quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Arautos do atraso

Esse é um daqueles artigos clássicos onde as partes muito importantes, pois todo texto é importante, devem ser grifadas.

João Luiz Mauad, Diário do Comércio - SP (Via Blog do Rodrigo Constantino)


É muito dura a vida de quem pretende iniciar ou ampliar um negócio no Brasil. Qualquer um que pretenda erguer um simples condomínio de apartamentos, explorar uma mina em propriedade privada, construir uma pequena usina hidrelétrica ou uma nova fábrica terá que encarar, além da intrincada legislação ambiental, as onipotentes e intransigentes agências reguladoras, com autoridade suficiente para embargar quaisquer novos projetos considerados “nocivos ao meio ambiente”. 

Neste país, qualquer novo investimento, mesmo os públicos, deve percorrer um labirinto sem fim de controles e processos, além de contar com a má vontade dos barnabés e a oposição de grupos ativistas raivosos e barulhentos. Cada passo nesse labirinto envolve custos absurdos de tempo e dinheiro, sem qualquer garantia de que o projeto seguirá adiante. 

São inúmeros os empreendimentos embargados ultimamente, pelas autoridades ambientais, em nome da preservação do habitat de espécies “ameaçadas” de peixes, pererecas, corujas, ratos, borboletas, preguiças e sabe-se lá mais o quê (como diz Reinaldo Azevedo, o problema dos ambientalistas são os humanos). 

Em face desta barafunda regulatória e do ativismo verde, é um milagre que investimentos produtivos ainda aconteçam neste país. O mais notável e paradoxal, entretanto, é que a maioria dos brasileiros, que supostamente deseja o progresso do país, aceita e até mesmo aplaude este estado de coisas. A seita ambientalista nunca foi tão popular como agora

O movimento verde nasceu da justíssima indignação de alguns com a poluição do ar, dos rios e dos mares, além da preocupação com os riscos para a saúde humana provenientes da atividade industrial. Com o tempo, entretanto, o movimento foi sendo dominado e transformado por ideólogos esquerdistas, preocupados não com a poluição ambiental ou com a nossa saúde, mas com o desmantelamento do capitalismo

Hoje em dia, as bandeiras "verdes" vão desde a rejeição aos combustíveis fósseis até a construção de usinas hidrelétricas e termonucleares, que ao todo significam 98% da produção de energia do mundo. Até mesmo os aparelhos de ar condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos estão na lista negra desta gente. Alguns mais radicais, sem maiores considerações pelo conforto humano, consideram antiecológica a utilização de qualquer equipamento industrial minimamente poluente ou prejudicial ao famigerado aquecimento global. 

Em resumo, a essência dessa ideologia está na crença de que a humanidade deve minimizar o seu impacto sobre a natureza, custe o que custar. Vide a gritaria contra a aprovação recente do novo Código Florestal, um código extremamente preservacionista e restritivo à atividade econômica, sem similar no mundo, mas que, mesmo assim, conseguiu desagradar os xiitas. 

O problema que os adeptos desse radicalismo se recusam a enxergar é que nós, seres humanos, só sobrevivemos através da transformação da natureza, sem o quê não satisfazemos as nossas necessidades mínimas. 

Nosso bem estar está diretamente ligado à nossa capacidade de geração de riquezas, a fim de tornar o ambiente a nossa volta menos agressivo e mais hospitaleiro. Ao criarmos e utilizarmos riquezas como casas, estradas, usinas de energia, indústrias, alimentos, automóveis, aviões, móveis, utensílios, eletrodomésticos, etc., de alguma maneira nós estaremos impactando a natureza. 

A razão fundamental de nosso alto padrão de vida (notadamente quando comparado com os dos nossos ancestrais) está na industrialização. Graças a ela, nós hoje somos centenas de vezes mais produtivos do que há 200 anos. Já imaginaram como nós estaríamos vivendo, caso os nossos antepassados fossem reféns de seitas ambientalistas como as de hoje? 

Definitivamente, o progresso, vale dizer, o abandono do nosso estado de pobreza natural, requer que modifiquemos a natureza tanto quanto seja necessário para torná-la menos agressiva e, acima de tudo, favorável à nossa sobrevivência. Graças a Deus, as gerações que nos precederam visaram o progresso, não o preservacionismo. Elas tiveram orgulho de construir fábricas, abrir estradas, perfurar poços, escavar a terra a procura de novos recursos. 

O desenvolvimento industrial e científico são verdadeiras dádivas da modernidade, que nos derem as ferramentas e a tecnologia necessárias para tornar o nosso habitat mais saudável e acolhedor. Pensem por um minuto no que seria de nós sem os modernos sistemas de esgotamento sanitário, a água encanada, as construções mais seguras, resistentes e protegidas das intempéries naturais, a comida fresca e farta e os meios de transporte rápidos e eficientes. 

É verdade que tudo isso resultou em alguma poluição do ar, do mar e dos rios. No entanto, mesmo esses indesejáveis efeitos negativos têm sido superadas com bastante êxito pelas nações capitalistas mais avançadas. 

Por incrível que pareça, os mais prejudicados pelo fanatismo das seitas ambientalistas são os mais pobres, privados da única chance de poderem um dia usufruir do padrão de vida dos países industrializados. 

Ao contrário do que dizem os pregadores do apocalipse, precisamos abraçar, de forma inequívoca, o desenvolvimento econômico, vale dizer: a transformação da natureza em grande escala, a utilização sem remorsos de energias eficientes e baratas, a produção de bens e serviços com maior produtividade e menor esforço. Só assim viveremos mais e melhor.

Lições tardias do denuncismo

Por Cleber Benvegnú (ADVOGADO E JORNALISTA)

Sempre me condoí ao ver alguém no banco dos réus da opinião pública. É um julgamento que não tem presunção de inocência, não tolera contraponto e expõe o sangue da moral alheia sem qualquer dó ou piedade. Afora tudo isso, sob o virtuoso pretexto de combater a corrupção, despenca-se facilmente para o vicioso espetáculo de demonização da política. Na sanha de destruir o adversário, vai-se também um pouco da vida, senão ao menos da harmonia e do respeito.

Durante as décadas em que foi oposição, o PT e seus afins – PC do B aí incluído – foram useiros e vezeiros em protagonizar essas arenas. Pressupunham-se detentores de uma ética superior e intocável, algo que supostamente os alçava à condição de juízes finais da nação. Julgavam a história, as biografias e tudo e todos que se pusessem em seu caminho de poder. Muitas pessoas foram expostas e maculadas em praça pública em decorrência de tal postura. Quando a inocência foi comprovada, anos depois, já era tarde demais para recuperar as penas do travesseiro da honra.

