sexta-feira, 20 de maio de 2011

Me recuso a pedir desculpas pelo meu sucesso!

Gosto muito de postar aqui artigos bem escritos e destacar aquilo que neles, na minha opinião, têm de mais importante. Achei muito bom o artigo abaixo pois me fez lembrar o discurso do industrial Hank Rearden no livro A Revolta de Atlas perante um corte fajuta. Ele dizia algo mais ou menos assim: 
"Eu não sacrifico meu interesses pelos consumidores nem eles pelos meus. As trocas são voluntárias, por consentimento e vantagem mútua. Não obrigo ninguém a comprar de mim. Aliás se não querem que eu lucre, é bem simples de atingir isso, é só não comprar o meu produto. Não há motivos para pagar mais que os serviços dos trabalhadores valem ou vender os produtos abaixo do preço que os consumidores estão dispostos a pagar. Me nego me sentir culpado pelo fato de fazer isso e fazer melhor que os outros. Me recuso a pedir desculpas pelo meu sucesso. Eu poderia dizer que fiz e faço mais bem para os cidadãos do que vocês burocratas jamais sonhariam em fazer.. e por ai vai"
Segue o artigo:


A diferença entre genuínos capitalistas e progressistas
por , quinta-feira, 19 de maio de 2011 

riqueza.jpgA visão que os progressistas têm do governo é facilmente entendida e faz todo o sentido quando você finalmente entende como eles pensam, quais são os equívocos de suas ideias e quais são as pressuposições implícitas que elas têm a respeito da origem da renda. 
A visão dos progressistas ajuda a explicar as políticas que eles apóiam, tais como a redistribuição de renda, e a linguagem que eles utilizam, como suas inflamadas exortações para que os ricos "deem algo de volta" para a sociedade.

Em termos gerais, os progressistas entendem a economia de uma das duas maneiras a seguir:

1) Eles supõem que a verdadeira fonte de renda das pessoas é uma gigantesca pilha de dinheiro que, em teoria, deveria ser distribuída igualmente entre todas as pessoas da sociedade.  O motivo de algumas pessoas terem mais dinheiro que outras é simplesmente porque elas chegaram a essa pilha primeiro e gananciosamente pegaram uma fatia injustamente grande para elas.  Sendo esse o caso, a justiça requer que os ricos deem algo de volta; e se eles não fizerem isso voluntariamente, o governo deve confiscar seus ganhos ilicitamente adquiridos e restituí-los aos seus donos de direito.

2) A outra visão progressista, concorrente a essa, pressupõe que toda a renda é distribuída, como em uma política de distribuição de renda.  É como se houvesse um distribuidor de dinheiro.  O motivo de algumas pessoas terem mais dinheiro do que outras é porque o distribuidor de dinheiro é racista, machista, conservador ou um representante dos "grandes interesses do capital".  Nesse caso, a única coisa certa a ser feita com aqueles para quem o distribuidor de dinheiro injustamente deu muito dinheiro é obrigá-los a devolver a fatia ilícita de seus ganhos.  Se eles se recusarem a fazer isso voluntariamente, então é função do governo desencadear a fúria da Receita Federal sobre estes insensíveis, confiscando seus ganhos ilícitos para restituí-los aos seus donos de direito.  Em suma, deve haver uma redistribuição do dinheiro na sociedade — ou aquilo popularmente conhecido como 'redistribuição de renda'.

Já os sensatos e racionais reconhecem que, em uma sociedade livre, a renda não é nem confiscada nem redistribuída; em sua grande maioria, ela é obtida por meio do trabalho.  A renda é ganha quando um indivíduo satisfaz seus semelhantes.  Quanto maior a capacidade e aptidão de satisfazer seus semelhantes, maior a fatia de riqueza que este indivíduo pode adquirir deles.  Essa fatia de riqueza é representada pela quantidade de dinheiro que ele recebe de seus semelhantes.

Digamos que eu me ofereça para lavar o seu carro.  Por ter feito isso de maneira competente, você me paga $20.  Ato contínuo, eu vou a uma mercearia e peço "Dê-me 1kg de carne e seis latas de cerveja que meus semelhantes produziram".  Com efeito, o vendedor vai me perguntar, "Williams, você está pedindo aos seus semelhantes para que eles lhe sirvam.  Você por acaso os serviu também?" E eu respondo, "Sim."  E o vendedor emendará "Então prove!"

Nesse momento vou mostrar os $20 que obtive por ter servido meu semelhante.  Podemos pensar nesses $20 como "certificados de performance".  Eles representam a prova de que eu prestei serviços ao meu semelhante.  O raciocínio em absolutamente nada mudaria caso eu fosse, por exemplo, um ortopedista com uma enorme clientela, ganhando $500.000 por ano por ter prestado serviços aos meus semelhantes.  Ademais, tendo eu já lavado o carro do meu semelhante ou já curado sua fíbula fraturada, o que mais eu devo a ele ou a qualquer outra pessoa?  Qual a justificativa de eu ser obrigado a distribuir meus ganhos para terceiros?  Agora, se alguém quiser ser caridoso, isso é outro assunto, totalmente distinto.

