto positivo. Se tentasse, não conseguiria, como ele não conseguiu. Só para encerrar este particular: se Dilma fosse muito diferente, poria um ponto final na prática indecorosa que consiste em financiar o gangsterismo disfarçado de imprensa, especialmente na Internet. Mas não o faz. Administração direta e estatais continuam a usar o dinheiro público para financiar campanhas de difamação contra líderes da oposição, contra ministros do Supremo e contra a chamada grande imprensa. Dilma é a chefe. Se deixa a coisa rolar, é a responsável. O pior é que nada disso seria necessário porque raramente se viu uma imprensa tão dócil com uma presidente. De maneira geral, o jornalismo consegue ser ainda mais “dilmista” do que era “lulista”. Não são os escroques que colaboram para a sua boa reputação. Ao contrário até… Volto ao curso.

Dilma superou Dilma; isso é o que conta
Quando afirmo que é uma besteira essa história de comparar o desempenho dela com o de antecessores em igual período, alguns tontos acreditam que o faço para tentar diminuir a conquista da presidente! Como petralha é burro! Ao contrário até! O DADO RELEVANTÍSSIMO DA PESQUISA DATAFOLHA DE DOMINGO, E AQUI COMEÇO A TANGER A CORDA DA OPOSIÇÃO, NÃO ESTÁ NO FATO DE AVALIAÇÃO POSITIVA DELA SER SUPERIOR À DE LULA, E SIM NO DE TER CRESCIDO 12 PONTOS DESDE MARÇO, 10 DELES SÓ NOS ÚLTIMOS SEIS MESES! Isso, sim, é importante!

Dilma não está muito bem junto à opinião pública porque com uma avaliação de “ótimo e bom” (59%) superior à do antecessor. Ela está muito bem porque, em comparação consigo mesma em início de mandato, quando os pontos ainda não eram seus, mas de Lula, ela cresceu. A sua grande conquista, até agora, É TER SUPERADO DILMA, NÃO TER SUPERADO LULA. Nota: existe uma forma burra e dilmista de ser antilulista; fazer aquela comparação é uma delas. Eu não sou “anti” coisa nenhuma! Só sou a favor de uma meia-dúzia de idéias não compartilhadas nem por ela nem por ele. Vamos continuar.

O que aconteceu e o que não aconteceu
A avaliação positiva da presidente disparou justamente no período das crises que colheram seus vários ministros — seis deles demitidos sob suspeita de corrupção. E olhem que a lista poderia ser de nove! Nesse caso, talvez ela já andasse ali pelos 65% de ótimo e bom… À medida que Dilma demitia, à esteira de denúncias feitas pela imprensa, conquistava o apoio popular. É bem verdade que a grande imprensa lhe deu uma ajuda fabulosa. Nesse caso, aliás, os escroques financiados tentaram empurrar a presidente para o lado errado — e Lula também… Convidaram-na a resistir, a não demitir ninguém. Se o fizesse, diziam o Apedeuta e o subjornalismo a soldo, ela ficaria refém da grande imprensa e das denúncias etc e tal… É claro que os petralhas sempre estão de um lado, e a verdade, de outro. À medida que as evidências de corrupção foram punidas ao menos com a demissão (e não haverá outra pena), a presidente consolidou a fama de moralizadora.

Deu-se um fenômeno estranho, algo talvez possível só nestas terras: a presidente passou a ser tratada como ombudsman no próprio governo, como ouvidora. Parecia que estava apenas corrigindo erros alheios, pelos quais não tinha a menor responsabilidade. Ora, não tinha sido ela própria a nomear aquela gente, tão cedo defenestrada porque com um padrão moral incompatível até mesmo com os elásticos costumes políticos brasileiros? O fato é que ali estava a Dilma que caía nas graças do povo: enérgica!

Sua gestão, já demonstrei aqui tantas vezes, é muito ruim. O Brasil vai relativamente (e só relativamente) bem porque mudanças estruturais feitas nos últimos 20 anos, especialmente o Plano Real, forneceram condições para sair de atoleiros históricos. O fato é, no entanto, que a infra-estrutura é lastimável, a máquina é cara e ineficiente, os serviços são precários, e as promessa solenes feitas por Dilma para o primeiro ano de mandato se frustraram todas. Já coloquei aqui a verdade em números — das casas às creches. Chega a ser constrangedor. No atual ritmo, o governo entregará, por exemplo, três milhões de casas (um milhão de Lula e mais dois milhões de Dilma) só daqui a 22 anos! Para realizar parte das obras previstas para a Copa (e será parte mesmo!), foi preciso violar a legislação e alargar ainda mais os já alargados critérios de moralidade no uso do dinheiro público. Para mais detalhes sobre as ruindades, leia-se um texto que publiquei aqui no dia 26 de setembro do ano passado.