Os ataques de outrora eram como pimenta nos olhos alheios ou uma espécie de pajelança à democracia. Ares de festa diante da desgraça do outro. Mas as posições mudaram: de bodoque a vidraça; de juiz a réu; de acusador a acusado; de vestal a suspeito; de oposição a governo. Eis que agora é esse grupo que se vê às voltas com uma onda de acusações. Algumas recheadas de suporte fático – que diga o procurador-geral da República no caso do mensalão –, outras nem tanto.

O fato é que a verborragia denunciante de outrora hoje pede clemência, pede provas, pede as garantias que jamais concedeu quando acusava. Até aí, parte do jogo político. Todavia, essa inversão de lados não pode ser pretexto para tentativas de intimidar a imprensa, pauta que volta e meia aparece no horizonte de certos congressos partidários. As eventuais imperfeições da mídia só serão corrigidas em um ambiente de plena liberdade, sem que para isso o Estado precise meter seu bedelho sensor. Ademais, a lei já prevê a punição de excessos através de sanções civis e criminais.

O mais importante é que tudo isso sirva, aí, sim, para um amadurecimento político de todas as partes – mas especialmente daquelas que, sob a cartola da democracia e do purismo, inauguraram tais práticas. Não se enxovalha a honra de um indivíduo sem subsídios que absolutamente justifiquem tal sentença, porque isso tem a ver com a dignidade sua e de seus familiares. É preciso distinguir disputa ideológica de luta fratricida, estomacal. Não se pode pressupor a má-fé do adversário apenas porque ele está no campo oposto. São algumas lições tardias – porém importantes e ainda válidas – do uso do denuncismo como ferramenta de ação política.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Barreira rompida - O benefício das privatizações


Editorial de zero hora (25.10.11)

Há exatas duas décadas, o Brasil rompia o tabu do nacionalismo ultrapassado e dava início ao processo de desestatização de empresas públicas que podem ser melhor geridas pela iniciativa privada. Em outubro de 1991, a gigante do aço Usiminas inaugurava o Programa Nacional de Desestatização (PND), sendo transferida a investidores do setor privado por US$ 1,74 bilhão – um valor próximo do mínimo estipulado para o leilão. Apesar do protesto de nacionalistas radicais, o programa avançou e nestes 20 anos o governo já se desfez de estatais que eram verdadeiros elefantes brancos nas suas mãos, devido ao empreguismo e à falta de competitividade, mas que se multiplicaram em produção e lucro nas mãos de gestores privados. Ganharam também os contribuintes e os consumidores, mas ainda faltam ajustes principalmente no âmbito da regulação e das tarifas, em alguns casos consideradas excessivas.

A partir da chamada indústria de base, que o poder público ajudou a implantar no Brasil, com o objetivo de fomentar a produção nacional, substituindo importações e gerando emprego internamente, a privatização se estendeu a uma série de outras atividades. Entre elas, incluem-se serviços de telefonia e bancos, além de empresas de energia elétrica em âmbito estadual, rodovias, ferrovias e, mais recentemente, num processo ainda em andamento, a concessão de hidrelétricas e aeroportos. Ao reduzir sua participação em atividades nas quais a presença do Estado não fazia qualquer sentido, o poder público ficou em condições de abater parte da dívida pública, ficando em melhores condições de recuperar a credibilidade do Brasil no Exterior, fulminada pela crise do final dos anos 90 do século passado. Em consequência, ficou em melhores condições de investir em áreas de sua responsabilidade direta, como saúde, segurança e educação.

Os ganhos da desestatização estenderam-se tanto às corporações quanto aos consumidores de seus produtos e serviços. Hoje, os 20 maiores grupos ou empresas criados em consequência das privatizações ou concessões à iniciativa privada, muitos dos quais altamente endividados e ineficientes na época, respondem por 25% do faturamento das companhias de capital aberto do país. Ganharam também os consumidores, que em muitos casos passaram a se beneficiar da popularização de avanços tecnológicos num ritmo impensável nas mãos de estatais, como ocorreu na área telefônica. Em setores como o energético, porém, o processo ficou mais restrito aos Estados, o que resulta hoje em alto endividamento, tarifas elevadas, baixa concorrência e falta de investimentos. E, na área rodoviária, os usuários podem trafegar hoje com mais segurança, embora em muitos casos as queixas sobre as elevadas tarifas sejam procedentes.

Duas décadas depois, o processo de privatização já comprovou ganhos inegáveis para os brasileiros, mas nem sempre conta com mecanismos de regulação adequados e ainda está à espera de conclusão em algumas áreas. O enfrentamento dessas questões precisa ser encarado como prioridade pelo poder público.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pequenos empresários economizam com escritórios virtuais e coletivos

Brasil amarga a 120º na lista dos melhores países para se iniciar negócios


Ai que eu me refiro! Na lista dos melhores países para se iniciar negócios, Brasil amarga a 120º. Entre os 5 melhores, figuram Nova Zelandia, Austrália, Canada, Cingapura e Hong Kong.

Estava vendo no programa fantástico aquele quadro que chama-se "Você é o Dono", que alias é muito bacana (vídeo abaixo), e Max Gehringer falava da fundamental importância do empresário no sistema. Mas o que me chamou a atenção foi uma referência que ele fez ao inferno que é abrir e, principalmente, fechar um empresa no Brasil. Ainda bem que mesmo assim muitos brasileiros encaram essa. 
Discutia com minha mãe esse dias sobre imposto, funcionalismo público entre outras coisas e pude perceber que ela não compreende, assim como outras tantas pessoas, que a base da geração de riqueza e impostos vem da iniciativa privada. Não percebe que sem esta, ela não teria salario e nem bens e serviços para consumir. 

Mas vamos em frente com força e honra, que o resto é bobagem

domingo, 23 de outubro de 2011

Gênios produzem! - As cabeçadas de Steve Jobs.