Compare a moralidade de ter de servir o seu semelhante para poder ganhar uma fatia daquilo que ele produz com a (i)moralidade de receber dinheiro redistribuído pelo governo (seja via assistencialismo, funcionalismo público, ou grandes empresários que trabalham que recebem subsídios do governo).  O que ocorre é que o governo simplesmente diz a esse povo: "Você não precisa servir o seu semelhante para adquirir uma fatia de tudo o que ele produz.  Nós vamos confiscar parte do que ele produz e dar tudo para você.  Apenas vote em mim".

Afinal, quem deveria devolver parte do que ganhou?  Pense em Bill Gates, que fundou a Microsoft, ou em Steve Jobs, que fundou a Apple Computer, ou em Sam Walton, que fundou a Wal-Mart.  Qual desses bilionários adquiriu sua riqueza nos obrigando a comprar seus produtos?  Qual deles confiscou a propriedade de terceiros?

Cada um desses três — e milhares de outros — é um indivíduo que enriqueceu prestando serviços aos seus semelhantes, criando produtos que tornaram a vida melhor e mais fácil.  O que mais eles devem?  Para quem eles devem?  Eles já deram e "redistribuíram" a sua fatia.

Compare-os agora aos homens do governo.  Compare os bens e serviços que cada um produziu e compare a maneira como eles enriqueceram.  É justo?

Logo, se há alguém que realmente tem a obrigação de devolver algo para a sociedade, estes são os ladrões e receptadores do roubo legalizado — a saber, as pessoas que utilizam o governo, inclusive vários magnatas que recebem subsídios corporativos, para viver à custa de seus semelhantes. 
Quando um país vilipendia os produtivos e transforma em mascotes os improdutivos, seu futuro está condenado. 

Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros.  Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.

Tradução de Leandro Roque

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Os 10 pilares que baseiam a educação que dou as minha filhas

Agora que tenho duas filhas pra criar tenho refletido muito sobre a educação que quero dar a elas. E cheguei as seguintes conclusões após sair escrevendo tudo que eu tinha em mente (minha esposa não leu esse artigo ainda, mas tenho certeza que é consensual).


Organizei as ideias em 10 pontos (dos 10 pontos consigo praticar 9):


1. Experiência. Acredito demais na experiência. Acho que quanto maior for as vivências das pessoas sobre todos os âmbitos, melhores preparadas estarão para lidar com os problemas do dia-dia. Por isso, acredito muito que minhas filhas devam experimentar, experimentar, experimentar. Devem sim subir, correr, brincar muito, jogar, cair, levantar, correr riscos, etc.


2. Resolução de problemas. Falando em problemas, tudo criado nesse mundo até hoje foi iniciativa de alguém ou de um grupo de pessoas destinados a resolver algum problema. Por isso nada mais importante do que gerar problemas aos nossos filhos ou, pelo menos, incentivar que resolvam os seus. Tipo: Caiu? levanta. Não consegue abrir? tenta mais um pouco. Não consegue descer? Se achou um jeito de subir, achará um jeito de descer. E por ai vai.


3. Criatividade. O ponto 2 tem muito a ver com este ponto. Ou seja, cada vez que damos aos nossos filhos soluções prontas aos problemas deles, tolimos sua criatividade em achar soluções próprias.


4. Empreendedorismo. Costumo dizer o seguinte: Em todas as áreas é possível empreender. A essência de empreender é resolver problemas de um grupo, de uma comunidade, de uma geração ou até do mundo. Por isso eu realmente tentarei dar essa formação para as minhas filhas e não estarei preocupado se elas serão médicas, advogadas, professoras de geografia ou artistas. Gostaria sim de ver as minhas filhas olhando pra frente e lutando para avançar naquelas áreas que escolherem se dedicar, e isso passa por um sentimento empreendedor. Apenas isso.


5. Educação Financeira. Se tem dois assuntos que me parecem ser tabus em nossa sociedade e que as pessoas não costumam discutir, esses assuntos são dinheiro e sexo. Quanto ao dinheiro, quero muito que minhas filhas saibam exatamente o valor das coisas que elas têm. Quero muito dar tudo de melhor pra elas, mas não sem antes elas conhecerem o esforço que fizemos para tal. Além disso, vivemos numa sociedade do consumo e não do investimento e poupança. Quero tentar mostrar a elas esses dois lados (porque conheço os dois) para que elas possam tomar suas decisões. Simples assim. Costumo dizer que se alguém tivesse me ensinado o que eu pretendo ensinar a elas, tinha economizado quantias considerareis de $$. Quem sabe elas não compram essa idéia?


6. Exemplo. Não tem ferramenta melhor para educação dos nossos filhos do que essa. Portanto, cuido muito para que minhas ações estejam coerentes com aquilo que digo e recomendo a elas. E nesse sentido que tento manter minha formação, prezando pela honestidade, integridade, ética, senso coletivo, respeito ao próximo, etc. Veja ai um vídeo porrada que trata desse assunto (Filhos são a cópia dos pais)


7. Exercício físico e esporte. Vejo que a escola não valoriza isso. Até mesmo na pré escola vejo que pouca coisa é feito nesse sentido. A escola formal valoriza coisas tipo números primos, objeto indireto, ciclo de alimentação da ameba, mas não valoriza o esporte. E para piorar, quando as crianças estão na educação física não temos professores habilitados a fomentar o gosto das crianças pelo esporte. O resultado disso é uma sociedade sedentária, estressada e doente, onde quase 50% da população têm sobrepeso. Quem gosta desse quadro são os planos de saúde, mais ninguém. Voltando ao assunto, pretendo através do exemplo e da informação, tornar minhas filhas ativas o suficiente para se livrarem desse mal.