Se o governo é ruim, o povo é bobo?
Não, o povo não é bobo. O modelo petista está fortemente ancorado no consumo, e isso não mudou, ainda que algumas âncoras de manutenção desse arranjo acenem para severas dificuldades no futuro. E daí? O eleitor avalia o seu presente. Com uma economia estável e com uma cobertura das ações presidenciais que beira, em alguns casos, a hagiografia, é compreensível que tantos considerem o governo Dilma “ótimo ou bom”. Mais: a despeito das não-casas, das não-creches, das não-UPAs, das não-quadras, do atraso vexaminoso nas obras da Copa, das trapalhadas nas privatizações dos aeroportos, das estradas federais miseráveis, da roubalheira das ONGs incrustadas no governo, apesar de tudo isso, 72% a consideram “competente”. Desde quando era ministra, já escrevi aqui, a maior competência de Dilma é fazer os outros acreditarem que ela é competente. Um de seu segredos era o ar sempre enfezado; eleita, um de seus segredos é fazer-se de enfezada generosa…

Cadê a oposição?
“Pô, Reinaldo, você afirmou que falaria da oposição, mas cadê?” É de caso pensado, queridos! Meu texto reflete o que foi a oposição nesse tempo. Sim, vimos líderes a protestar no Parlamento, esmagados, coitados!, por uma maioria avassaladora. Um senador como Álvaro Dias (PSDB-PR) merece o reconhecimento por um trabalho sério e dedicado na tentativa de apontar desmandos. Mas é evidente que isso não basta. Repete-se, no primeiro ano de gestão de Dilma, o que foi uma constante no governo Lula, muito especialmente depois que o petista se recuperou da crise do mensalão: teme-se enfrentar um governo popular. O grande discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que viria para ser a bússola da oposição, foi pouco mais do que nada. A sua síntese poderia ser esta: “Nós não somos como o PT”. Claro que não! Ocorre que a maioria do eleitorado escolheu justamente o… PT!

Não custa lembrar que um texto recente escrito por Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB, com críticas severas ao governo Dilma passou por uma plástica quando caiu nas mãos de Sérgio Guerra, presidente do partido, e do próprio Aécio. Escrevi a respeito no dia 13 de janeiro. Ontem, diga-se, na presidência interina do PSDB, Goldman emitiu uma nota dura e sensata sobre a exploração vagabunda que o petismo faz da desocupação do Pinheirinho. Os leitores deste blog até estranharam: “Nossa! Há quanto tempo o PSDB não fala assim!” E alguns atribuíram o tom mais duro ao fato de que Sérgio Guerra está fora do país…

O curioso é que não seria difícil demonstrar que o PSDB parece sem agenda não exatamente porque jamais teve uma, mas porque o PT lhe tomou a que tinha. Ou alguém conseguiria demonstrar que os petistas estão executando seus programas históricos? Ora… São bem poucos os acertos em curso que fazem parte de seu estoque intelectual. E daí? Quem tem de ser convencido não são os historiadores honestos, mas os eleitores.

Nome ou idéias?
O noticiário nacional está ainda carregado pela entrevista — calculada e, a meu ver, desastrada e contraproducente — que FHC concedeu à Economist, em que classificou Aécio Neves de “nome óbvio” do PSDB para 2014 e teceu considerações que creio impertinentes sobre a candidatura de José Serra em 2010. Que bem faz ao partido a sua fala? Se ele souber, que diga. O que eu digo? Acho que há aí um erro de análise fundamental — e nada tem a ver com o nome de Aécio em princípio. A pergunta que faço é outra: o problema do PSDB (e das oposições) está na definição do nome ou na definição do conjunto de valores com o qual se vai enfrentar a disputa eleitoral?

Os aecistas do PSDB já tratam a entrevista como a unção — e ponto final! Eis o PSDB que jurou, desta feita, acabar com decisões de cúpula… Mas nem entro nesse particular. Digamos que, sim, a entrevista de FHC consolide desde já: “Será Aécio é pronto!” E aí? O que isso significa? Que conjunto de valores ele representa que se distingue, de maneira essencial, daquele representado por Dilma Rousseff, que disputará a reeleição? Digamos que eu soubesse a resposta… Ocorre que eu não represento a maioria ou a média do eleitorado. Há coisas que chegam mesmo a ter uma graça particular. O PSDB aecista tem no PT, em Minas, um parceiro antigo. Como bem lembrou o governador Antonio Anastasia quando as “consultorias”de Fernando Pimentel vieram a público, o petista era “amigo e mineiro”… Por que o eleitorado tem de ser convencido de que o PT, bom para governar Belo Horizonte junto com os tucanos, com a mediação do PSB, não é bom para governar o Brasil? Digamos que uma campanha se encarregue de esclarecer… A minha pergunta segue sendo a mesma: seja candidato Aécio, Serra ou qualquer outro, qual será a mensagem levada ao eleitor? Não adianta os tucanos virem com retórica oca: terão de dizer por que eles merecem um “sim” do eleitor e por que o PT merece um “não”.

Por quê?

Eu sei parte da resposta
Parte da resposta, ao menos, eu conheço. Posso não saber hoje por que “sim PSDB”, mas sei muito bem “por que não PT”. E, de novo, as minhas respostas não são as mesmas dos tucanos que conheço. Na verdade, vênia máxima, eu os vejo fazer rigorosamente o contrário do que entendo que seria o certo. Há algum tempo, a cúpula do PSDB debateu o resultado de uma pesquisa sobre a reputação do partido — usada, para não variar, para fazer guerrilha contra Serra — e constatou que o PSDB tinha imagem de “elitista”, que precisaria se aproximar mais do povo, ter seu braço sindical mais ativo, ser mais popular, sei lá eu…

Entendo isso tudo como o caminho da perdição. Nas próprias entrevistas de FHC, um dos presidentes mais corajosos que o país já teve, noto certas inflexões à esquerda — e outras fracamente doidivanas, como o debate sobre a maconha — que evidenciam o esforço para emular com o PT no, como vou chamar?, campo do progressismo. É tão impressionante constatar que os tucanos ainda não perceberam que jamais tomarão a bandeira do “social” das mãos dos petistas! Se existe alguma saída para o partido, é evidente que essa saída só pode se dar pela — à falta de melhor palavra, vai esta — direita. Falo em termos relativos: à direita do PT.