Por Ricardo Jordão


Um Hoje vale mais do que Mil Amanhãs.
Ninguém é perfeito, nem o Steve Jobs. 
Todo mundo erra, e o Steve Jobs errou várias vezes. 
Mas e daí?
A soma dos resultados dos acertos foi incrivelmente superior a soma dos prejuízos gerados. E é isso que importa. 
GÊNIOS PRODUZEM!!!! Vide Leonardo da Vinci e o seu incrível diário de milhares de páginas de rascunhos e idéias incompreensíveis que ele desenhou até ser capaz de vizualizar a Monalisa. 
GÊNIOS PRODUZEM, produzem cabeçadas, e coisas fantásticas. 
1. Jobs era um cavalo com as pessoas. Alguns dias antes da morte do Steve Jobs, eu reencontrei um amigo que esteve a frente da presidência da Apple Brasil por mais de 8 anos.
Ele disse, "Steve Jobs era um ANIMAL. O cara conseguia ver o que ninguém via, e fazer 500 coisas ao mesmo tempo. Ele estava em um outro nível. Ele imaginava o futuro, contava para nós, e dizia que ia chegar lá custe o que custar. A força que o movia para frente era impressionante. Ninguém podia detê-lo. 
Por outro lado, o cara era intratável com as pessoas. Em diferentes ocasiões eu recebi e-mails-porrada do Steve Jobs as três da manhã, ou no domingo de noite pedindo as coisas mais impossíveis de fazer.
Ele fazia a galera correr atrás do rabo, e fazer o que ninguém imaginava que seria possível realizar.
No final, todo mundo atingia os objetivos, mas, vou te dizer, que canseira.
Steve Jobs não perdia tempo conversando sobre o clima, os esportes, a política etc, ele era super objetivo, fazia perguntas difíceis e ia para cima de quem quer que fosse para atingir os seus objetivos."
Será que a Apple perdeu algum gênio criativo por conta do estilo-porrada que Steve Jobs usava para tratar as pessoas?
Será?
Steve Jobs jamais seria contratado por uma multinacional que seleciona as pessoas baseadas em dinâmicas de grupo, teorias sobre relações interpessoais, inteligência emocional e outras teorias cabalísticas de relações humanas.
Mas e daí? É possível enquadrar os loucos? É saudável fazer isso?
Eu sou MUITO MAIS um cara cabeçudo do que um cara sem cabeça nenhuma. E você?
Eu acredito que o mundo precisa de uns caras malucos que puxam a galera para frente.
Concorda?
Você tem algum desses malucos trabalhando na sua empresa? Vale a pena?
2. Jobs nunca doou um centavo sequer para a caridade.Apesar de ter acumulado 8 bilhões de dólares ao longo da sua vida, Steve Jobs nunca deu dinheiro do seu próprio bolso para uma ONG, instituição de caridade, causa social ou qualquer coisa do tipo. 
Quando retornou à Apple em 1997, Steve Jobs mandou fechar todos os programas filantrópicos que rolavam na época, e desde então a Apple nunca mais distribuiu dinheiro de graça para ninguém apesar de ter acumulado 76 bilhões de dólares no banco. 
Bill Gates em diferentes momentos cutucou Steve Jobs para participar da Bill Gates Foundation, ou doar parte da sua fortuna para a caridade. Steve Jobs nunca deu nenhum centavo. 
Ninguém sabe ao certo qual é a visão de Steve Jobs sobre filantropia, ou se ele doou dinheiro anonimamente ou planeja doar após a sua morte. O mistério deve ser resolvido no próximo dia 24 de Outubro com o lançamento da sua biografia oficial. 
Eu acredito que Steve Jobs acreditava que poderia ser muito mais útil para a sociedade criando produtos fantásticos capazes de gerar riqueza para milhões de pessoas ao invés de distribuir dinheiro para quem não consegue nem escrever direito. Ele se dedicou a criar produtos fantásticos, e esse é o seu verdadeiro legado.
Steve Jobs não é o primeiro "mão de vaca" da história. Sam Walton, o grande fundador da Walmart, doou o seu primeiro centavo para a caridade aos 69 anos de idade.
Sam Walton não entendia porque deveria facilitar a vida de outras pessoas dando dinheiro de mão beijada se ele mesmo construiu toda a sua fortuna apenas com o suor do seu trabalho.
Amigos próximos diziam que Steve Jobs se dedicou a apenas duas coisas em toda a sua vida, "Apple e a sua família. O resto ele considerava distração". 
Que cada um vença os seus próprios demônios com os recursos que conquista com o seu próprio trabalho. Foi para isso que eu vim. E Você?
3. Jobs não gostava de troublemakers, rebels e crazy ones. Desde a sua fundação, a Apple se posicionou como a opção rebelde contra o império do mal liderado pela IBM e Microsoft. Em 1984 e 1997 Steve Jobs apresentou ao mundo mega campanhas publicitárias chamando a turma para lutar contra os monopólios e controles de mercados ditados pela IBM e Microsoft. 
Hoje, quinze anos depois, a Apple é a grande controladora da era digital. A Apple controla tudo que é vendido na iTunes e na App Store. Nada entra dentro de um iPhone ou iPad sem a aprovação da Apple.
Os produtos da Apple conectam você a era da informação, mas curiosamente não permitem a livre e completa expressão de idéias entre as pessoas. 
A Apple proibe a venda e distribuição de conteúdo relacionado a arte e viagens para gays, propaganda de partido político, revistas pornográficas, cartoons sobre política e outros tipos de conteúdos considerados pela Apple como moralmente suspeitos.
A Apple controla de tudo, inclusive a comunicação dos seus funcionários com o mundo externo. A Apple não tem presença nenhuma nas redes sociais. Steve Jobs nunca teve Facebook ou Twitter. Nem ele, nem os seus diretores. 
Fala-se inclusive da existência de uma polícia interna que vigia o comportamento dos seus funcionários muito de perto, e quando necessário, confisca smartphones e computadores que tiveram comportamentos suspeitos. 
O que você pensa sobre todo esse controle?
A Apple está certa ou errada?
Eu penso o seguinte: a minha casa é minha, e entra nela quem eu quiser. Quando você pagar as minhas contas e resolver os meus problemas, você pode escolher quem eu coloco dentro da minha casa.
Até lá, quem manda na minha casa sou eu.
Não é porque algum maluco de esquerda disse que democracia é respeitar o ponto de vista de todas as pessoas, que eu vou perder o meu tempo com pequenas distrações. 
Como você pode ver, Steve Jobs não foi um cara perfeito. As decisões que tomou em sua vida são controversas, malucas e contraditórias.
Ainda assim, ele deixou milhões de seguidores em todo o mundo, e milhões de inimigos e concorrentes loucos para aprender a ter 1% da coragem que Steve Jobs sempre teve. 
Você pode não concordar com as idéias de Steve Jobs, mas você precisa admitir que o cara tinha coragem para enfrentar o que fosse necessário para atingir os seus objetivos.
NADA MENOS QUE ISSO INTERESSA!
QUEBRA TUDO! Foi para isso que eu vim. E Você?

Coleta de Lixo Inteligente - Definitivamente a inteligência humana me fascina!

Definitivamente a inteligência humana me fascina. Filmei a coleta de uma das lixeiras de Porto Alegre. O caminhão leva exatos 40 segundos para recolher o lixo do compartimento.



Fico pensando quantos engenheiros, profissionais de TI e outros não foram envolvidos para desenvolver esse projeto. Imagino que muitos. Fico pensando também, o quão mais limpa e eficiente não fica a coleta de lixo da cidade. Imagino que muito mais eficiente. 

E a pergunta que não quer calar: O que será que estão fazendo aqueles homens que antes eram utilizados para fazer esse trabalho. Será que estão empregados? Quantos deles ao sair do trabalho rumava ao EJA para concluir o 2º grau. Quantos deles ao sair do trabalho procurava um SENAC da vida para se especializar num curso técnico. Quantos deles ao sair do trabalho ia pro boteco tomar uma cervejinha? Obviamente não sei a resposta, mas posso apostar que aqueles da cervejinha estão com mais dificuldade de pagar suas contas.

sábado, 22 de outubro de 2011

O povo me dá vida de principe

Só pra registrar o momento em que vivemos...
 