8. Frustrações. Quem não as teve ou tem? A vida real se dá por uma série de frustrações. Pais que hoje colocam seus filhos numa redoma, evitando ao máximo que seus filhos se frustem, não estão preparando-os para a vida adulta. Certa vez presenciei na turma da minha filha mais velha, que teve que mudar de professora de repente, pais bastantes preocupados com os seus filhos, argumentando a diretora da escola que não poderiam ter feito isso com as crianças, solicitando a retomada da antiga profissional porque, afinal de contas, elas iriam demorar para se acostumar com a professora nova. Entendo perfeitamente o sentimento e o posicionamento desses pais, mas puxa vida, quantas vezes isso vai acontecer em nossas vidas. Muitas imagino.


9. Equilíbrio. Exageros de zelo ou de relaxamento, em minha opinião, levam a frustrações. As pessoas querem ter suas liberdades respeitadas mas ao mesmo tempo querem ser cuidadas. Um exemplo que posso citar com isso é a alimentação infantil. Vejo pais que proíbem totalmente seus filhos de comer doce, tomar refrigerante, mcdonalds, etc. Conheço 2 ou 3 casos desse tipo e reparo que toda vez que essas crianças tem acesso a essas "delicias" elas se fartam e exageram. Por outro lado, tem pais muito permissivos, que para não se incomodar acaba liberando tudo. Minha filosofia com minhas filhas é simples: vamos equilibrar. Quer tomar refri? pode, mas um ou dois no máximo. Quer comer chocolate? come, mas um pouco apenas. Quando elas querem mais, negociamos e oferecemos outras alternativas melhores. Prefiro prezar pelo equilíbrio a retardar o acesso, pois tenho a impressão que o reflexo de toda privação é o exagero.


10 Disciplina. O item 10 é aquele que eu gostaria de seguir, mas definitivamente não sou capaz. Minha esposa também não. Não conseguimos ensinar nada da qual não conhecemos ou praticamos não é mesmo? E nesse sentido, eu e minha esposa somos zeros a esquerda. Não somos disciplinados e, por conseqüência, não conseguimos com que as meninas sejam. Elas acordam, dormem, tomam banho, jantam cada dia num horário. Isso dá um trabalho além da conta. Mas fazer o que? 


Para finalizar, percebo que o mundo moderno evoluiu bastante no âmbito da educação, ciência, pedagogia, etc., e isso nos trás novas informações para tentar criarmos nossos filhos de uma maneira mais adequada do que nossos avós ou pais o fizeram. Mas por outro lado, acho que criou-se uma "frescurada" absurda em torno disso, como se as pessoas, inclusive as crianças, não fossem altamente adaptáveis. Digo isso porque parece que uma janta meia hora mais tarde do comum, um ventinho que entra na janela, um pé descalço, um leite de vaca normal e não um NAN ou uma viagem de carro de mais de uma hora são motivos para alguns pais acharem que seus filhos não sobreviverão. Frescura!


O vídeo abaixo fala sobre alguns desses conceitos. Aborda a questão do mercado de trabalho. Muito bacana, vale a pena!


Aguardarei as críticas do texto!!



Um país, duas realidades

No artigo que segue eu não conseguiria mexer numa linha sequer, 
tamanha precisão do seu conteúdo. 
Grifo as partes que mais me chama a atenção.
Vale muito a pena a leitura.


Publicado em ZH (19.05.2011) por Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr. Advogado.

O Brasil é um país dividido por duas realidades antagônicas: de um lado, temos o setor privado, que, através do empreendedorismo e da assunção do risco negocial, gera riqueza, empregos, progresso social e desenvolvimento econômico; do outro, temos a administração pública, que, através de uma estrutura anacrônica e burocrática, consome vorazmente a receita tributária gerada pelo setor produtivo, tendo insistentes gargalos de corrupção, clientelismo estatal e de ineficiência qualitativa nos investimentos sociais. Em outras palavras, o Estado é necessário, mas é um mau gestor; recebe muito para fazer muito pouco; ou será que ganhar perto de 40% do PIB e nem sequer conseguir proporcionar escolas, segurança e saúde pode ser considerado um padrão de administrador modelar?

Sem correr o risco das generalizações profanas, deve ser destacado que existem funcionários públicos (lato sensu) competentes e órgãos estatais dignos, que honram com brio a atividade que exercem. Da mesma forma, não podemos esquecer que, no setor privado, também existe gente sem-vergonha e picareta, mas esses não têm vida fácil no mercado; a máscara não demora muito para cair, havendo uma depuração natural no filtro dos agentes econômicos. Talvez, aqui, haja uma diferença importante: a noção de responsabilidade. Não importa a seara, se pública ou privada, o fundamental é não ser tolerante com a incompetência e a desonestidade, sendo cogente um sistema que puna com celeridade e rigor as transgressões de conduta.