Escrevi dia desses, e muitos tucanos ficaram bravos — paciência! —, que os tucanos ocupam hoje o lugar que, em todas as democracias do mundo, é ocupado por partidos conservadores. Só que o PSDB não é um partido “conservador”, mas não consegue ser um “partido progressista” — ou, se quiserem, de esquerda. Então é o quê?

Na entrevista que concedeu à Economist, agarrado à tese errada de que é preciso logo definir um nome e partir pra luta, FHC arriscou alguma sociologia: à diferença de Serra, Aécio viria de uma política mais tradicional, mais afeita a alianças etc… Huuummm… Digamos que sim! Dado o andar da carruagem, quem terá mais condições de assegurar as alianças em 2014? Ou alguém conta que o prestígio de Dilma vai se esfarelar por obra do Espírito Santo?

Medo do eleitor e do conservadorismo
A verdade é que o PSDB tem medo do eleitor, especialmente do eleitor que não é “progressista”. Teme, em suma, o conservadorismo da sociedade brasileira — o bom conservadorismo, deixo claro! Isso ficou evidente na campanha eleitoral de 2010, por exemplo. O debate sobre o aborto — é mentira que tenha sido feito pelos tucanos; essa foi uma invenção dos petistas e da imprensa patrulheira —, por exemplo, deixou foi o partido assustado.

Ontem, Alberto Goldman, como já informei, emitiu uma nota dura sobre a exploração vigarista que o PT faz da desocupação da tal área do Pinheirinho. Falou em nome da direção do partido! Mas que demora, não? As grandes lideranças do PSDB — quais? — já deveriam ter-se manifestado a respeito. Deveriam ter feito o debate político também por ocasião da retomada da cracolândia — afinal, eis um assunto que não diz respeito apenas a São Paulo. Mas quê!!! Fez-se um silêncio sepulcral a respeito. Para ser preciso, o governo tucano de Minas até entrou na guerra de propaganda oferecendo uma suposta abordagem alternativa a respeito…

Caminhando para a conclusão
Ok, os aecistas do PSDB podem se regozijar. Hoje, e tudo o mais constante, o nome do PSDB para disputar a Presidência da República é Aécio Neves. Digamos que a questão interna esteja mais do que precocemente resolvida. E daí? Com que eleitor, e sobre quais temas, os tucanos pretendem conversar? Como é que vão convencer os brasileiros, COM QUAIS VALORES?, de que Dilma não merece uma segunda chance? FHC parece apostar que um “político tradicional”, aliancista, tem mais chances. Pode ser. Desde que a equação não ignore o eleitor…

Para encerrar: que os tucanos e seus eventuais aliados não caiam na esparrela de disputar em 2014 “só para fazer nome”, deixando a esperança de vitória mesmo para 2018, quando, então, nem Lula nem Dilma estiverem no páreo… O PT tem como fazer novos candidatos até lá. Para o bem e para o mal — sobretudo para o mal —, trata-se de um partido — isto é, de um sistema que aprendeu como dobrar “elites tradicionais”.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

LULA em nada ajudou o Brasil. O interessantíssimo é que a oposição não tem nada a dizer sobre isso. Aliás, sobre nada!

Sem ranço, no vídeo abaixo Demétrio Magnoli (dos 3min aos 7min) matou a pau em sua análise sobre o sucesso eleitoral e político do lulo-petismo. Qual seja?


  1. Descobriu a maior demanda politica da nação Brasileira (combate a miséria e pobreza)
  2. Deu uma típica resposta para isso, iniciando com a troca sintática do nome trabalhadores por povo
  3. Depois com políticas de transferência de renda (bolsa família, politica do salário mínimo, de crédito..)
  4. O que ele não fez? Não mexeu nas medidas estruturais que realmente promoveria a longo prazo a desigualdade social:  Educação média e básica / Geração de novas tecnologias / desprivatização do Estado (excluir as máfias politicas e o patrimonialismo)
E ele arremata: O interessantíssimo é que a oposição não tem nada a dizer sobre isso. Aliás, sobre nada!

É isso amigo.
O lulo-petismo fez a reforma da educação (tão fundamental)? Não
O lulo-petismo fez a reforma politica (tão necessária)? Não
O lulo-petismo fez a reforma físcal para tirar a asfixia do empreendedor? Não
O lulo-petismo investiu pesado em infra-estrutura para dar condições do Brasil continuar crescendo? Não

Mas Lula é meu "paizão né e vai cuidar de mim" igual diz esse senhora aqui. É duro, mas vamos em frente.


Não vejo a hora de ver um estadista comandando nosso país. Uma pessoa que não terá 80% de popularidade, terá 20%, que não se reelegerá, mas que daqui a 20 anos será reconhecida por ter colocado o Brasil num modelo de crescimento sustentável.


Vamo que vamo, com força e honra!


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Só Agora (Pitty)

Linda mensagem..

 

Baby
Tanto a aprender
Meu colo alimenta a você e a mim
Deixa eu mimar você, adorar você
Agora, só agora
Por que um dia eu sei
Vou ter que deixá-lo ir!
Sabe, serei seu lar se quiser
Sem pressa, do jeito que tem que ser
Que mais posso fazer?
Só te olhar dormir
Agora, só agora
Correndo pelo campo
Antes de deixá-lo ir!
Muda a estação
Necessário e são
Você a florecer
Calmamente, lindamente...
Mesmo quando eu não mais estiver
Lembre que me ouviu dizer
O quanto me importei e o que eu senti
Agora, só agora
Talvez você perceba
Que eu nunca vou deixá-lo ir!
Que eu nunca vou deixá-lo ir!
Eu não vou deixá-lo ir!