Corda no pescoço


Por Reinaldo Azevedo
Há uma diferença entre mim e alguns que me combatem: não quero meus inimigos com uma corda no pescoço. Eu os quero vivos. Não quero principalmente ganhar a guerra. Quero lutar. É uma opção ética. É uma opção, de certo modo, estética. Ainda que “eles” queiram me eliminar — e àqueles que pensam como eu. Mesmo que eu os presenteie com objetos preposicionados como esse, cheio de elegância, só para declarar a minha animosidade amorosa — fiel, para quem sabe, à etimologia. Porque há de haver uma elegância entre os duelistas, como no filme - conhecem? Ganhar não é nada. Guerrear é tudo. A única vitória está na disputa.
Um esquerdista jamais entenderá do que falo. Ele sempre sabe aonde a história quer chegar. Eu não sei. Como Fernando Pessoa, o céu e a terra me bastam. Os que têm a forma do futuro estão tão certos de tudo! Eu estou certo apenas das minhas opiniões. E, na minha opinião, um homem com uma corda no pescoço é sempre deprimente. E agora direi algo “só para loucos, só para raros” (cito o Hermann Hesse de O Lobo da Estepe): é ainda mais triste um homem que já foi poderoso com a corda no pescoço. É razoável a suposição de que a forca e a força que o matam são mais íntimas do ressentimento do que da Justiça. Às vezes, acho que são sentimentos demais pra nossa condição tão miserável.
Aquela foto de Saddam Hussein com uma corda no pescoço obscureceu minhas idéias luminosas sobre o triunfo de uma civilização, de uma raça — a nossa, a dos humanos vira-latas —, de um modo de vida. Eu sei que ele matou. Eu sei que ele roubou. Eu sei que ele estuprou, ainda que por meio de terceiros. Mas que coisa! Minhas ambições não têm morte. Minhas ambições não têm roubo. Minhas ambições não têm estupro. Tão demasiadamente humano, coloco-me como o último na escola dos que julgam; o último na escala dos que apontam o dedo; o último na hierarquia dos bons. Como o Pessoa do Poema em Linha Reta, todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. Eu não consigo declarar a morte de um pernilongo chato numa casa à beira da praia sem que me assalte um dilema moral. Ele pode até ser tão breve quanto a vida de um pernilongo, ou tão inútil, mas estou inteiro em cada coisa. Estou inteiro naquele tapa. Sou inteiramente eu — e responsável — naquela sentença.
Aí me acusam ou me interrogam: “Mas como foi que um ex-esquerdista, mesmo trotskista, tornou-se tão anticomunista?” Aconteceu porque sei a dor e a delícia de não ter chefes ideológicos, de não poder atribuir a ninguém um gesto, uma sentença, um disparate. Todas as grandezas e todos os lixos do mundo me pertencem. Ah! Os petralhas são tão grandes e tão senhores de si! Eu sou porcaria. Eles celebram cantos de vitória. Eu topo ficar recolhendo os restos, os guardanapos amassados da festa, os copos de refrigerante quente pela metade, os doces só mordiscados e logo desprezados, as concentrações - acho, mas não estou certo, que a imagem é de Musil - das procissões que vão se dispersando. Ali, e este sou eu, onde a fé é mais rarefeita, onde todas as precariedades humanas se juntam num misto de dedicação e descrença. Eu sou este aí: dedicado e descrente, espreguiçando-se quando Deus se anunciou. Incrédulo. Cheio de fé.
Santo Deus! Eu nada tenho a fazer com cordas no pescoço! Nem no pescoço dos meus inimigos. Sobretudo no pescoço dos meus inimigos! Porque, vejam só, encontrasse eu uma justificativa para cena tão patética, eles estariam certos a meu respeito. Mas estão errados. E, por isso, são meus inimigos. Eu sou a vida e seu ofício. E eles contam os seus mártires, os seus heróis, jactam-se de suas paixões homicidas e suicidas. Eu acho a morte aquém e além de qualquer contenda. Que moral pode existir na morte? Que ética? Como pode nos sugerir o que quer que seja quem é tão íntimo do absoluto? Como é que um juiz consegue escolher o que comer ou a cor da própria cueca depois de decidir que alguém deve morrer? Se eu arbitrasse sobre a vida, não aceitaria nada além do Absoluto.
Por Reinaldo Azevedo

O Brasil inventou a ONGG: Organização Não-Governamental Governamental


E nosso dinheiro continua indo pro ralo... Estou pensando seriamente e deixar de acompanhar assuntos políticos  pois isso tem me feito um mal tremendo. Enquanto não tomar essa decisão, a estratégia que vigora é fazer desse blog uma espécie de "arquivo" dessas safadezas. Para que fazer um arquivo? Porque a memoria das pessoas quanto a estes assuntos são sempre muito fraca. Assim, de forma proposital, relembrarei minha rede de contatos antes de eleições quem são esses bandidos que habitam o poder e querem continuar habitando. De momento, é a unica forma que tenho para lutar por tempos melhores.



Os cristãos criaram as primeiras ONGs na Roma Antiga; os brasileiros as perverteram no Brasil moderno

Já escrevi aqui uma vez: o Brasil inventou a ONGG: Organização Não-Governamental Governamental. É uma vergonha. Uma piada. A razão de ser de uma ONG é tentar despertar a consciência da sociedade para um determinado problema e convidá-la a agir  - em nome da cidadania ou de um princípio qualquer. Na raiz, tem até um quê de interessante: trata-se de uma espécie de revolta pacífica contra o poder e contra o estado.
Sabem quem criou as primeiras ONGs na história da humanidade? Os cristãos, ainda antes de Constantino, quando estavam sob severa perseguição, como demonstra Rodney Stark no livro The Rise of Christianity: a Sociologist Reconsiders History. A sua rede de assistência aos miseráveis, aos desvalidos, explica por que as epidemias, por exemplo, matavam menos os cristãos.
Entre nós, aconteceu um fenômeno perverso. Em vez de as ONGs darem de ombros para o estado pesado, lento, perdulário, gastão, ineficiente, elas estabeleceram com ele uma sociedade: arrancam dinheiro público e o usam com a mesma ineficiência do ente que, por contraste, justifica a sua existência. E, como não poderia deixar de ser, os larápios também se aproveitaram.
Ongueiro se tornou uma profissão. Pior. Misturou-se com proselitismo político. Aqui e no mundo, essas organizações se tornaram extensões da militância de esquerda - no Brasil, com raras exceções, são tentáculos do PT. Voltaremos, certamente, a este assunto. Mas uma coisa é certa: a vida de muita gente melhorou com a pletora de ONGs que anda por aí: a dos ongueiros. Sei de um famoso da área, homem que gosta de se casar muitas vezes. Ao fim de cada matrimônio, a ex-esposa da vez “herda” uma ONG. Melhor pra ele, que não precisa pagar pensão.
O Brasil é assim: safado e banal.
*
Sabem quando publiquei este texto no blog? Em 8 de julho de 2007. Combato esse método de assalto ao e do estado há pelo menos uns 15 anos. Há só uma lei razoável a ser aplicada nesse caso: ONG não pode receber dinheiro público. E pronto! Ou se abre o caminho da ladroagem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Para se proteger do acaso, o homem criou Deus. O homem se diz criatura, quando é o criador. (David Coimbra

Não é a morte o que mais assusta o homem. É o acaso. Contra o acaso, o homem constrói sistemas de pensamento, filosofias, mitologias, religiões. Para se proteger do acaso, o homem criou Deus. Aí está: o homem se diz criatura, quando é o criador.