A recente crise do capitalismo americano colocou os liberais mais exaltados nas cordas, pois, bem ou mal, o Estado foi chamado para acudir os desatinos de um mercado desregulado e errático. Todavia, se o mercado era errático e desregulado, é sinal de que o Estado foi omisso ou negligente na tarefa de normatizar a vida privada, atraindo uma responsabilidade solidária a justificar a ação de socorro. Mas o que fica de tudo isso? Ora, fica a certeza de que uma sociedade triunfa quando há equilíbrio entre as forças do mercado e as estruturas de Estado; e, quando há desequilíbrio, seja para um ou outro lado, a sociedade entra em curva de colapso.

O Brasil está passando por um vertiginoso processo de fortalecimento da veia estatal e isso notadamente não é bom. O mais interessante é que aqueles que criticavam os “privatistas” são os que mais fazem uso do clientelismo e da pessoalidade de interesses, o que, grosso modo, não deixa de ser uma forma de privatizar o espaço público para fins partidários ou de política pequena. A questão é formarmos uma ideia de nação que consiga reduzir os antagonismos, colocar o Estado em seu devido lugar e garantir uma liberdade responsável, sem amarras burocráticas, para o setor produtivo progredir honestamente. Será pedir muito ou teremos que agravar ainda mais nossas diferenças?

domingo, 15 de maio de 2011

Se direita no Brasil significa a defesa da liberdade pessoal, do estado e do direito de propriedade, sou de direita, sim, com muito orgulho.

Matéria das páginas amarelas da última VEJA entrevistou Denis Lerrer Rosenfield, filosofo gaúcho, professor da UFRGS, e uma das vozes mais potentes em defesa da liberdade individual. O filósofo diz que a intromissão do governo na vida privada é uma afronta aos brasileiros e uma ameaça à democracia
Achei muito feliz a resposta da ultima pergunta e me identifiquei muito com ela. Também hoje tendo ao liberalismo mas também aceito práticas sociais de combate a miséria, etc. Gosto muito do termo "igualdade de oportunidade".
Ele diz o seguinte:
O senhor foi de esquerda e trabalhou para o PT. Como se define hoje politicamente? Sou liberal, mas aceito práticas da social-democracia em situações de miséria extrema. Tanto é que sou a favor do programa Bolsa Família, desde que se crie igualdade de oportunidades para que todos os brasileiros possam prover seu próprio sustento. Não vejo problema nenhum em ser chamado de direitista. Se direita no Brasil significa a defesa da liberdade pessoal, do estado e do direito de propriedade, sou de direita, sim, com muito orgulho.
Veja a entrevista na integra.

O estado não pode tudo


Poucos intelectuais se dedicam com tanto afinco à defesa da liberdade individual quanto o filósofo gaúcho Denis Lerrer Rosenfield, de 60 anos. Também se contam nos dedos os que conseguem reverberar suas ideias de forma tão contundente. Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com doutorado pela Universidade de Paris, e autor de quinze livros, Rosenfield alcançou o grande público com suas colunas quinzenais nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, nas quais mantém feroz vigilância sobre os impulsos autoritários do governo. Nos últimos tempos, o filósofo direcionou sua verve ácida contra a interferência cada vez mais frequente do estado na vida pessoal dos cidadãos por meio de decisões de órgãos governamentais - como a recente tentativa da Anvisa de proibir a venda de remédios para emagrecer. “Essas medidas arbitrárias mostram como o PT, apesar de estar amadurecendo como partido, ainda atrai esquizofrênicos com mentalidade retrógrada e perigosa para a sociedade”, diz. De Porto Alegre, ele concedeu a seguinte entrevista a VEJA.


Por que o senhor considera o excesso de atos regulatórios por parte do governo uma afronta ao cidadão e ao país? Por duas razões. Primeiro, porque atos desse tipo maculam a essência do indivíduo. Considero uma agressão abster uma pessoa de seu livre arbítrio, de sua capacidade de decisão, de sua individualidade, seja no que diz respeito ao uso de medicamentos, ao fumo ou ao consumo de comidas gordurosas. Essa decisão pertence à subjetividade, à alma de cada um. O filósofo inglês John Locke, no século XVII, já dizia que nenhuma pessoa pode ser forçada a ser rica ou saudável contra a sua vontade. Os homens devem ser entregues à própria consciência. Segundo, porque, ao tentar disciplinar a vida dos cidadãos, o governo começa a impor a sua noção de bem. Se alguém decide fumar ou beber, isso um problema exclusivamente dessa pessoa, não é um problema do estado. Quando o estado se apodera do monopólio da virtude, inicia um flerte inadmissível com o autoritarismo, danoso para qualquer sociedade.