Liderança não se dá, liderança se toma! Nunca promova soldadinhos de chumbo para cargos de liderança

Excelente artigo do Ricardo Jordão da BIZREVOLUTION. Vale a pena, diz tudo sobre liderança.
Li o livro e fiz o curso de vendas dele, recomendo seguir o cara! 




O líder é o cara que conhece o caminho, vive o caminho e mostra o caminho. O resto, abaixa a bola, deixa de ser bobo, e segue o cara.
A grande maioria dos "líderes" assumem cargos de liderança com experiência ZERO de liderança.
A grande maioria dos "líderes" são promovidos porque foram bons soldadinhos de chumbo.
A grande maioria dos "líderes" são promovidos a cargos de liderança dentro das empresas porque começam a chorar no ombro do chefinho que nem criancinha e acabam por conseguir o "carguinho" que tanto pediram para o papai.
Liderança não tem nada a ver com o cargo que você tem no escritório, ou com a quantidade de cursos sobre gestão que você já fez.
Liderança não tem nada a ver com a localização ou tamanho da sua sala no escritório.
Liderança não tem nada a ver com a sua capacidade de falar em público.
Liderança não tem nada a ver com ser melhor do que os outros.
Liderança não tem nada a ver com idade.
Liderança não tem nada a ver com a sua capacidade individual de fazer alguma coisa.
Quando você promove um soldadinho de chumbo a cargo de liderança só porque o cara é o melhor técnico do pedaço, você perde um bom soldado e ganha um péssimo líder.
NUNCA PROMOVA pessoas a cargos de liderança que nunca tiveram experiência com liderança!
NUNCA!
Como é que é!?!?!
Você ficou maluco!?!?!?
Como vamos desenvolver a capacidade de liderança nas pessoas se não dermos a elas oportunidades de liderança?
SOMENTE aqueles que se portaram como LÍDERES sendo simples funcionários devem ser promovidos a cargos de liderança dentro das empresas.
SOMENTE aqueles que assumiram algum papel de liderança sem a formalidade do papel merecem subir para cargos de liderança.
O que é liderança para você????
Liderança é sobre conhecer o caminho, viver o caminho e mostrar o caminho.
Liderança é sobre reunir a galera e falar:
"Galera, eu acredito que devemos seguir por aquele caminho! Eu coloco o meu crachá na mesa e assumo todas as responsabilidades pelo sucesso ou fracasso do nosso empreendimento.
Eu acredito nesse caminho porque conversei nas últimas semanas com três clientes; porque já investimos X reais nas pessoas e sinto que estamos preparados; porque eu já me reuni com as áreas de tecnologia, marketing e logística, e apesar de cada uma querer uma coisa diferente, eu acredito que eu entendo o que é melhor para empresa. E assumo qualquer responsabilidade por isso.
Eu não tenho medo de tomar bala no peito, e vou seguir em frente, eu serei o primeiro a falar sobre o empreendimento para os clientes, e assumir metas pessoais de negócios sobre o projeto. Vamos que vamos!"
E as pessoas seguem o cara.
Liderança não é cargo, autoridade ou poder de dar ordens.
Liderança não é sobre ter algum poder mágico sobre a emoção das pessoas.
Liderança não é sobre inteligência emocional. ARGH!! Não é mesmo!!!
Se o cara demonstra capacidade de liderança na hora do cafezinho, na hora da organização de um happy hour para a empresa, na hora de reunir as pessoas para brincar de amigo secreto, o cara poderia assumir cargos de liderança na empresa.
O populacho que nunca fez absolutamente NADA pela coletividade da empresa JAMAIS DEVE assumir cargos de liderança.
JAMAIS!
Antes de promover um soldadinho de chumbo a chefe da galera, procure perceber quem já é líder.
Observe a vida pessoal do cara e a sua interação com as outras pessoas.
O cara é generoso?
O cara é corajoso?
O cara assume frequentemente e consistentemente diferentes riscos?
O cara já quebrou a cara e se levantou das cinzas ainda mais animado?
O cara ficou a frente de algum projeto que não existia na empresa e aglutinou pessoas de diferentes departamentos para atingir algum objetivo?
O cara luta por projetos que beneficiam a coletividade e não apenas o seu feudo e aqueles que puxam o seu saco?
E o mais importante: Quando o cara chama cinco pessoas para uma reunião no meio do dia todas aparecem??
O "líder" que marca reuniões mas as pessoas não comparecem não é líder nem do próprio umbigo.
Quer saber se você é percebido como líder na sua empresa???
Marca uma reunião e chama a galera.
Se NINGUÉM comparecer, você não passa de um fucking soldadinho de chumbo ocupando a posição errada dentro da empresa.
NÃO PROMOVA pessoas que são boas tecnicamente.
NÃO PROMOVA pessoas que são boas emocionalmente.
NÃO PROMOVA pessoas que "sonham" em serem líderes.
NÃO PROMOVA pessoas que NUNCA demonstraram qualquer tipo de comportamento de liderança ou colaboração quando eram funcionários.
Liderança não se dá, liderança se toma!
E se o cara não tomou antes, não merece ser líder.
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

E a classe média? Que se dane! E depois dizem por aí que o Brasil é o país de todos...