Mas crentes e carolas não precisam se ouriçar, não estou pregando o ateísmo. Porém, é preciso entender que, ainda que Deus exista, Ele continuará sendo uma abstração. A ideia de Deus tem de ser aprendida. E, se tem de ser aprendida, tem de ser concebida. Criada. Logo, Deus é criatura. Zeus, Amon, Jeová, Astarte, Cibele, Alá, Tupã, seja qual for o nome do ser divino, ele tem de ser concebido pelo homem, junto com sua mitologia.

E por que o homem teve de criar Deus? Por que existe essa necessidade em todo lugar e em todo tempo? Exatamente para que o homem possa se defender do acaso. O acaso é tão apavorante, que o homem criou até o diabo para combatê-lo. É preferível enfrentar uma legião de demônios com intenções bem claras e regras de comportamento definidas do que simplesmente cogitar a hipótese de que as coisas possam acontecer sem que sejam movidas por razão alguma.

Você precisa encontrar um desígnio oculto por trás de qualquer ocorrência da sua vida. Toda consequência teve uma causa. E, se toda consequência tem uma causa, em tudo podem ser vistos méritos e culpas. Você faz tudo certinho, age bem, é uma boa pessoa, não faz nada de errado? O Todo-Poderoso o recompensará com uma vida venturosa. Você faz coisas erradas, oprime o próximo e rouba a merenda escolar das criancinhas? Você será punido em algum momento, você não perde por esperar as terríveis consequências de seus atos.

É assim que deveria ser, se o acaso não existisse. Se o mundo fosse justo. Mas o acaso existe. Mas o mundo não é justo. Coisas ruins acontecem a todo momento com pessoas que não merecem sofrer. Coisas boas acontecem a todo momento com pessoas que não merecem a felicidade. Canalhas são homenageados, incompetentes ganham aumento, oportunistas usufruem da fama, cofres caem do oitavo andar, vírus são contraídos pelo ar, rádios tocam axé a cada minuto (hehe). A vida é cheia de perigos e você não pode fazer nada para evitá-los. O mundo está repleto de cafajestes e muito provavelmente a maioria deles jamais será punida. Não adianta rezar. Não adianta cultivar superstições. Não adianta esperar pela intervenção transcendental.

Adianta, um pouco, prevenir-se. Pessoalmente, há muitas formas de prevenção. A principal delas é zelar pela saúde. Comunitariamente, o Estado tem a função de fazer a prevenção. No caso de o Estado estar acometido de alguns desses males, como a corrupção endêmica brasileira, só se pode, mesmo, fiscalizar. E a fiscalização só é viável quando ocorre em âmbito municipal, quando o cidadão encontra a autoridade na farmácia, no supermercado, na igreja, no estádio de futebol, e o olha na cara, e cobra, com o mero olhar, o efeito de seus atos. A municipalização não tem poder divino, não evita a corrupção, não impede a ação de cafajestes nem as tramas incompreensíveis do acaso. Mas ajuda a preveni-los.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O estatuto do absurdo

Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Noblat

Com uma definição elástica para classificar jovens, que se estende até os 29 anos, o Estatuto da Juventude aprovado pela Câmara dos Deputados traz mais absurdos do que o festival de meias-entradas que criou polêmica durante a semana.

Estrategicamente inclusos entre seus 60 artigos estão a adoção de cotas para o ensino superior, elegantemente chamada de políticas afirmativas, matéria que deveria, no mínimo, ser objeto de emenda constitucional, e outros ardis que parecem pouco, mas não são.

Entre eles, a destinação obrigatória de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura para projetos voltados a jovens, sabe-se lá o que isso quer dizer. Traz ainda, como era de se prever, regras para a mídia: a criação em redes de rádio e televisão de horários especiais voltados para a realidade social do jovem. Outra incógnita.

Nas meias-entradas, a discussão girou quase que exclusivamente em torno da Copa 2014. Mas é muito mais do que isso. Intromete-se nas esferas estadual e municipal, tanto no que diz respeito aos ingressos para eventos artístico-culturais quanto no transporte público. Esse, aliás, um privilégio difícil de justificar.

Jovens estudantes passam a pagar 50% das passagens intermunicipais e interestaduais, independentemente da finalidade da viagem. Um estranho benefício que obriga os acima de 30 a custear o transporte até de marmanjos de 29 anos.

Não menos absurdo é garantir aos designados como jovens-adolescentes (15 e 16 anos), jovens-jovens (18 a 24 anos) e jovens-adultos (25 a 29 anos) direitos assegurados a todos os indivíduos, jovens ou não. Reescreve-se nos artigos, parágrafos e incisos que os jovens não serão discriminados por etnia, raça, cor de pele, cultura, origem, idade, sexo. Garante-se ainda a liberdade de reunião, de idéias e de expressão. Ora, estranho seria se não assegurasse o que a Constituição já consagra.

A lei, que ainda terá de ser votada pelo Senado, define dezenas de obrigações do Estado. Põe no papel um país imaginário. Muito distante do país que na mesma semana da aprovação do estatuto viu os resultados pífios do ProJovem.

Nos últimos seis anos, o programa federal destinado a resgatar jovens que estão fora da escola torrou R$ 3 bi. Na versão urbana, formou menos de 210 mil alunos, apenas 38%. Na área rural, 59 mil, só 1%. Com fiscalização perto de zero, há desvio de recursos, indícios de corrupção.

Nada que um estatuto resolva.

O Brasil é uma nação jovem, uma democracia jovem. Assim como muitos jovens, usa a juventude para justificar seus tropeços. E abusa nos piores vícios. Nada que um estatuto resolva.

2014, a Copa do governo bêbado


Por Guilherme Fiuza

Dilma foi à Fifa e acabou com as dúvidas sobre a Copa do Mundo: chova ou faça sol, está garantida ao Brasil uma boa ressaca em 2014.