Muitos brasileiros aprovam medidas governamentais como a restrição ao fumo em locais fechados. A que se deve isso? Acredito que os brasileiros têm muito pouca consciência sobre o que está acontecendo. Vistos de forma isolada, os atos regulatórios parecem inofensivos. Quem não fuma agradece a resolução que proíbe totalmente o cigarro em locais fechados, pois se livra da fumaça incômoda da mesa vizinha num restaurante. O problema é que, por trás dessa onda politicamente correta, há uma intenção velada de impor um padrão de conduta às pessoas. No ano passado houve dezenas de resoluções da Anvisa com o espírito de faça isso, não faça aquilo. Esse órgão se tornou o caso exemplar nesse aspecto. Ele se autoconsagrou o grande tutor do cidadão brasileiro, aquele que sabe tudo e a quem devemos obediência cega. A intromissão da Anvisa na vida dos brasileiros é coisa de esquizofrênicos.


O que o senhor quer dizer com esquizofrênicos? Boa parte da administração petista está impregnada de ranço ideológico ultrapassado, mas nenhum órgão do governo se iguala à Anvisa. Posso dizer com quase absoluta certeza que seus funcionários vão muito além do que o partido e o governo querem no que diz respeito às liberdades individuais. Na verdade, a Anvisa é o exemplo máximo do que o PT atrai de pior: gente com mentalidade do século passado. O PT caminha para se firmar corno um partido social-democrata. Aos poucos, está abandonando as ideias de revolução. Arrisco dizer que o PT está amadurecendo, mas tem vergonha de virar gente grande e abandonar os rompantes adolescentes. Isso causa a esquizofrenia que há no partido e nos órgãos estatais.


A intromissão do estado se dá apenas na área da saúde? De jeito nenhum. Nos últimos anos, o governo se intrometeu em quase tudo. Recentemente, quis policiar um pretenso consumismo infantil e chegou ao cúmulo de discutir a tal Lei da Palmada, que pretende disciplinar a relação entre pais e filhos. Trata-se de uma intromissão descarada na vida familiar. É o que chamo de sequestro das liberdades. Quem ainda não condena o governo por todo esse excesso de regulamentações, decretos, normas e leis que dizem respeito à vida de cada um não percebeu que sua liberdade de escolha está ameaçada.


Como se identifica essa ameaça? Um critério para medir o grau de liberdade de uma sociedade é o exercício da liberdade de escolha pelos seus cidadãos. Nas sociedades desenvolvidas economicamente e onde existe justiça social há o que chamo de consolidação das liberdades: liberdade de ir e vir, de pensamento e expressão, de imprensa e religiosa. Essas sociedades foram erguidas e mantidas a partir dos direitos de propriedade dos direitos individuais e do livre-arbítrio. Todas as sociedades que desrespeitaram as liberdades resultaram nas democracias totalitárias, nas quais as leis aprovadas pelos representantes do povo pesam menos do que as decisões do Executivo. Na Venezuela, Hugo Chávez só legisla por decretos. Ali é uma democracia? A única liberdade que o povo tem é o direito ao voto. Mas só o voto não garante uma democracia.


Ainda estamos longe de virar uma Venezuela... Sim, o Brasil ainda está longe de ser uma Venezuela ou uma Bolívia. Há muita arbitrariedade por trás desse manto de moralização, mas o Legislativo e o Judiciário continuam a exercer suas funções. É preciso, no entanto, perceber que o processo regulatório em curso no Brasil já atinge vários setores da administração. Na imensa maioria dos casos, a legislação que cerceia a liberdade de escolha do cidadão não passa pelo legislador eleito pelo povo. Nossos deputados e senadores estão sendo, aos poucos, usurpados de sua função de legislar. Eles estão se tornando servos de uma legislação administrativa, criada por órgãos estatais e não via projeto de lei. Também é preciso prestar atenção às afrontas cada vez mais recorrentes à liberdade de imprensa. A Anvisa tentou proibir a publicidade de cigarro, de bebida e de alimentos. Parece inofensivo, mas sem publicidade a imprensa se toma dependente do governo, o que compromete a liberdade de expressão. Isso sem falar no direito de propriedade, cada vez mais fragilizado.


O senhor está se referindo às desapropriações relacionadas com os sem-terra? A esse e a outros disparates. No Brasil, existe uma violação sistemática ao direito de propriedade. O direito de propriedade é o fundamento de toda sociedade civilizada, a garantia dos contratos sociais e a base da liberdade individual. Mas no Brasil o direito à propriedade é relativizado pela função social, pela função indígena, pela função racial e pela função ambiental da terra. O que acontece é um descalabro. Um exemplo trágico é a proliferação dos tais quilombolas pelo país. Isso não tem mais limite. Por um decreto de 2003, basta uma pessoa se declarar negra e se autoatribuir uma terra para conseguir a desapropriação da área. Até uma escola de samba pode se denominar quilombola e ganhar o direito sobre uma propriedade, não importa se ela está localizada no interior da Bahia ou na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. A palavra quilombo ganhou outro significado com o único intuito de tirar a terra de seu dono para atender aos interesses de movimentos sociais esquerdistas. Houve o uso político da palavra.


Existe um ponto de equilíbrio, uma medida certa para delimitar a intervenção do estado na vida do cidadão? Imagine que estamos dentro de um jogo. Cabe ao governo respeitar as regras, sem inventar novas condições à medida que o jogo avança. O estado deve preservar as regras e deixar as pessoas jogarem. Deve agir como um juiz. Não cabe ao estado tirar de uns para dar aos outros, por exemplo. A desigualdade faz parte do processo de organização social. O estado deve dar as mesmas condições para todos sobressaírem e, assim, conquistarem o seu espaço.