E a classe média deste país? Que não tem Bolsa alguma e muito menos perdão de dívidas? Que mal consegue pagar para comer e morar, com tantos impostos? Que amarga com salários estagnados há anos? Que precisa engolir que não há inflação mesmo tendo que a cada mês deixar um pouco mais do mesmo salário no mercado, no posto de combustíveis, na escola dos filhos? E os nossos empresários que não têm perdão de suas dívidas tendo que entregar os poucos bens para os famintos bancos?

por Fabieli Meotti (Jornalista)

Tenho acompanhado os noticiários dos últimos dias e, junto com a aflição de ver tudo secando no Rio Grande do Sul e tudo boiando no Sudeste, alguns questionamentos têm me incomodado.

Desde que me conheço por gente, isto é, há quase três décadas, acompanho os dramas da seca no Estado. Gado morrendo de fome e de sede, famílias tendo que ser abastecidas com caminhões-pipa, lavouras inteiras secando... Na última semana, ao ver o anúncio da presidente da liberação de novas linhas de crédito e prorrogação de dívidas aos produtores rurais, confesso que, ao contrário de muitos, fiquei mais uma vez indignada.

Antes que me julguem, ressalto que sou natural do Interior e sei das imensas dificuldades em sobreviver no campo atualmente. Os nossos agricultores merecem o nosso aplauso e todas as nossas homenagens. No entanto, é preciso que reconheçam que o campo precisa avançar. Sair do século passado e ingressar definitivamente no século 21. Isso inclui menos reclamações e lamúrias e mais ações.

Uma coisa é certa: a mãe natureza pede socorro e são cada vez mais inevitáveis as secas e as enchentes. O homem precisa incluir no seu vocabulário de uma vez por todas a palavra prevenção. No caso da seca, por que durante o inverno, quando as chuvas são constantes e regulares, a água não é estocada? Por que ainda os projetos de irrigação não saíram do papel? Por que a agricultura de precisão não chega e está tão distante das nossas lavouras?

No caso das chuvas no Sudeste, por que casas e mais casas desmoronam na época das chuvas? Por que todos os córregos entopem e transbordam? Por que nada é feito para prevenir esses desastres durante o ano?

No país vivemos uma triste dualidade: se por um lado a população já acostumada com o paternalismo não sai do chão à espera do socorro do governo, por outro o Estado não consegue agir com projetos concretos de prevenção, enredado na burocracia e na corrupção de ministros que destinam verbas apenas com intenções eleitoreiras.

Por tudo isso e tanto mais, minha indignação em ver a novela se repetir e a imprensa noticiando tudo de novo. Daria até para usar as mesmas imagens e manchetes dos outros anos.

Enquanto isso, os agricultores deixarão de pagar suas dívidas mais uma vez. A certeza do Pronaf e de outras novas linhas de crédito faz com que muitos nem se lembrem da seca daqui a alguns meses. A lembrança se refrescará no próximo ano, quando tudo se repetirá. Além disso, para os mais necessitados o governo vai adiantar o Bolsa-Família.

Mas a pergunta que não me deixa sossegar é: e a classe média deste país? Que não tem Bolsa alguma e muito menos perdão de dívidas? Que mal consegue pagar para comer e morar, com tantos impostos? Que amarga com salários estagnados há anos? Que precisa engolir que não há inflação mesmo tendo que a cada mês deixar um pouco mais do mesmo salário no mercado, no posto de combustíveis, na escola dos filhos? E os nossos empresários que não têm perdão de suas dívidas tendo que entregar os poucos bens para os famintos bancos?

E a classe média? Que se dane! E depois dizem por aí que o Brasil é o país de todos...

domingo, 15 de janeiro de 2012

O cardápio do estadista

E a política só corresponderá às expectativas sociais quando os partidos se preocuparem com formar (e os eleitores com eleger) estadistas. Enquanto isso, ora falta feijão, ora falta arroz, e a feijoada virou um sonho.

Por Percival Puggina
Vamos ver se consigo. É muito difícil que uma dissertação sobre política não seja lida sem que os leitores se instalem, provisoriamente ao menos, nas respectivas trincheiras. O que hoje trago para este espaço, no entanto, é uma reflexão sobre modos de ver a política que independem de devoções governistas ou oposicionistas e de alinhamentos ideológicos por tal ou qual banda. Estou fazendo uma aposta em que conseguirei ser entendido na perspectiva que proponho.

Vamos lá. Todo governante, sentado na cadeira das decisões, se defronta com esta questão: onde gastar os escassos recursos de que dispõe? Abrem-se, de hábito, dois caminhos. Num deles, os recursos podem ser gastos na conservação do estoque de bens públicos disponível, no aumento da oferta de serviços com ampliação dos empregos do setor, nas despesas de custeio e na distribuição de favores. No outro, priorizam-se os investimentos como forma de ampliar, através deles, as perspectivas do futuro.

O tema é relevante e se expressa na opção entre a possibilidade de governar mais para o presente e menos para o futuro ou de governar mais para o futuro e menos para o presente. Numa analogia bem singela, seria escolher entre comer feijão com arroz hoje ou preparar uma feijoada para amanhã. A experiência política mostra que o feijão com arroz é eleitoralmente mais bem-sucedido que a feijoada, embora a feijoa- da fique na memória e entre para a história.