Essa perspectiva segura foi muito bem recebida pelos brasileiros, um povo cordial que jamais renuncia à alegria e ao oba-oba, mesmo quando está sendo assaltado.

A preparação do país para a Copa vai muito bem, obrigado. As obras faraônicas para os estádios seguem as regras mais estritas das negociatas, devidamente avalizadas pelo dinheiro do contribuinte.

A grande novidade é que o torcedor brazuca, ao entrar no Maracanã ou no Itaquerão, vai poder encher a cara – e esquecer os quase 2 bilhões de reais que esses novos templos da esperteza lhes custaram.

Foi mesmo providencial o anúncio do ministro dos Esportes, Orlando Silva, sobre a revogação da Lei Seca nos estádios brasileiros durante a Copa. Ninguém suportaria assistir careta a tanto gol contra.

Tome mais uma dose e alcance a lógica do ministro:
A proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, determinada pelo Estatuto do Torcedor contra a epidemia de violência nas arquibancadas e nas ruas, pode ser suspensa porque “a Copa é especial”.

Orlando Silva explicou que essa regra de civilidade e segurança, há anos em vigor no Brasil, pode ser revista por causa dos “compromissos da FIFA com os patrocinadores”.

O ministro tem razão. O direito brasileiro termina onde começa o faturamento da Fifa.

Esse papo de soberania nacional soa bem em época de eleição – mas em época de Copa do Mundo não tem nada a ver. A Copa é especial.

Os que acham absurdo sujeitar as leis do país a uma marca de cerveja estão reclamando de barriga cheia. Se o patrocinador da Fifa fosse a Taurus, o ministro Orlando Silva também examinaria “com cuidado e naturalidade” a entrada de torcedores armados nos estádios.

E que não venham os estudantes protestar contra o roubo de seu direito à meia entrada na Copa. O governo brasileiro pode ser frouxo, mas felizmente também é incompetente: na falta de um sistema de transportes decente, decretará feriado nos dias dos jogos.
Os estudantes não têm do que reclamar.

Dilma e Orlando Silva poderiam estar matando, poderiam estar roubando, mas estão só rasgando as leis. Viva o governo ébrio.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

É a mente humana, não o trabalho braçal, o grande responsável por nossos avanços tecnológicos

Rodrigo Constantino, O GLOBO


Há exatos 80 anos morria Thomas Edison, um dos ícones da revolução tecnológica. Entre suas principais invenções, encontra-se a lâmpada elétrica, o gramofone e o cinescópio. Edison é considerado um dos inventores mais prolíficos de seu tempo, tendo registrado mais de duas mil patentes. A data é propícia, portanto, para a reflexão acerca de quais são as principais causas do progresso tecnológico.

Como reconhecia o próprio Edison, “A genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração”. Steve Jobs, que faleceu recentemente, é outra prova disso. Ele trabalhava duro, era persistente, acreditava no que fazia e estava mais preocupado com a jornada em si do que com o destino final. A Apple e a Pixar são empresas inovadoras em suas respectivas áreas, que contribuíram para um mundo melhor. A filantropia de Jobs foi sua própria empresa. Ele mereceu cada centavo de sua fortuna.

Jobs nunca fez o que fez pelo dinheiro; este foi um subproduto de sua paixão. Por isso o sucesso. Ele perguntava: “Quem agüenta a barra se não for movido por amor?”. No âmbito individual, portanto, a inovação depende da centelha criativa de alguns indivíduos diferenciados, que enfrentam desafios árduos para romper com o status quo e deixar seu legado à humanidade.

Mas, e no campo coletivo? Se estas inovações fantásticas dependessem somente do indivíduo, então seria razoável supor que há uma distribuição aleatória entre os diferentes países. Não é o caso. Os EUA, por exemplo, dominam o mercado de patentes. A lista de inovações que marcaram a era moderna aponta com claro viés para os anglo-saxões. Alguns exemplos ilustram isso.

Em 1802, corria nos trilhos do País de Gales a primeira locomotiva a vapor. Em 1818, cruzava os mares do mundo o primeiro barco a vapor construído pelo americano Moses Rogers. Henry Ford massificou a indústria automotiva em 1908. O motor a jato foi uma invenção de um piloto da Royal Air Force inglesa, em 1930. O primeiro jato que inaugurou vôos comerciais foi o americano Boeing 707. O ar condicionado foi uma criação de Willis Carrier em Nova Iorque. As máquinas de lavar roupa e louça também foram inventadas nos EUA. O aspirador de pó elétrico foi criado em Londres. No setor de saúde ocorre o mesmo fenômeno. A vacinação foi aplicada pela primeira vez em Massachusetts. A anestesia geral seria testada pela primeira vez nos EUA em 1842. Em 1943, no estado americano de Illinois, finalmente foi resolvido o problema da curta duração da penicilina. No final do século 20, a americana Pfizer presentearia a humanidade com seu Viagra.

Eu poderia continuar com vários outros exemplos, mas acredito que o ponto está claro: o mundo, tal qual o conhecemos, com um conforto material impensável para o mais rico dos nobres medievais, foi obra de uma minoria, em poucos países. A pergunta-chave, aqui, é justamente o porquê disso.

Praticamente todas as importantes inovações modernas ocorreram em países capitalistas com sólido respeito à liberdade individual. O economista Mises dizia: “Só uma pequena minoria faz uso da liberdade de criação artística e científica, mas todos se beneficiam dela”. Eis o primeiro pilar necessário: um arcabouço institucional e cultural que estimule a meritocracia individual.

Somente quando o sucesso for visto como louvável, e não um pecado, haverá tolerância para as desigualdades inerentes ao progresso. Nem todos possuem as mesmas habilidades e dons. O respeito ao lucro e à propriedade privada, portanto, são fundamentais. O império da lei também, para preservar as recompensas das criações.

Um mercado financeiro desenvolvido é necessário, pois é a fonte do capital de risco para as novas empreitadas. Basta pensar na quantidade de empresas que nasceram em garagens na Califórnia, e se tornaram gigantes graças ao acesso a este capital. A “destruição criadora” é crucial: os ineficientes devem ir à bancarrota.

O capitalismo liberal é claramente o melhor sistema para prover inovações tecnológicas, inclusive no campo da saúde. Nem os mais jurássicos esquerdistas conseguem resistir aos seus produtos. Já o socialismo “igualitário”, sob o manto da retórica altruísta, conseguiu produzir apenas miséria, escravidão e fuzis. Muitos fuzis.

Gostaria de destacar outro ponto: é a mente humana, não o trabalho braçal, o grande responsável por este avanço tecnológico. Como disse um dos personagens de Ayn Rand: “Tente obter alimentos usando apenas movimentos físicos, e descobrirá que a mente do homem é a origem de todos os produtos e de toda a riqueza que já houve na terra”.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

7 propostas para um Brasil mais eficiente

Conheci hoje a proposta de um projeto chamado "Movimento Brasil Eficiente". E se você já leu alguma coisa nesse blog, deve saber que a proposta caminha exatamente ao encontro daquilo que acredito. Abaixo segue os 7 pontos destaques do movimento.