Qual o limite do estado no que diz respeito às leis? O estado deve zelar para que as leis obedeçam a critérios de universalidade e não desrespeitem os direitos individuais. Leis justas são as que não estão restritas a costumes locais nem privilegiam determinados grupos. Há uma diferença entre eticidade e moralidade que deve ser levada em conta em toda essa discussão. A moralidade é do domínio da liberdade subjetiva, da consciência do indivíduo. Do ponto de vista moral, é quase impossível duas pessoas dividirem a mesma opinião sobre o que consideram “bem” ou “mal” para si mesmas. O fator ético é a liberdade dos indivíduos concretizada por meio das instituições. A legislação deve se embasar no conceito de ético, no que é universalmente aceito como bem ou mal.


Em seu último livro, o senhor escreve que a crise econômica dos últimos anos teve repercussões ideológicas e políticas. Quais são elas? Alguns setores atrasados da sociedade brasileira interpretaram a crise econômica como o fim do capitalismo. Trata-se de uma conclusão equivocada. As crises do capitalismo fazem parte de seu processo de renovação, são periódicas. Essa interpretação abriu espaço para vozes discordantes de uma economia de mercado e do direito de propriedade. Chegamos ao cúmulo de escutar críticas que propunham uma separação entre capitalismo e democracia. Para quem não sabe, a democracia moderna é um regime político que envolve relações sociais e econômicas baseadas no direito de propriedade. A liberdade de escolha não se resume ao processo de eleger um presidente. Também se refere à escolha de bens materiais, de consumo, de compra e venda de um imóvel, incluindo o livre exercício de pensamento. Não se podem dissociar o capitalismo, a propriedade, a livre escolha e o estado democrático. É impossível achar na história uma sociedade livre que tenha sobrevivido à abolição do direito de propriedade. O direito de propriedade é um poderoso estímulo à coesão social e não pode ser relativizado.

Como o direito de propriedade estimula a coesão social? Se mais de 60% de uma população é dona de seus imóveis, essas pessoas podem se unir com força contra qualquer ameaça à propriedade. Se menos de 30% forem proprietários, abre-se espaço para a aplicação de ideologias que comprometem esse direito.


O excesso regulatório no Brasil é resultante de um processo histórico e cultural ou está relacionado ao governo petista? O lado cultural é muito forte. No Brasil, sempre houve uma pressão da população para que o governo equacione problemas que não são estatais. Muitas medidas do governo Lula já eram adotadas pelo seu antecessor. O que Lula fez foi radicalizar processos já existentes no governo de Fernando Henrique Cardoso, que também era simpático aos movimentos sociais. Em seu segundo mandato, Lula se excedeu. O presidente deu muito poder a esses movimentos e limitou cada vez mais os direitos de propriedade. Foi exorbitante. Lula abriu a porteira. O mesmo aconteceu com relação à imprensa. No governo anterior, as tentativas de cercear a liberdade de expressão ultrapassaram o limite do aceitável.


O senhor diz que a situação é preocupante, mas dificilmente o Brasil vai se tornar uma Venezuela. Por quê? No Brasil, o processo notório de enfraquecimento do direito de propriedade por meio da desapropriação de terras está sendo combalido por uma reação da sociedade contra os movimentos de orientação esquerdista, como o MST e a Comissão Pastoral da Terra. A sociedade brasileira é muito complexa, e parte dela, uma minoria, ainda, está se insurgindo contra isso. O Judiciário tem sido acionado e os meios de comunicação vêm se manifestando com veemência contra muitas arbitrariedades. Esse é o primeiro motivo. O segundo diz respeito ao estágio de desenvolvimento do país.


O senhor foi de esquerda e trabalhou para o PT. Como se define hoje politicamente? Sou liberal, mas aceito práticas da social-democracia em situações de miséria extrema. Tanto é que sou a favor do programa Bolsa Família, desde que se crie igualdade de oportunidades para que todos os brasileiros possam prover seu próprio sustento. Não vejo problema nenhum em ser chamado de direitista. Se direita no Brasil significa a defesa da liberdade pessoal, do estado e do direito de propriedade, sou de direita, sim, com muito orgulho.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

a palavra que eu conheço que mais guarda oportunidade, sucesso e realização no mundo, que é a palavra impossível

Estava lendo o artigo referente a palestra de Romero Rodrigues, fundador do buscapé, no Fórum da Liberdade sobre empreendedorismo e fiquei realmente impressionado.
Comento aqui pois gostaria apenas para resssaltar a dica que ele deu que, para mim, foi de arrepiar pois acredito nela de corpo e alma. 
“ficar atento para uma palavrinha muito especial: a palavra que eu conheço que mais guarda oportunidade, sucesso e realização no mundo, que é a palavra impossível. Quando você escutar essa palavra, levante a antena porque ali pode estar o seu negócio, o seu empreendimento, seu sucesso. Porque, como diz o refrão, impossível ou nada”.
Demais não? 
Clique aqui para ler o artigo na integra "O empreendedorismo é o impossível".