Há muitos anos, muitos anos mesmo, a feijoada foi parar num canto remoto do cardápio nacional – e no Rio Grande do Sul não é diferente – graças a uma taxa de investimento incapaz de providenciar os mais modestos ingredientes de uma feijoada que mereça essa designação. As propagandas oficiais podem sobrevalorizar o que é investido, mas não passam disso mesmo: propaganda oficial. Aponto para a falência da educação no país e não preciso dizer mais nada para provar o que digo.

É na bandeja do dilema aqui exposto que o prato da oposição é servido. Se o governante optar pela feijoada, a oposição reclamará da falta do feijão com arroz; se ele escolher o feijão com arroz, a oposição cobrará a feijoada. E não há como escapar desse conflito, a menos que – numa situação absolutamente ilusória e imprudente – se proceda como se existissem recursos para fazer bem as duas coisas. É a usina do endividamento, da insegurança e do descrédito.

Não é por outra razão que a política deve ser confiada aos estadistas. Quem vota em qualquer um por razões menores deve, mesmo, ser governado por pigmeus. Para cuidar apenas do custeio, um gerente serve; para decidir sobre investimentos, precisa-se de um planejador; para escolher entre o bem e o mal, basta ter uma consciência bem formada. Mas, para priorizar despesas, escolher o mal menor (porque o bem nem sempre está disponível ou acessível), fazer na hora certa a opção correta entre custeio e despesa, se requer um estadista.

E nós só os teremos quando os partidos compreenderem que eleição é um episódio do processo democrático. A eleição passa mas a política permanece. E a política só corresponderá às expectativas sociais quando os partidos se preocuparem com formar (e os eleitores com eleger) estadistas. Eles existem e estão por aí, cuidando de outras coisas, porque a política não lhes dá espaço. Enquanto isso, ora falta feijão, ora falta arroz, e a feijoada virou um sonho.
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Recomendo a leitura também do artigo:


Vamo que vamo, com força e honra!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobre economia, globalização e a maior concentração de FDP do mundo

O sujeito se chama Marc Faber, e é norte-americano. Ele é Analista de Investimentos e empresário.
Em junho de 2008, quando o Governo Bush estudava lançar um projeto de ajuda à economia americana, Marc Faber encerrava seu boletim mensal com um comentário bem-humorado:

"O Governo Federal está concedendo a cada um de nós uma bolsa de U$ 600,00."
Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Walt-Mart, esse dinheiro vai para a China.
Se gastarmos com gasolina, vai para os árabes.
Se comprarmos um computador, vai para a Índia.
Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala.
Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha ou Japão.
Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan.....
E nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana. O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui.
Estou fazendo a minha parte....

Resposta de um brasileiro igualmente bem humorado:

"Realmente a situação dos americanos parece cada vez pior." Lamento informar que, depois desse seu e-mail, a Budweiser foi comprada pela brasileira AmBev... portanto, restaram apenas as prostitutas. Porém, se elas (as prostitutas) repassarem parte da verba para seus filhos, o dinheiro virá para Brasília, onde existe a maior
concentração de filhos da puta do mundo!"


Politico incompetentes gastam mais do arrecadam e dá nisso

Excelente!

 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Eike Batista levanta cedo pra trabalhar, inclusive no primeiro do ano, porque conhece o valor do dinheiro

Ministério da Verdade - Estamos vivendo um tempo no qual os donos do poder exigem obediência absoluta

"Esse bloco deseja o poder absoluto. Daí a tentativa de eliminar os adversários, de triturar reputações, de ameaçar os opositores com a máquina estatal."

Por MARCO ANTONIO VILLA, Folha de SP

O governo federal organizou um bloco que vai da direita conservadora aos sindicatos, mas a oposição, por temer o enfrentamento, fica reduzida. Estamos vivendo um tempo no qual os donos do poder exigem obediência absoluta.

No Congresso, a oposição representa apenas 17,5% das cadeiras. O governo tem uma maioria digna da Arena. Em 1970, no auge do regime militar, o MDB, partido de oposição, chegou a examinar a proposta de autoextinção. Quatro anos depois, o mesmo MDB venceu a eleição para o Senado em 16 dos 22 Estados existentes (no Maranhão, o MDB nem lançou candidato).
Ou seja, a esmagadora maioria de hoje pode não ser a de amanhã. Mas, para que isso aconteça, é necessário fazer algo básico, conhecido desde a antiga Grécia: política.
É nesse terreno que travo o meu combate. Sei que as condições são adversas, mas isso não significa que eu tenha de aceitar o rolo compressor do poder. Não significa também que eu vá, pior ainda, ficar emparedado pelos adversários que agem como verdadeiros policiais do Ministério da Verdade.
Faço essas ressalvas não para responder aos dois comentários agressivos, gratuitos e sem sentido do jornalista Janio de Freitas, publicados nesta Folha nos textos "Nada mais que o Impossível" (1º de janeiro) e "Meia Novidade" (3 de janeiro). Não tenho qualquer divergência ou convergência com o jornalista. Daí a minha estranheza pelos ataques perpetrados sem nenhuma razão (aparente, ao menos).
A minha questão é com a forma como o governo federal montou uma política de poder para asfixiar os opositores. Ela é muito mais eficiente que as suas homólogas na Venezuela, no Equador ou, agora, na Argentina.
Primeiro, o governo organizou um bloco que vai da direita mais conservadora aos apoiadores do MST. Dessa forma, aprova tudo o que quiser, com um custo político baixo. Garantindo uma maioria avassaladora no Congresso, teve as mãos livres para, no campo da economia, distribuir benesses ao grande capital e concessões aos setores corporativos. Calou também os movimentos sociais e sindicatos com generosas dotações orçamentárias, sem qualquer controle público.
Mas tudo isso não basta. É necessário controlar a imprensa, único espaço onde o governo ainda encontra alguma forma de discordância. No primeiro governo Lula, especialmente em 2005, com a crise do mensalão, a imprensa teve um importante papel ao revelar as falcatruas -e foram muitas.
No Brasil, os meios de comunicação têm uma importância muito maior do que em outras democracias ocidentais. Isso porque a nossa sociedade civil é extremamente frágil. A imprensa acaba assumindo um papel de enorme relevância.
Calar essa voz é fechar o único meio que a sociedade encontra para manifestar a sua insatisfação, mesmo que ela seja inorgânica, com os poderosos.
Já em 2006, quando constatou que poderia vencer a eleição, Lula passou a atacar a imprensa. E ganhou aliados rapidamente. Eram desde os jornalistas fracassados até os políticos corruptos -que apoiavam o governo e odiavam a imprensa, que tinha denunciado suas ações "pouco republicanas".
Esse bloco deseja o poder absoluto. Daí a tentativa de eliminar os adversários, de triturar reputações, de ameaçar os opositores com a máquina estatal.
É um processo com tinturas fascistas, que deixaria ruborizado Benito Mussolini, graças à eficiência repressiva, sem que se necessite de esquadrões para atacar sedes de partidos ou sindicatos. Nem é preciso impor uma ditadura: o sufrágio universal (sem política) deverá permitir a reprodução, por muitos anos, dessa forma de domínio.
Os eventuais conflitos políticos são banais. Por temer o enfrentamento, a oposição no Brasil tenderá a ficar ainda mais reduzida e restrita às questões municipais e, no máximo, estaduais.