Se puderes, clique aqui e assine o abaixo assinado do movimento.

Propostas para um Brasil mais eficiente

Para adesão aos princípios do MBE, é bom enfatizar: A sociedade brasileira somos nós. Do interesse público, sabemos nós, que somos os contribuintes da sustentação dos empregos públicos e do Estado brasileiro.
Devemos lutar para:
  1. Aumentar a capacidade de investir do setor público de forma sustentada, até se alcançar 5% do PIB, anuais.
  2. Aumentar a eficiência do gasto público, combatendo o desperdício, a corrupção e a má aplicação dos recursos.
  3. Instituir uma governança baseada na meritocracia, no planejamento, no estabelecimento de metas e na avaliação dos resultados.
  4. Instituir o Projeto de Lei do Brasil Eficiente (estrutura fiscal simplificada para todos) e a regulamentação da Lei de Responsabilidade Fiscal (art.67), com a criação do Conselho
  5. Reduzir a carga tributária, de forma gradual, a partir de 2014, em um ponto percentual anualmente, para chegarmos, em 2020, ao patamar ideal de 30% do PIB, sem qualquer prejuízo ao avanço da arrecadação.
  6. Aumentar a taxa de investimento no Brasil, dos atuais 18% para 25% do PIB até 2020, dando condições ao País de crescimento de 6% ao ano.
  7. Implantar a simplificação fiscal, mediante cinco grupos de tributos:
  8. A) ICMS nacional, compartilhado exatamente conforme as participações atuais, com alíquota interestadual baixa e unificada, aglutinando os atuais 27 ICMS estaduais, e eliminando, por assimilação, os atuais IPI,PIS, Cofins e Cide.
  9. B) Imposto de Renda federal novo (IRPJ, IRPF e CSLL), exclusivo da União, para sustento da Previdência Social nos dois regimes (INSS e servidores), acrescido da contribuição patronal que, desonerada da folha salarial, passa a incidir sobre a geração de caixa no balanço das empresas.
  10. C) Impostos regulatórios federais (IOF, IM e IEX).
  11. D) Grupo de tributos locais, por ora mantidos como estão ( como ISS, ITBI,IPVA, IPTU), exceto ITR que passa a ser estadual.
  12. E) Contribuição Previdenciária do Trabalhador (CPT), de caráter parafiscal, conforme já regulado pelo art. 68 da LRF, que representará a participação do trabalhador no capital social dos novos investimentos públicos.
  13. Trabalhamos quase cinco meses por ano, para pagar tributos e outro tanto para recompor, com serviços privados, as deficiências nos serviços públicos essenciais.
  14. Essas MUDANÇAS DEPENDEM DE NÓS e têm que ser colocadas no CENTRO DA POLÍTICA NACIONAL.
  15. Por um Brasil mais Eficiente, assine o abaixo assinado do MBE clicando aqui!

Ser "corretinho" é marca de mediocridade, e a mediocridade é enturmada e anda em bando

LUIZ FELIPE PONDÉ, Folha de SP

A COSMÉTICA

Ser "corretinho" é marca de mediocridade, e a mediocridade é enturmada e anda em bando

Semana passada eu falava da "ética da beleza". Tema difícil. Defendi que mulheres bonitas devem usar, com moderação, a beleza como ferramenta na vida. E dizia que quem não usa é porque normalmente não tem. E que calcinhas fazem bem a vida cotidiana.
Falava também que a beleza é um fator contingente (fruto da sorte). Muita gente se pergunta se a beleza não é cada vez mais fruto da grana.
A sabedoria popular tem mesmo um ditado pra isso: "Não existe mulher feia, existe mulher pobre".
Isso é apenas mais ou menos verdade. Tem rica por aí que assustaria qualquer um a noite e pobre que encanta, mesmo que apenas na juventude. A relação entre grana e beleza se estreita à medida que os anos passam. Assim como a relação entre saúde e grana.
Sei que os "corretinhos" se irritaram com a ideia de que o mundo prefere as bonitas. Alguns desses "corretinhos" babam às escondidas em cima de meninas de 20 anos por aí, mas posam de sem preconceitos contra as mais feinhas. Não se deve confiar em pessoas que se dizem sem preconceitos. Os feios odeiam os mais bonitos.
Mas ser "corretinho" é marca de mediocridade, e infelizmente a mediocridade é enturmada e anda em bando, por isso ela é um risco contínuo para almas menos covardes (e por isso mesmo mais solitárias), desde a caverna.
Fossemos depender deles (os medíocres), não teríamos sobrevivido ao escândalo da seleção natural. A diferença é que hoje eles alçaram ao poder porque descobriram que são a maioria.
Uma das nobres funções da democracia é socializar o ônus da mediocridade dizendo que sustentá-la é um dever de todo cidadão, enquanto que ser medíocre é um direito apenas da maioria.
Vinicius de Morais já dizia isso (que o mundo prefere as bonitas ou "me desculpe as feias, mas beleza é fundamental"), mas ele teve a sorte de viver antes de nossa nova hipocrisia do bem.
Mas o que me espanta é como tanta gente (os "corretinhos") se irrita quando digo a mais banal verdade (o mundo prefere as bonitas) ao mesmo tempo em que vivemos numa cultura obcecada pela beleza de forma descarada (com as palmas silenciosas dos mesmos irritadinhos).
Imagino muitos deles em frente ao espelho, às escondidas, se perguntando "espelho, espelho meu, existe alguém mais bonito do que eu?", ao mesmo tempo em que a insegurança os faz odiar a beleza dos outros.
Se você chamar a obsessão pela beleza de "direito a autoestima" os "corretinhos" não vão reclamar.
Mas a questão é que escondemos essa obsessão, achando que ela é apenas um pecado da publicidade. Quer ver?
Há algum tempo atrás, na Inglaterra, comerciais com imagens de mulheres "trabalhadas" por programas de computador foram proibidos porque passavam uma beleza "artificial" como padrão de beleza.
Acho que as pessoas que proíbem comerciais assim, o fazem pra não se sentirem feias (o espelho delas responderia "sim, existe alguém mais belo do que você") e não porque se preocupam de verdade com a veiculação do padrão de beleza "artificial", como dizem.
Imagine se um desses censores de comerciais desse tipo for alguém de uns 50 anos ou mais, com tudo que isso implica em termos de "ação da gravidade" sobre o corpo e suas capacidades fisiológicas.
Você acredita que algum deles não usará os instrumentos artificiais de beleza que condenam no comercial? O que no comercial é Photoshop, na vida real é a cosmética (esta, segundo o iconoclasta Karl Kraus, é a cosmologia da mulher).
Só não vão usar como também pagarão em 36 vezes no cartão sem juros. Babarão sobre os pretensos resultados, comprarão roupas pra realçar estes mesmos resultados e à noite chorarão de felicidade quando o espelho acusar a suposta melhoria estética. E pensarão no silêncio de sua solidão: "Meu Deus como é triste ser feio e velho".
Tornar-se-ão consumidores obsessivos de revistas, blogs, gurus e sites especializados em beleza artificial e discutirão no "Face" acaloradamente a favor do "direito ao aumento de autoestima" que esses tratamentos de beleza artificial garantem, pelo menos por algum tempo, até a próxima depressão.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Em que momento foi, entre 1959 e 2011, que nos transformamos neste bando de bostas?