O empreendedorismo é o impossível


Foto: Tiago Trindade

domingo, 8 de maio de 2011

Brasileiros pagam R$ 500 bi de impostos em tempo recorde Montante foi ati

Atingido com 21 dias de antecedência em relação ao ano passado

Divulgação/EXAME.com

Impostômetro
Máquina de arrecadação dos governos federal, estaduais e municipais em ritmo acelerado
São Paulo - A população brasileira já pagou 500 bilhões de reais em impostos neste ano. A marca será oficialmente atingida às 14h10 desta quarta-feira (4) e pode ser conferida no Impostômetro, ferramenta eletrônica que calcula em tempo real o valor arrecadado pelos governos federal, estaduais e municipais.
Em 2009, esse montante foi atingido no dia 24 de junho e, no passado, no dia 25 de maio. Portanto, em relação a 2010, a marca está sendo atingida com 21 dias de antecedência.
O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Rogério Amato, diz que "isso mostra que o problema das finanças públicas está mais do lado dos gastos e não da receita”.
O painel do Impostômetro, desenvolvido pelo IBPT, está instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na Rua Boa Vista, 51, região central da capital paulista. A ferramenta eletrônica, que calcula em tempo real o valor arrecadado pelos governos, também pode ser vista na página de Economia do site EXAME.
Veja a evolução da arrecadação de impostos em 2011:
Fonte: Impostômetro
Meses de 2011Valor arrecadado
JaneiroR$ 138 bilhões
Janeiro e FevereiroR$ 246 bilhões
Janeiro, Fevereiro e MarçoR$ 362 bilhões
Janeiro, Fevereiro, Março e AbrilR$ 486 bilhões

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não consigo compreender essa lógica de tributar quem ganham mais!!

Já me perguntaram se eu pretendo ser politico tendo em vista que costumo escrever sobre politica. Minha resposta é "Deus me livre"!! Ou melhor "alguém me livre" já que não acredito em Deus. Mas como já comentei por aqui, penso que hoje os governos tem poder demais e suas iniciativas interferem na vida de todos. Desta forma, sempre que essas iniciativas se referirem a algum tributo ou questão economica, onde a intervenção pode afetar os negócios, e eu sentir vontade de falar e escrever, farei.


Hoje o governo Tarso divulgou os detalhes de como fará a reforma da previdência no estado. Se por um lado eu louvo a iniciativa de enfrentar esse tema cascudo, por outro não consigo compreender essa lógica de tributar quem ganha mais.


O tema é muito cascudo porque, para termos uma idéia, no ano passado o governo gastou em pensões 6,8 bilhões ao passo que arrecadou 2,1 bilhões. Ou seja, um deficit de 4,7 bilhões. ALGUÉM TEM QUE INTERFERIR, E ESSE ALGUÉM, AO QUE TUDO INDICA, SERÁ O TARSO. Show de bola, como disse, louvo a iniciativa.


Por outro lado, num mundo onde as pessoas são diferentes, tem competências diferentes, condições iniciais diferentes, é provável que as pessoas tenha seu trabalho remunerado de forma diferente. Isso faz parte de uma atitude fundamental, que o Brasil tem esquecido, que chama-se MERITOCRACIA. Portanto, uma vez que pessoas ganham mais que outras por suas próprias competências e não "por ajuda ou privilégio do governo" não consigo entender o que dá direito ao Estado de cobrar mais por isso.


O imposto já é imposto. E ainda assim, os mais competentes tem que pagar mais. SOCORRO!


Costumo dizer que quanto mais você trabalha e gera valor e riqueza, mais você paga ao estado e menos você recebe. Em contrapartida, quanto menos riqueza você gera, menos ou zero imposto você paga, mais benefícios, vantagens e privilégios você recebe do Estado. QUEM É VERDADEIRAMENTE DISCRIMINADO NESSA LÓGICA? Repito, SOCORRO!


Mas vamo que vamo, sempre com força e honra!

domingo, 1 de maio de 2011

Série de artigos sobre tributação no Brasil

No meu entender uma das grandes barreiras ao empreendedorismo e ao crescimento no Brasil é a carga tributária proibitiva e o que se faz com essa arrecadação. Por isso, farei nesse blog um "arquivo" com uma série de artigos desenvolvidos por mim ou veiculado na mídia de todas as ações de governos em relação aos impostos. Essa "série" de artigos servirá para que, em tempos de eleições, lembrar e relembrar a mim e aos amigos votar mais consciente.


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MAIS UM TRIBUTO

Editorial da ZH (01.05.11). Colei também os comentários de eleitores e notem tem gente que ainda consegue 

defender esse tipo de ação.




MAIS UM TRIBUTO

Autorizada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em outubro de 2009 com o propósito de melhorar a qualidade do ar nas grandes cidades, a inspeção veicular está prestes a ser implantada no Rio Grande do Sul. O projeto preparado pelo governo do Estado com esta finalidade prevê o exame anual de cerca de 950 mil veículos de Porto Alegre e da Região Metropolitana, mediante a cobrança de uma taxa semelhante à vigente em São Paulo, no valor de R$ 61,98 – o que possibilitaria uma arrecadação de cerca de R$ 58,8 milhões. Diante de tais números e do questionável benefício que tal medida trará à população, parece evidente que o verdadeiro objetivo do novo tributo é confiscar mais recursos dos contribuintes para custear as despesas cada vez maiores de uma administração onerosa e pouco eficiente.