MARCO ANTONIO VILLA, 55, é historiador e professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Carlos Lupi - O poeta!

Por Augusto Nunes

“Alguns acharam que era melhor que eu tivesse saído. Para me tirar, só abatido à bala. Tem de ser uma bala pesada, porque sou pesadão.”

Carlos Lupi, ainda ministro do Trabalho, em 8 de novembro.

“Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi minha intenção. Eu te amo!”

Carlos Lupi, ainda ministro do Trabalho, em 10 de novembro.

“Estou pronto para a luta.”

Carlos Lupi, ainda ministro do Trabalho, em 21 de novembro.

“Não há nenhuma possibilidade de sair.”

Carlos Lupi, ainda ministro do Trabalho, em 22 novembro.

“A melhor resposta para quem se julga injustiçado é o trabalho. Vou continuar trabalhando.”

Carlos Lupi, ainda ministro do Trabalho, em 23 novembro.

“Decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.”

Carlos Lupi, em 4 de dezembro.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O que o povo quer (DAVID COIMBRA)

"As mais profundas revoluções da História pareciam indicar que o povo oprimido queria liberdade. Era o que gritavam nas ruas: “Liberdade! Liberdade!” .Mas não. Entre liberdade e igualdade, o povo prefere igualdade. Mais até: ele suporta a desigualdade sem queixas, desde que as suas condições de inferioridade sejam minimamente dignas."

O Diogo Mainardi diz que prefere ter um filho drogado a ter um filho tuiteiro. Eu não chegaria a tanto, mesmo sabendo que o tuíter é aplastante. Apenas pretendo insistir com o meu guri: 

– Faça um esforço: tente ler mais de 140 caracteres de uma vez. Tente! 

Mas, reconheço, não sei se terei sucesso. E reconheço também a nossa culpa, nós, jornalistas. Nós é que começamos com isso, publicando primeiro notas avulsas, depois páginas inteiras de notas e agora reportagens completas em “infográficos”. Faz anos que nos esforçamos em formar não leitores. Conseguimos. 

A internet torna a questão mais aguda. A internet é um polvo, ela abraça a tudo e a todos, e faz com que tudo e todos pareçam iguais. Não que seja culpa da internet. A internet não passa de um instrumento, mas, como é um instrumento eficiente, torna fácil e rápida a tendência natural do ser humano ao apatetamento. 

O curioso desse fenômeno é notar que, quanto mais patetas as pessoas, mais agressivas elas se tornam ao serem confrontadas com o diferente ou o contraditório. Qualquer opinião que desborda do senso comum vale insulto. Eu, particularmente, não me abalo com insulto. O que me incomoda é quando eles simulam risada. Eles escrevem: “ushushaushausha”. Ou: “kkkkkkkkkk”. Degradante.

Na verdade, a agressividade dos patetas não deveria surpreender. A História mostra que é assim que funciona. As reações coletivas mais violentas não ocorreram em períodos de luzes, mas nos tempos em que o povo vivia submerso na ignorância. Pegue dois exemplos notórios. 

Antes da deflagração das duas maiores revoluções de todos os tempos, as populações da França e da Rússia eram, em sua ampla maioria, constituídas por analfabetos famintos, miseráveis que viviam oprimidos pela Justiça, pela polícia e pelo governo. 

Dois trios de intelectuais (Marat, Danton e Robespierre; Lênin, Trotsky e Stalin), compreenderam a angústia das massas, tomaram a liderança à força e mudaram tudo até o osso, inclusive com pouco inteligentes abolições da religião e do calendário. Passado o período de conflito, a plebe voltou a ser submetida alegremente por ditaduras, seja a napoleônica, seja a stalinista. 

Ou seja: as mais profundas revoluções da História pareciam indicar que o povo oprimido queria liberdade. Era o que gritavam nas ruas: “Liberdade! Liberdade!” .Mas não. Entre liberdade e igualdade, o povo prefere igualdade. Mais até: ele suporta a desigualdade sem queixas, desde que as suas condições de inferioridade sejam minimamente dignas. 