Entre 1959 e 2011

Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.

· Ano 1959: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, lhe dá uma bronca descomunal e até umas reguadas nas mãos e volta tranqüilo à classe. Esconde o fato dos pais com medo de apanhar mais. Pronto.

· Ano 2011: É mandado ao departamento de psiquiatria, o diagnosticam como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD, o psiquiatra receita Rivotril. Transforma-se num zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz e processam o colégio.


Cenário 2: Luis, de sacanagem quebra o farol de um carro, no seu bairro.


· Ano 1959: Seu pai tira a cinta e lhe aplica umas sonoras bordoadas no traseiro. A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.

· Ano 2011: Prendem o pai de Luis por maus tratos. O condenam a 5 anos de reclusão e, por 15 anos deve abster-se de ver seu filho. Sem o guia de uma figura paterna, Luis se volta para a droga, delinqüe e fica preso num presídio especial para adolescentes.


Cenário 3: José cai enquanto corria no pátio do colégio, machuca o joelho. Sua professora Maria, o encontra chorando e o abraça para confortá-lo...


· Ano 1959: Rapidamente, João se sente melhor e continua brincando.

· Ano 2011: A professora Maria é acusada de não cuidar das crianças. José passa cinco anos em terapia pelo susto e seus pais processam o colégio por danos psicológicos e a professora por negligência, ganhando os dois juízos. Maria renuncia à docência, entra em aguda depressão e se suicida...


Cenário 4: Disciplina escolar


· Ano 1959: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "mijada" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade e no resto da semana não incomodávamos mais ninguém.

· Ano 2011: Fazemos bagunça na classe. O professor nos pede desculpas por repreender-nos e fica com a culpa por fazê-lo. Nosso velho vai até o colégio dar queixa do professor e para consolá-lo compra uma moto para o filhinho.


Cenário 5: Horário de Verão


· Ano 1959: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Nada acontece.

· Ano 2011: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, nas mulheres aparece até celulite.


Cenário 6: Fim das férias


· Ano 1959: Depois de passar férias com toda a família enfiados num Gordini ou Fusca, é hora de voltar após 15 dias de sol na praia. No dia seguinte se trabalha e tudo bem.


· Ano 2011: Depois de voltar de Cancun, numa viagem 'all inclusive', terminam as férias e a gente sofre da síndrome do abandono, "panic attack", seborréia, e ainda precisa de mais 15 dias de readaptação...


Cenário 7: Saúde


· Ano 1959: Quando ficávamos doentes, íamos ao INPS aguardávamos 2 horas para sermos atendidos, não pagávamos nada, tomávamos os remédios e melhorávamos.


· Ano 2011: Pagamos uma fortuna por plano de saúde. Quando fazemos uma distensão muscular, conseguimos uma consulta VIP para daqui a 3 meses, o médico ortopedista vê uma pintinha no nosso nariz, acha que é câncer, nos indica um amigo dermatologista que pede uma biópsia, e nos indica um amigo oftalmologista porque acha que temos uma deficiência visual. Fazemos quimioterapia, usamos óculos e depois de dois anos e mais 15 consultas, melhoramos da distensão muscular.


Cenário 8: Trabalho


· Ano 1959: O funcionário era "pego" fazendo cera (fazendo nada). Tomava uma regada do chefe, ficava com vergonha e ia trabalhar.


· Ano 2011: O funcionário pego "desestressando" é abordado gentilmente pelo chefe que pergunta se ele está passando bem. O funcionário acusa-o de bullying e assédio moral, processa a empresa que toma uma multa, o funcionário é indenizado e o chefe é demitido.


Cenário 9: Assédio


· Ano 1959: A colega gostosona recebe uma cantada de Ricardo. Ela reclama, faz charminho mas fica envaidecida, saem para jantar, namoram e se casam.

· Ano 2011: Ricardo admira as pernas da colega gostosona quando ela nem está olhando, ela o processa por assédio sexual, ele é condenado a prestar serviços comunitários. Ela recebe indenização, terapia e proteção paga pelo estado.


Cenário 10: Comportamento


Ano 1959: Homem fumar era bonito, dar o rabo era feio.
Ano 2011: Homem fumar é feio, dar o rabo é bonito.


Pergunta-se:


EM QUE MOMENTO FOI, ENTRE 1959 E 2011, QUE NOS TRANSFORMAMOS NESTE BANDO DE BOSTAS? 

Histórias como o Governo quer

chapeuzinho-vermelha
Por Carlos Brickmann
A ministra Iriny, aquela que implicou com a propaganda da Giselle Bündchen, já tomou uma surra memorável no Conar, Conselho de Autorregulamentação Publicitária: 20×0. Mas tanto ela quanto a secretária da Educação do Rio, Cláudia Costin, ainda tentam se meter nos roteiros das novelas.
Imaginemos como seriam as histórias se Suas Excelências pudessem impor seus pontos de vista. A Chapeuzinho seria “Vermelha”, claro – o adjetivo não concordaria com o substantivo, mas com o gênero, que seria valorizado. O Lobo Mau precisaria mudar de nome, para que as crianças não associassem a maldade a um animal.
tres-porquinhosEle se chamaria Lobão – por que não Édison Lobão, de quem o governo gosta tanto? Não comeria a Vovó: isso é coisa de humorista sem graça. Seria companheiro da Vovó. Chapeuzinho, em vez de chamar os caçadores para livrá-la do lupino assédio, iria a uma delegacia, em que seria tratada com toda a dignidade, para denunciá-lo com base na Lei Maria da Penha. E seria atendida.
Os Três Porquinhos seriam amigos do Lobão. Em vez de caçá-los, Lobão os levaria para Brasília, onde comeriam, mamariam e ficariam amigos de Sarney. Joãozinho e Maria não seriam presos pela Bruxa, que isso não é exemplo que se dê às criancinhas. Com fome, iriam para uma instituição conveniada, daquelas com verbas do governo. Não teriam de provar que estavam engordando, porque obesidade também é feio e a comida, afinal, nem seria tanta, embora superfaturada.
Mas mostrariam o dedinho, ah, isso mostrariam. E fariam muito bem.