Se o propósito fosse mesmo reduzir o nível de poluição ambiental – uma causa simpática –, não faria sentido a exclusão de veículos fabricados antes de 1997, que são mais poluentes do que os fabricados nos últimos 15 anos. Aliás, é incompreensível para o cidadão que as exigências e o ônus da instalação de mecanismos antipoluentes não recaiam sobre a indústria automobilística. Também fica difícil de entender que os órgãos públicos ambientais e os departamentos de trânsito não exerçam o seu poder fiscalizador, retirando de circulação os veículos que efetivamente prejudicam o ambiente – e que são facilmente identificáveis por qualquer cidadão.

Os proprietários de veículos já pagam IPVA, que é uma fonte inespecífica de recursos destinada ao financiamento das ações dos Estados. O aumento vertiginoso da frota de automóveis no país, resultante da ascensão de uma nova classe consumidora, já deveria representar significativa elevação da arrecadação desse tributo. Mas os administradores públicos parecem estar vendo neste fenômeno apenas uma oportunidade para arrecadar mais – sem acenar com alternativas para a melhora da infraestrutura urbana e para a redução dos engarrafamentos.

A experiência paulista é desanimadora, tanto pela dificuldade de agendamento com a empresa encarregada da inspeção quanto pelos resultados apresentados. Por isso, é essencial que a Assembleia Legislativa do Estado busque informações detalhadas sobre iniciativas semelhantes antes de examinar o projeto que está sendo finalizado pelo Piratini. Mais do que isso: é importante que os parlamentares consultem os cidadãos para saber se estão dispostos a arcar com um novo tributo sem a garantia de que os recursos arrecadados serão utilizados no financiamento de obras e serviços efetivamente necessários para o Estado.

Tudo é nebuloso nesta proposta – a não ser a evidente ganância do Executivo por aumentar a receita pública. Quem garante que a tal inspeção, com todos os transtornos que fatalmente trará para os proprietários de automóveis, servirá mesmo para aliviar a poluição atmosférica e sonora?

O editorial acima foi publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na sexta-feira. Os demais comentários de leitores sobre a opinião desta página estão em zerohora.com/blogdoeditor. A questão proposta aos leitores foi a seguinte: Você concorda que a inspeção veicular tem finalidade arrecadatória?

A inspeção veicular será puramente arrecadatória. Chega de imposto. Do jeito que está a proposta, é bem provável que o carro saia da concessionária zero-quilômetro e tenha que passar pela inspeção.

Luiz Eugênio Silveira – Pelotas (RS)

É sempre a mesma rotina. Governos se elegem prometendo mundos e fundos e criticando os anteriores. Esquecem-se de que não há milagres em finanças. Inevitavelmente, após depararem com a realidade, recorrem ao bolso do contribuinte.

João Carlos Silva – Porto Alegre

Parece piada. Sempre pensei que todos os veículos estariam no projeto. Esta inspeção é inócua, deixando de fora os veículos antigos. Creio ser meramente arrecadatória, ou seja, o governo do Estado cria mais uma “contribuição” cartorial.

Luiz Leal Castro - Porto Alegre

Absurda essa iniciativa. O problema do povo é aceitar tantas leis e seus impostos e arrecadações. Pagamos por benefícios mútuos e não para sustentar um governo desorganizado. Me parece que todos devemos ao menos uma vela para um santo, pois é impossível o povo não se manifestar contra esses absurdos. Nossas estradas estaduais estão uma vergonha. Onde está o dinheiro do IPVA? Que se use o IPVA para financiar mais esta “nobre” iniciativa do governo que quer nos convencer de que os maiores beneficiados serão os pinguins da Antártica.

Daniel Salvador – Flores da Cunha (RS)

Infelizmente esta é a realidade. O grande objetivo é a arrecadação. Ninguém está preocupado com a segurança e a poluição. A prova disso é que a inspeção não será feita em carros antigos e sucateados.

Solon Silva – São Leopoldo (RS)

Mais um tributo para o brasileiro. Pagamos impostos sobre combustíveis, IPVA que custa 3% do valor do veículo, pedágios que são verdadeiros assaltos legalizados, peças caríssimas para manutenção do veículo. Aqui no Brasil não se pode ter bens, o olho gordo do Estado já entra em ação. Esses impostos como sempre vão estourar na classe média que é a única que não tem chances de escapar.

Sandro Saldanha Luciano Palmeira das Missões (RS)

Para substituir o chavão: é um mal necessário. Eu diria que é juntar o útil ao agradável. Sim, porque o governo arrecada e ao mesmo tempo freia um pouco a poluição desses carros velhos. E, também, pode evitar acidentes, principalmente nos feriadões, quando todo mundo usa carro para deslocamento, para o Litoral ou para a Serra. Por essas razões, é que concordo. Aliás, em São Paulo isso já funciona há algum tempo.

Antônio Carlos Menezes Reis Porto Alegre