Agora, no século 21, as massas ululam que a internet é o novo e poderoso instrumento da liberdade. Apregoam que a chamada Primavera Árabe foi urdida pelo tuíter. Bobagem. O tuíter é uma ferramenta, tanto quanto eram os panfletos que Marat escrevia em sua banheira na Paris do fim do século 18. Serviu só como um veículo que canalizou a fúria da massa ignara com sua condição de vida. 

Como os russos e franceses do passado, os árabes do presente não se revoltaram por liberdade, mas por causa das coisas que realmente importam: casa e comida. Tudo é casa, comida e sexo, dizia Freud. E é. É isso que almejam os patetas do mundo inteiro. E os que não são patetas também.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Os governantes se promovem e a gente paga a conta - Eugênio Bucci

Você acredita em propaganda oficial? Acredita naquelas campanhas publicitárias na TV, todas grandiloquentes, multicoloridas, açucaradas e heróicas, quase épicas, em que prefeitos, governadores ou ministros de Estado proclamam suas proezas colossais pelo bem do povo? Falando francamente, você acha que essa gente diz a verdade?


Quanto a isso, temos uma notícia boa e outra má. Começando pela boa: você dirá que não é tão crédulo assim e que olha toda essa política de promoção governista com uma ponta de desconfiança, ou mesmo com um total ceticismo. Tanto melhor. Desde sempre, duvidar do poder é o melhor antídoto contra os fanatismos, os autoritarismos e o culto da personalidade daquele que governa.


Agora, a má notícia: os governos acreditam que, se insistirem com propaganda caríssima e acachapante, no fim das contas você acabará acreditando neles, e nada, nenhuma lei, pode impedi-los de aumentar a gastança. Ato contínuo, eles torram dinheiro público no esporte que é a única unanimidade da política brasileira. Estamos falando do esporte da autopromoção consentida, pelo qual o ocupante de um cargo no Poder Executivo alardeia as suas próprias (supostas) virtudes com recursos que deveriam ser de todos. Todos os políticos, tanto faz o partido, são iguais na prática desse esporte. Uma vez no poder, gente que se diz de esquerda age do mesmo modo que a direita. Tudo com nosso dinheiro.


Recentemente, a prefeitura de São Paulo, que manda no maior orçamento municipal do país, começou a despejar na TV local seus filmetes de otimismo natalino. O slogan é "antes não tinha, agora tem". Já viu, né? 


O pobre telespectador paulistano olha aquilo, sai na rua e acha que endoidou. Onde está a cidade que o prefeito promete na TV? Na megalópole publicitária, aparece uma jovem deslumbrante, feliz, que nos conduz a postos de saúde aprazíveis como o nirvana. Na metrópole-cenário em que ela faz deslizar seus encantos e seus sorrisos, fulguram escolas, a luz é farta e a água abundante. A musa kassabista passeia em ruas limpíssimas. É o céu na terra da garoa.


Nessa toada ficcional, quase insultuosa, o município paulistano saltou de um patamar de R$ 12 milhões gastos com publicidade governista, em 2005, para a estratosfera de R$ 110 milhões em 2010. Num intervalo de cinco anos, o volume foi multiplicado por quase dez. Com o chapéu alheio, por certo.


No Estado de São Paulo, o mais rico do Brasil, a progressão perdulária é igualmente geométrica. Em 2003, o Palácio dos Bandeirantes queimou R$ 33,3 milhões no esporte da autopromoção. Em 2010, a conta fechou em R$ 266,6 milhões (os números de 2011 ainda não são conhecidos, mas devem permanecer por aí).


Se os programas sociais de saúde, moradia e educação crescessem nas mesmas bases, a vida real seria a melhor propaganda do mundo. Mas ela não é. A publicidade dos governos é diretamente proporcional à taxa de infelicidade dos governados. Ela só precisa vender o céu, porque a vida é um inferno. A publicidade oficial – sob a desculpa de que está informando o cidadão, vê se pode... – existe apenas para engambelar, para fazer campanha eleitoral governista fora do período que a lei reserva para a campanha eleitoral. A propaganda governista é a campanha eleitoral ininterrupta. Graças a ela, os governantes têm muito mais exposição e chance de promover a si mesmos do que aqueles que militam na oposição. A propaganda governista é hoje uma forma de combate aberto contra o princípio democrático da alternância de poder.


Ah, sim, há ainda o governo federal. Aí, as cifras são mastodônticas. Para que o estimado leitor tenha uma ideia menos vaga do que a palavra mastodôntica está fazendo aqui, digamos o seguinte: no ano de 2009, apenas no ano de 2009, o governo federal jogou nada menos que R$ 1,67 bilhão nas campanhas dos ministérios, da Presidência da República e de suas estatais, segundo dados da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Naquele mesmo ano, o total do mercado anunciante no Brasil, segundo o Projeto Intermeios, ficou na casa dos R$ 22,3 bilhões. O governo federal, há tempos, é um dos maiores anunciantes do mercado brasileiro. E que mercadoria ele vende? A sua própria imagem.


Assim é o Brasil, um país em que os governantes usam o dinheiro de todos para promover as causas partidárias de uns poucos – quanto aos governados, eles até que não acreditam muito na lorota governista, mas dão de ombros, deixam pra lá.


Feliz 2012!


É jornalista e professor da ESPM e da ECA-USP